opinião
Comemorar Abril é proteger o hoje e construir o amanhã.
Por João Figueiredo
Moita
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Ou seja, comemorar Abril é fundamental para defender o que hoje somos, assim como é imprescindível para construir o que queremos ser amanhã.
No Concelho da Moita há muitos anos que um dos pontos altos das comemorações de Abril é o Desfile da Liberdade, onde se junta o povo e as suas associações. E porquê as associações? Porque são estes organismos populares o primeiro degrau da Democracia, onde muitos, mesmo durante a ditadura fascista aprenderam o que é a Democracia, praticando-a. E sair à rua para comemorar Abril é praticar a Liberdade e defender a Democracia.
Mas os tempos recentes têm comprovado que a Democracia necessita de ser protegida todos os dias. E se no panorama nacional e internacional são muitas as nuvens escuras que se abatem sobre Democracia, ao nível local a situação não é muito diferente.
O actual poder autárquico do Partido Socialista (PS) não soube, nem quis, respeitar este passado e desde o primeiro momento colocou entraves e dificuldades várias à realização do desfile. Se os executivos do PS têm a legitimidade de quem foi eleito pelo povo para decidir não organizar o desfile, não existe qualquer tipo de legitimidade para impedir que outros o façam. E o que distingue a democracia das outras formas de poder é precisamente a sua legitimidade face aos cidadãos.
Nestes 4 anos, foram muitas as manobras para impedir ou dificultar a realização do Desfile da Liberdade, desde pareceres a evocar leis cuja aplicação não se enquadra num evento político ao desaparecimento de materiais de divulgação do desfile.
Mas em Democracia, a legitimidade do poder também passa pela forma como o poder é exercido em benefício da população. O poder democrático tem que estar ao serviço da população, estabelecendo relações de confiança no relacionamento com o povo, que no poder local tomam especial força no carácter e no comportamento de quem detém momentaneamente o poder executivo.
Se comemorar Abril é estar com o povo na rua, durante 4 anos os executivos das autarquias do PS no concelho da Moita optaram não só por se excluir, mas também por “sabotar” o Desfile da Liberdade. O PS Moita optou assim por se afastar de Abril, por se excluir desse exercício de memória e de construção de um futuro com paz, liberdade, direitos políticos, cívicos, culturais e laborais.
Como todos os dias se comprova, a democracia não se proclama, exerce-se. E descer a avenida para participar no Desfile da Liberdade na Moita é sinónimo do exercício da democracia no nosso Concelho. Uma democracia que é de todos, que precisa de todos e que se recusa a estar refém dos ditames de quem não sabe estar à altura da legitimidade do cargo que ocupa.
Este é o desafio do Desfile da Liberdade no meu Concelho, um desfile que demonstra como a Liberdade é frágil e como precisa de ser protegida todos os dias, por todos os democratas, com e sem partido, e de todos os partidos.
João Figueiredo
Cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal da Moita
24.04.2025 - 00:56
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