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BARREIRO - Por dentro dos Dias
Uma viagem pelo tempo com as palavras – Memória, Amor e Gratidão.

BARREIRO - Por dentro dos Dias <br />
Uma viagem pelo tempo com as palavras – Memória, Amor e Gratidão. Estamos em junho, este tempo que, no ciclo do tempo, antecede as férias, marca o final do ano lectivo, que, para alguns, assinala a hora de mudança, o adeus a um lugar onde se descobriu a vida, onde os sorrisos entraram pelo olhar, as palavras mergulharam em recortes de cor, e os sons foram cantados em coro, esse lugar, onde aprendemos a viver o sentido da partilha do tempo comum, do sentir comum. Esse lugar onde aprendemos a dizer: “Ele, ou ela, são meus amigos!”.

É a roda da vida. O movimento do tempo. Crescemos. Mudamos.

Vem tudo isto a propósito daquela festa de amor, gratidão e memória, que vivi, com sorrisos e umas gotas de sal a brilhar no olhar, no passado dia 15 de Junho, no Salão da SFAL, naquela festa de encerramento do ano lectivo do Jardim Infantil Xi- Coração.
Não podia faltar à festa da minha Alice, que, com antecedência comentava : “Avô eu vou estar no palco”.

Mas, quero dizer-vos, se gostei de ver a minha neta astronauta a dançar, a viver com ritmo e intensidade aquele momento de som e cor, a energia de todos a viver a música, a saltitar, a rasgar o futuro, esta manhã, de festa foi um tempo inesquecível. Uma viagem pelo tempo, por dentro do tempo que somos.
A São atarefada a dar energia à máquina do tempo. Uma geringonça a fazer lembrar o filme do “Regresso ao futuro”. Ela, verdadeiro cientista, a colocar o mundo em alvoroço. Uma festa dentro da festa.

Lá surgiram do fundo do tempo, vindos dos ovos que germinam futuro, os dinossauros, eles e as mães, numa viagem com o verde de esperança. Um momento de grande calor humano, de amor, de vida.
Depois, viajámos à idade da pedra para conviver com os Flintstones. Cenários criativos. Movimento. Ritmo. Avós, pais e mães, talvez, alguns revivessem os dias que, de olhos presos ao ecrã da televisão, divertiam-se com as peripécias da Idade da Pedra.

E, nesta viagem pelo tempo, chegaram os Vikings, com lutas e abraços. Rodas de ternura.
Um trabalho que, certamente, deu horas e horas de amor, nos bastidores para vivermos aqueles instantes deliciosos.

A viagem continuou com a nau dos descobrimentos, com a vida de marinheiros sonhadores de um país que se escreve com uma língua que se deitou nos oceanos. Um rigor de pesquisa de guarda roupa. Uma nau que estava pronta a navegar pelas tempestades do tempo. Um momento de grande beleza estética.

E rumo ao futuro, nesta viagem por dentro das memórias, da ternura de gerações, do legado que somos, do legado que partilhamos, foi a hora de viajar no espaço. Os astronautas. Ali, por Terra, Marte, Saturno. O espaço que somos. O sol.
E os e as astronautas estavam lindas. Cinco estrelas. Senti o coração a viajar no silêncio do tempo. Lá estava a minha Alice. Entusiasta. Dinâmica. Imponente.
E, nesta festa pelo espaço e pelo tempo, ainda houve tempo para receber a visita de marcianos, ou de viajantes de outro qualquer planeta, que descobriram a vida na terra. Um tempo colorido. Máscaras a lembrar o Carnaval de Veneza. Vida. Muita vida.
Ao longo deste belo espectáculo, marcado de criatividade, amor, ternura e memória, não faltaram os aplausos e a energia da plateia, todos vivendo a festa, com mais festa. Uma festa construída com o calor de quem vive o seu quotidiano a semear partilha nos corações. Educadoras, Auxiliares. A equipa do Xi- Coração.Foi linda a festa pá!

Uma manhã de emoções. De lágrimas de saudade a escrever futuro, naqueles momentos que foram entregues os diplomas aos meninos e meninas que, neste final de ano, vão partir para um novo nível de aprendizagem. Sentia-se a emoção a brilhar nos olhos.
E, para fechar esta manhã, neste tempo de tanta tristeza no quotidiano, de guerras na Ucrânia e em Gaza, de outras guerras anunciadas, sentimos, nascer, uma palavra que ficou inscrita no palco, em letras de ouros, em letras de sal, em letras de amor, em letras abraçam a vida – GRATIDÃO.
Antigos alunos do Xi- Coração, antigos pais e seus filhos antigos alunos, deram vida ao palco, com energia, para cantar, dançar e distribuir flores aos seus antigos educadores, e dar um abraço faterno. Um Xi no coração.
A São e a Paula, líderes deste projecto, um projecto de iniciativa privada, que contribui para formar homens e mulheres, nesta manhã, de junho de Dois Mil e Vinte quatro, receberam um beijo do passado a inscrever-se na saudade do futuro. Foi um momento que, senti com emoção e pensei: se há quem pense que no mundo por vezes falta a palavra AMOR, ela foi semeada e vivida naquela ternura que floriu em lágrimas e abraços. Afinal, é tão belo viver a palavra OBRIGADO!

E, nesta festa no tempo, onde o passado beijou o presente, e , o presente abraçou o futuro, a festa continuou com a força da palavra Liberdade. Essa liberdade que dá força à criatividade. Essa Liberdade que faz viver a palavra Gratidão. Essa Liberdade que é memória e, se escreve com amor ao futuro.
Em coro, todos, todos, pais, filhos, netos, avós, a comunidade Xi- Coração cantou em coro, aquele som vindo do tempo – uma gaivota voava…voava, a reviver Abril, 50 anos depois, ali, escrevendo que, afinal, somos livres, sempre que inscrevemos nas viagens pelo tempo, as palavras – Memória, Amor e Gratidão.
Obrigado Xi- Coração por esta manhã de partilha, de festa e de criatividade.

António Sousa Pereira

21.06.2024 - 14:09

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