opinião

Cuidado com as companhias
Por José Paulo Rodrigues
Barreiro

Cuidado com as companhias<br />
Por José Paulo Rodrigues<br />
Barreiro À medida que nos aproximamos dos 50 anos do 25 de abril, persiste em muitos, inclusive em mim, a crença na capacidade de reavivar a esperança nos direitos fundamentais à vida. Ideais que englobam os direitos de liberdade e igualdade, direitos à educação, à proteção da saúde, ao trabalho digno, à habitação adequada, à segurança social, à justiça, entre outros.

É a esperança no crescimento e bem-estar, conquistados através da liberdade, que nos continua a inspirar.
Hoje, os portugueses vivem num cenário de incerteza em relação ao futuro, desprovidos da alegria de progredir e do entusiasmo pela conquista.
Como explicar à geração mais bem preparada de sempre que lhes são oferecidos empregos precários, com salários que mal ultrapassam o salário mínimo? Como lhes dizer que esse salário não é suficiente para aspirar a ter um lar ou formar uma família?
Como consolar aqueles que enfrentam uma carga fiscal insuportável, com que o Estado os sufoca? E o que dizer àqueles que não encontram nos serviços públicos as respostas que esperavam, deixando-os vulneráveis e desamparados, especialmente em questões de saúde, educação, justiça e apoio na velhice?
E aos que passaram a vida trabalhando e esforçando-se, para agora receberem uma migalha da Segurança Social, deixando-os numa vida de angústia e incerteza?
Como confortar aqueles cujos sonhos escapam por entre os dedos devido à inoperância e incompetência dos governantes?
O que dizer aos portugueses que se revoltam diante dos casos de corrupção que minam a sociedade, fazendo-nos desconfiar da eficácia da justiça e da seriedade de toda a classe política?
Não podemos simplesmente dizer-lhes para terem paciência. Não! Decididamente não.
Diante do cenário atual, é compreensível que a indignação se avolume e o desejo de “mandar tudo à fava” ganhe força. Contudo, é crucial não permitir que esse sentimento nos conduza a becos sem saída ou soluções ineficazes. A nossa reação não deve ser de resignação perante as circunstâncias, mas sim de cautela ao escolhermos as nossas companhias.
É verdade que não fomos governados à altura das nossas ambições, mas este é o momento de mudar o rumo do País. É hora de trazer para o Governo de Portugal a competência e a ambição que nos permitam aspirar a uma vida melhor. Aspirar a uma justiça célere e eficaz contra qualquer forma de corrupção e onde o exercício dos cargos públicos não esteja ao alcance dos incompetentes.
Trata-se da vida das pessoas. Não nos podemos deixar aprisionar por preconceitos ideológicos que limitem nossa liberdade de escolha.
Não posso, não quero e não devo dar palco a aventureiros não confiáveis que captam o descontentamento das pessoas, mas são incapazes de oferecer um modelo de governo que atenda às suas necessidades.
Não posso, não quero e não devo continuar a fazer as mesmas escolhas e esperar que o resultado seja diferente. Não será!
Acredito que seja possível trazer esperança para Portugal e para os portugueses. Trazer credibilidade, cumprir promessas e honrar a palavra. É tempo de concentrar esforços para resolver os problemas das pessoas e restaurar a confiança de que sua vida pode melhorar.
Parece haver um caminho. Oxalá seja a hora da maioria de nós o trilhar.
José Paulo Rodrigues
Mandatário da Aliança Democrática no Concelho do Barreiro

09.02.2024 - 20:38

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