inferências
Barreiro – Por dentro dos dias
De repente o tempo por dentro dos nervos
Ali, na cidade grande, por vezes no meio da multidão estamos na solidão, apesar de Lisboa ser ( ou era) uma cidade de bairros e de relações de vizinhança. Foi ali que conheci, de vista o Ti João, sempre brincalhão e galhofeiro.
Anos depois, quando vim viver para o Lavradio conheci-o na minha frequência regular do Café Bar da SFAL, ele e a sua esposa Ti Graciete, para quem ele, por vezes, levava o cafezinho que vinha, com carinho buscar à SFAL.
Quando assumi a presidência da Direcção da SFAL, o Ti João, muitas vezes, conversava discretamente comigo, e, quando me via com o ânimo mais exaltado dizia-me, suavemente: “Sousa Pereira, não lhes ligue. Faça o seu trabalho”. E sorria. As suas palavras eram uma energia que ajudava a superar certas situações que vivemos na vida associativa, mas que nos ajudam a crescer como homens e cidadãos.
De facto, nem sempre aprendi a lição que ele, serenamente me transmitia. Era um homem que vivia a calma por dentro dos nervos, de grande simplicidade e ternura. Obrigado pelos seus conselhos. É verdade, nem sempre seguia os seus conselhos, porque o fervilhar da idade e da imaturidade tocavam no sangue. No entanto, nos dias de hoje, transmito a outros, esses seus conselhos.
Sei que ele gostava imenso da SFAL, era como uma sua segunda casa, esta foi uma colectividade que ele serviu como associado e como dirigente. O Ti João partiu, fica esta memória do tempo, que vem do Largo Constantino, em Lisboa, até ao Lavradio.
Aqui expresso o meu profundo sentimento aos seus familiares e amigos, e, um abraço fraterno ao amigo Ivo e à Nélia.
Até sempre Ti João !
António Sousa Pereira
27.01.2024 - 12:49
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