inferências
Por dentro dos Dias - Barreiro
Vivam as passadeiras! Amemos as passadeiras!

Sentir aquela energia. Aquela força a nascer na raiz do tempo. O pensamento feito participação.
A passadeira. Única. Os abraços. A capacidade mobilizadora. Seguir em frente.
Enfrentar a Nuria. A Nuria que andava a incomodar no dia de hoje e, eu, sem sentido do tempo, deparei comigo a olhar, sorrindo, a passadeira.
Pensei será que eu, idoso, vou ter capacidade de construir futuro? Olhei a passadeira.
Uma passadeira. Duas passadeiras. Três passadeiras. Quatro passadeiras. Cinco passadeiras. Seis passadeiras. Sete passadeiras.
Olhei em meu redor, procurava o braço de um jovem para descobrir essa força, essa alegria, de atravessar a passadeira de braço dado. Sentir as mudanças profundas do tempo que faz a cidade.
Que belo. Que beleza. Que ternura, Que coisa tão fofinha. Ali estava na minha frente a passadeira. Sorri. Senti a energia do desenvolvimento.
A transformação. A mudança. A passadeira.
Que seria desta vida, desta cidade, se não fosse descoberta a capacidade mobilizadora da passadeira para cativar e galvanizar a juventude. Os jovens a atravessar a passadeira. Os jovens que vão ser o futuro. De braço. Todos. Todos. Na passadeira.
A passadeira é o futuro. Se não houver passadeira não há futuro.
Não é possível construir o futuro sem passadeiras. Sim, essas passadeiras vermelhas. As passadeiras que mudam a paisagem. As passadeiras que dão colorido à cidade.
Uma passadeira. Muitas passadeiras. Milhares de passadeiras. Multipliquem-se as passadeiras.
Que floresçam as passadeiras, mil muitas mil.
Em cada esquina uma passadeira.
Hoje, Abril, na minha cidade, finalmente, senti como é belo o amor por uma passadeira, e como uma passadeira faz a diferença.
A imagem. Uma passadeira vermelha deixa para trás todas as passadeiras do alcatrão, pintadas de branco no chão, sem sentido, sem futuro. Do abandono. Nunca alguém investiu numa passadeira vermelha. Inacreditável.
A passadeira. Uma passadeira. Duas passadeiras. Três passadeiras.
Os jovens nas passadeiras. Os Beatles nas passadeiras. Esses velhos do Restelo, também?
Abril, dia dois, de Dois Mil e Vinte Cinco. O Dia da Nuria a encharcar os ossos, a divertir-se, entre o sol e o vento.
Aqui, para que conste e faça fé, para mim, neste dia a passadeira passou a ser um monumento histórico, um património de futuro, o leit motiv para celebrar a energia da juventude.
Nunca pensei que uma passadeira assumisse tão grande importância no fazer e pensar a cidade, nem que fosse uma força mobilizadora da juventude e do poder. Impressiona. Emociona. Cativa. Dá esperança!
Uma passadeira ao serviço da cidade, só não!! Queremos mais, muito mais.
É urgente a passadeira, não uma, nem duas, mas muitas, mesmo muitas, que cada passadeira seja um hino, uma canção, um poema, um grito de glória, um legado.
Que se faça uma festa por cada nova passadeira. Um concerto.
Que se mobilizem os jovens para de braço dado, aqui e agora, sentirem a criatividade e energia avassaladora das passadeiras.
Façamos de cada passadeira um eco de amor à cidade.
Vivam as passadeiras! Amemos as passadeiras!
António Sousa Pereira
TE – 180
Equiparado a Jornalista
04.04.2025 - 11:56
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