opinião
Os trabalhadores e a gestão PS na Moita
Por João Figueiredo
Moita
Se num primeiro momento assistiu-se a uma onda de perseguição e intimidação a vários trabalhadores, tivessem ou não alguma filiação ou simpatia partidária, na realidade, pouco a pouco, este tipo de comportamento alargou-se e assentou arraiais em quem de alguma forma possa ter mostrado desagrado com as opções da gestão PS.
Este tipo de comportamento, vil, degradante e inadmissível numa gestão democrática, não só levou a um esvaziamento de quadros competentes e conhecedores do concelho, como inclusive alargou-se a “boys e girls” trazidos pelo aparelho socialista, que descontentes com o clima asfixiante sobre os trabalhadores ou em desacordo com as opções de gestão, resolveram rumar novamente a outros caminhos. Exemplos não faltam, e alguns são bastante notórios.
Simultaneamente, temos assistido ao longo destes três anos de mandato a uma falsa simpatia pelos trabalhadores, que se repete com elogios à excelência do trabalho desenvolvido, para logo depois, a cada questão onde o executivo do PS se mostra incapaz de dar resposta, se descartarem com “os serviços”, essa entidade sem rosto onde cabem todos os trabalhadores e nenhum autarca, esses sim, aos quais podem e devem ser assacadas todas as responsabilidades de gestão.
Um clima destes, mesmo que não afecte directamente todos os trabalhadores, e não afecta muitos, tem vários efeitos. Um dos quais é dinamitar confiança e capacidade de iniciativa de muitos trabalhadores, que para não terem mais problemas, limitam-se a cumprir ordens, sem comunicar as suas interrogações e assim sem poder contribuir para a melhoria dos serviços.
Ao mesmo tempo, nenhum dos dirigentes actualmente em serviço, está colocado por concurso. Ou seja, são todos nomeados a título provisório. O que significa que estão sempre à mercê dos humores do executivo PS, podendo ser destituídos a qualquer momento.
Por outro lado, também a necessidade de contratar novos trabalhadores, tanto pelas novas competências entretanto descentralizadas para o município, como para suprir as necessidades já existentes, são usados como forma de colocar nos quadros do município o aparelho socialista. Seja por mobilidade, seja entrando na função pública por concurso, são vários os autarcas eleitos pelo PS nas autarquias do concelho da Moita que ao longo deste mandato entraram para a Câmara Municipal da Moita.
Este tipo de comportamento dos autarcas do PS tem claras implicações na qualidade do trabalho desenvolvido pelo município e no modo como este se relaciona com os munícipes e instituições. Mas é sobretudo uma traição aos trabalhadores que estão de corpo e alma ao serviço das populações nas autarquias, sempre prontos a dar o melhor de si ao serviço de uma população e de um município.
Este é apenas o retrato de uma das facetas de uma gestão sem rumo do PS na Moita, incapaz de gerir o presente e incompetente a preparar o futuro.
É preciso mudar de página. No projecto da CDU todos contam, e todos têm voz. É fundamental respeitar e credibilizar os trabalhadores das autarquias. Criar proximidade é fundamental, não só numa lógica de conhecimento dos processos, mas também pela valorização daqueles que fazem acontecer o dia-a-dia. Compete-nos mostrar que os serviços públicos só serão mais fortes com trabalhadores valorizados.
João Figueiredo
Membro da Assembleia Municipal da Moita
Militante do PCP
18.11.2024 - 11:35
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