opinião
Perderam os professores, os auxiliares, os pais e os alunos
Por Jaime Gonçalves
Barreiro
António Costa, quando assumiu o Governo de Portugal, apoiado pelo PCP e BE, prometeu tudo e mais alguma coisa aos professores (o fim da congelação das carreiras, o aumento de vencimentos, o fim dos cortes,…).
De referir que os professores provavelmente são a classe profissional mais agredida dos últimos anos pelos múltiplos Governos, embora nunca tenham sido tão defraudados como foram pelos últimos 7 anos com as promessas do PS.
E o que temos passados estes anos? Temos um grande sentimento de desilusão, tanto a nível profissional como financeiro.
Efetivamente, o que vimos, no sábado, dia 14 de janeiro, foram Professores, Auxiliares, Avós, Pais e Alunos juntos contra algo que está condenado desde o princípio: a municipalização da educação.
Se alguém tivesse dúvidas, a comunidade educativa disse NÃO ao projeto que o Governo tem para a educação. Os professores não apoiam (e logo eles que são o elo mais importante desta reforma imaginária), mas não estão sós.
Quando João Costa diz que as negociações ainda estão em curso, mente…. As negociações estão em curso, mas já nas propostas do Governo entregues aos sindicatos em novembro pretendia que os professores fossem agrupados em mapas intermunicipais passando para as Comunidades Intermunicipais a área geográfica de colocação. Segundo constava, a colocação de professores passaria a ser feita por um Conselho Local de Diretores que adotaria critérios além da graduação profissional, de acordo com o “perfil adequado” para determinada escola.
Esta foi a gota de água para os professores.
Quem conhece o sistema educativo sabe que para os professores a sua graduação é “sagrada”.
É a única forma de contratação que consideram justa e realista e é o que os faz progredir na carreira.
Alterando estas “regras”, o Ministério altera tudo o que sempre foi defendido pelos professores. Junta uma classe profissional que já nada tem a perder porque em duas décadas perdeu tudo, dinheiro, prestígio, respeito, condições de trabalho, valorização social do seu papel, anos de serviço, expectativas de progressão na carreira e de reforma. Nesta altura, a entidade patronal destes profissionais intelectuais aquilo que faz é afundar ainda mais a sua dignidade.
Nesse sentido, os professores não compreendem a passividade dos tradicionais sindicatos como a FENPROFF e a FNE, nesta mais que justa luta, logo agora que está toda a comunidade escolar unida. Não, não perdoam a ausência na segunda maior manifestação de sempre da classe!
O que vimos foi uma grande manifestação organizada por um sindicato com menos de 2000 sócios, onde quem fez os cartazes foram os professores, sem as tradicionais bandeiras vermelhas, uma manifestação livre, cheia de vida, uma luta onde a FENPROF e o PCP foram nitidamente ultrapassados.
Jaime Gonçalves
Secretario-Geral PSD Barreiro
18.01.2023 - 19:24
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