inferências
A(nota)mento
O tema essencial não é o nome da TTT, o essencial é a pergunta: E agora Barreiro?
Estes projectos já em tempos anunciados por José Sócrates, e, defendidos no anterior governo por Pedro Nuno Santos, ou seja, de uma vez por todos pensar-se de forma estratégica a tal Lisboa de “duas margens”, defendida no PROT AML, e que tem feito gastar muita tinta, muitos milhões, não passando do papel, parece, que, finalmente é desta que poderá tornar-se uma realidade, ao obter um consenso do PSD, do PS, do PCP, do BE, do CDS, de «Os Verdes», do IL, talvez do Livre e com as dúvidas do PAN, e o nim do Chega.
Ou seja, estão criadas as condições para ser lançado um amplo debate, com seriedade, sem procurar paternalismos e deixar essa guerrilha de partidarite aguda para segundo plano, porque o essencial é debater a importância desta matéria no surgimento da cidade aero-portuária na Península de Setúbal, e, fazer desta, de uma vez por todas uma continuidade de Lisboa e não uma suburbanidade.
E, este anúncio de Luís Montenegro, coloca de imediato uma exigência aos políticos, que sejam capazes de promover o esclarecimento e o debate sobre a importância desta nova visão estratégica para a AML. E para colocar Lisboa como centralidade de uma região que vai de Sines a Peniche, ao mesmo tempo que cria condições para ter um papel macro na Península Ibérica, ligando-se a Madrid.
No caso do Barreiro, é hora de voltar a debater o papel que a ferrovia pode ter, de novo no concelho do Barreiro, com a eventual construção da “Estação Sul” – o reverso da Estação Oriente – que vai dar ao Barreiro uma centralidade na Península de Setúbal.
Voltar a debater se, como se afirmou no tempo de José Sócrates vai criar-se a empregabilidade com a construção de Oficinas, de alta tecnologia, para apoio ao TGV, que se apontava para a zona da Penalva.
Também, desde reforçar a importância de avançar o projecto do Arco Ribeirinho Sul, para que possa adaptar-se para ser parte integrante da cidade aeroportuária.
Sim, também debater se a Estação Ferro-Fluvial se vai manter onde está, ou se aposta é a sua inserção no território da ex- Baía do Tejo, criando uma nova frente de rio, pondo ponto final à divisão do território urbano da cidade do Barreiro, pela linha do caminho de ferro, como acontece na actualidade.
Debater a requalificação da zona da estação Barreiro Mar, com a dita Marina que pode valorizar o papel do Ruo Coina, no contexto da actividade náutica no Tejo, criando emprego e valorizando o Barreiro, no plano regional.
Como dinamizar o capital histórico – industrial, ferroviário, natural ( Mata da Machada / Alburrica/ Braamcamp) – com dimensão turística e valorizando a identidade do Barreiro, numa região que vai ser abalada por uma onda de imobiliário e deixando de dar ao imobiliário o pepel central no desenvolvimento do concelho, só criando a cidade de betão. Há mais vida, ou devia haver, para além do Betão.
Exigir, desde já, porque são trocos, no conjunto dos investimentos anunciados, que avance a construção da Ponte Barreiro – Seixal.
Estes, e muitos outros temas deviam começar, desde já a ser a nova agenda politica local. Envolver a cidade no pensar presente e fazer futuro. Fazer que é muito diferente de fabricar.
Mas, pelos vistos, a discussão que invadiu as redes sociais, essa é que é interessante – que nome atribuir à nova ponte da Terceira Travessia do Tejo. Enquanto se discute o sexo dos anjos, o debate sobre o futuro é adiado, porque, hoje, como no passado, o PDM estar por rever, e, poucos sabem o que ele tem inscrito para receber esta nova realidade, se é que tem previsões.
E, pronto, por aqui fico, por hoje, voltarei ao assunto, não para alimentar o debate inócuo sobre o nome da Ponte, mas para pensar o futuro, este do século XXI e XXII que poderá estar a nascer.
Mas, já agora, se deram à ponte Lisboa Alcochete, o nome de Vasco da Gama, pioneiro que abriu as página da modernidade europeia, no mundo, e vão dar ao Aeroporto o nome de Luís de Camões, que escreveu a obra épica desse feito histórico, podem atribuir à TTT, o nome de Álvaro Velho, que uns dizem do Barreiro outros de Alcochete, que escreveu o Roteiro da primeira Viagem de Vasco da Gama à India, que inspirou Luís de Camões. Três nomes de uma página épica da história da humanidade. E se quiserem ainda podem optar por Fernando Pessoa, o poeta que escreveu “pelo Tejo vai-se para o mundo” e, o futuro anunciado é esse o caminho que abre…colocar Portugal no mundo.
Não me incomoda que lhe atribuam o nome de Alfredo da Silva, já o defendi só que, para mim, hoje, o debate central não é este, o debate central é : E agora Barreiro? E agora Península de Setúbal?
António Sousa Pereira
TE – 180
Equiparado a Jornalista
20.05.2024 - 09:54
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