opinião

Hipocrisia em Dobro: O PCP e a Gestão dos Trabalhadores na Moita
Por Daniel Serpa
Moita

Hipocrisia em Dobro: O PCP e a Gestão dos Trabalhadores na Moita  <br />
Por Daniel Serpa<br />
Moita Se estava ciente da hipocrisia que existe em alguns discursos populistas, hoje deparei-me com o cúmulo dessa hipocrisia, ao ler um recente artigo de opinião de um militante do PCP e membro da Assembleia Municipal da Moita sobre a Gestão dos Trabalhadores do Município da Moita.

O texto, recheado de acusações de arrogância, perseguição e desrespeito aos trabalhadores, parece mais um desabafo político do que uma análise equilibrada da realidade. Embora críticas sejam necessárias para melhorar, algumas das suas acusações soam exageradas e carecem de um olhar mais justo.

Primeiro, vale lembrar que mudanças de gestão, especialmente quando há alternância de partidos, costumam trazer desafios e resistências naturais. Acusar o PS de nomeações políticas e "aparelhamento" é ignorar aquilo que a própria CDU faz, basta ver onde estão alguns dos ex-autarcas do nosso Concelho. Criticar essas nomeações sem mencionar como o próprio partido lida com processos semelhantes, em concelhos muito próximos da Moita, não é apenas injusto, mas também pouco transparente.

Além disso, o autor fala de uma "falsa simpatia" do executivo PS pelos trabalhadores, como se fosse impossível elogiar o esforço de uma equipa enquanto reconhece falhas nos serviços. Será que isso é realmente incoerente? Reconhecer problemas não é sinal de desprezo; é, muitas vezes, um passo necessário para melhorar processos. Outra questão levantada é o alegado clima de desmotivação entre os trabalhadores. Mas será mesmo que o "clima asfixiante" descrito reflete a realidade de todos ou é uma interpretação subjetiva de alguns casos? Apontar problemas sem dados concretos corre o risco de ser apenas retórica política.
O mais curioso é o apelo do autor para "respeitar e valorizar os trabalhadores", como se isso fosse uma bandeira exclusiva da CDU. No entanto, não é segredo que, durante os anos em que a CDU liderou a Moita, a maioria dos desafios enfrentados pelos trabalhadores não foram resolvidos. Essa tentativa de pintar um passado idealizado e um presente caótico é pouco convincente para quem acompanhou de perto a evolução do município.

Em vez de se prender a discursos inflamados, seria mais útil pensar em como construir um município mais forte e unido, onde trabalhadores, autarcas e população possam colaborar para um futuro melhor. E isso exige mais do que acusações; exige diálogo, respeito e propostas concretas, coisa que a CDU não faz.
Olha para o que eu ESCREVO, não para o que eu FIZ durante 46 anos, deveria ser o título do artigo de opinião deste responsável político da CDU.

Daniel Serpa
Membro da bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal da Moita

20.11.2024 - 12:50

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