opinião

QUEM TE QUEBROU O ENCANTO NUNCA TE AMOU
Por Vera Rocha
Moita

Foi aqui, neste sítio do poema que nasci, foi aqui nesta bonita e encantadora terra que dei os primeiros passos pelas mãos de quem foi filho de quem também cá nasceu e sempre trabalhou, também eu pelo encanto, escolhi cá ficar.

O concelho da Moita tem um encanto especial, um fazer bater no peito pela aragem de Abril, da liberdade e de muitas lutas, um povo que sempre soube resistir antes de 1974 e que prontamente a seguir a Abril, lado a lado com as autarquias, fez acontecer coisas bonitas, e o encanto que têm, responder onde quer que se vá “eu sou da Moita”.
No ano em que se comemoram os 50 anos da Revolução, que este concelho de Abril, sitio de poemas, de homens da terra e do leme saiba manter o encanto, afinal á Revolução e aos seus construtores devemos as conquistas, as realizações, os valores e os ideais que permanecem na memória e no coração do povo que ama a liberdade, a justiça e o progresso, e são um guia para a acção na construção de um País mais fraterno e solidário, mais livre, democrático e desenvolvido.
Abril tem as suas raízes em anos e anos de luta, de resistência ao fascismo, de homens, mulheres e jovens que deram tudo de si próprios, incluindo a própria vida.
O povo do nosso concelho não virou as costas, também eles ajudaram a fazer e a consolidar Abril, juntando o seu encanto aos muitos que também da arte e da música fizeram a sua forma de luta, a sua forma de denúncia.
E se nestes 50 anos de Abril te quebrassem todo este encanto?
O executivo PS que actualmente gere os destinos da Moita parece empenhado, não em comemorar, valorizar e lembrar Abril, mas sim em contrariar tudo aquilo que ABRIL nos trouxe … e tudo fazem para o contrariar e para fazer esquecer ABRIL.
Por um lado, batem com a mão no peito quando se fala de ABRIL mas ao mesmo tempo tentam proibir um desfile popular comemorativo de ABRIL, os mesmos que se dizem democratas mas que retiram pendões de ABRIL, os mesmos que se dizem defensores dos direitos dos trabalhadores mas retiram faixas do movimento sindical.
E quando pensava eu que não quebravam mais nada, rapidamente me surpreendem, usam uma desculpa esfarrapada de uma escola passar a secundária, para retirar o nome à escola, escola essa que tinha o nome de José Afonso.
Neste concelho de Abril, sitio de poemas é caso para não esquecer que,
“No céu cinzento sob o astro mudo, batendo as asas pela noite calada, vêm em bandos com pés de veludo, chupar o sangue fresco da manada”
De facto valorizar e defender ABRIL não se mostra pelas palavras, fosse isso verdade e este executivo era um acérrimo defensor dos valores de ABRIL, defender os valores de ABRIL faz-se nos actos de todos os dias, e nesses ,este executivo PS tudo faz para o desconstruir.

Vera Rocha

20.09.2024 - 00:13

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