opinião
Mesquinhez e Sectarismo na Homenagem a Daniel Cabrita.
Por José Encarnação
Barreiro

Dessa proposta constava, entre outras, a constituição de uma Comissão de Honra representativa das várias sensibilidades Barreirenses, entre as quais autarcas dos vários partidos representados na Assembleia Municipal às épocas em que Daniel Cabrita foi membro da AM Barreiro. Constavam ainda sindicalistas que trabalharam directamente com Daniel Cabrita, bem como antigos companheiros de prisão no Forte de Peniche.
Na AG da Cooperativa voluntariei-me, juntamente com o José Manuel Encarnação, para colaborar na concretização da homenagem. Nesse quadro, propus ao presidente da direcção, um conjunto muito alargado de setenta e quatro nomes para poderem vir a integrar a Comissão de Honra.
Acreditando que a direcção da Cooperativa honraria a decisão da Assembleia Geral, procedi a diversos contactos no sentido de sondar se os contactados aceitariam fazer parte da Comissão de Honra. Desde anteriores sindicalistas até autarcas do PS e do PSD, partidos que à época tinham representação na AM Barreiro, todos e todas me manifestaram a honra que para todos significava integrarem a Comissão de Honra. As pessoas que lerem este meu texto são testemunhas do que afirmo.
Estranhamente, em finais de maio passado fui contactado pelo presidente Rafa Plowden que me informou não ir existir nenhuma Comissão de Honra. Razão apresentada: não havia consenso na direcção quanto aos nomes propostos. Posteriormente e por minha solicitação, foi-me apresentada uma versão diferente e não coincidente da primeira explicação.
Estamos perante uma grosseira anulação de uma decisão da Assembleia Geral de 26 de março. A direcção não tem poderes nem competência para anular decisões de outro órgão, no caso o que tem o poder máxima na Cooperativa.
É uma irregularidade grosseira para não lhe chamar ilegalidade. Mas essa é a parte formal da questão que, não sendo despicienda, não é a mais relevante no plano ético.
A mais relevante e que contrasta com os pergaminhos da Cooperativa assenta na Mesquinhez e no Sectarismo que não devia estar associada à homenagem.
Mesquinhez porque quem decidiu não está à altura da figura e do papel que Daniel Cabrita teve ao longo da sua vida.
Sectarismo porque é conhecido que a esmagadora maioria dos corpos gerentes da cooperativa são pessoas ligadas aos dirigentes locais do PCP e talvez não tenham tido a coragem de contrariar o “mainstream” vigente. Vetar nomes de outras pessoas que não são militantes ou simpatizantes do PCP só fariam “sentido” na estrita esfera do funcionamento do PCP.
A Cooperativa não deve ser “contaminada” com tais páticas.
Tudo isto é grave quanto mais não seja por dois aspectos. O primeiro é que não se conhece qualquer outra homenagem que a Cooperativa tenha levado a cabo sobre cooperadores tão ilustres e simbólicos com foi o caso do Daniel Cabrita. Segundo porque a CCPB não é uma colectividade como todas as outras que existem no Barreiro.
A Cooperativa é uma entidade “empresarial”, uma CRL. E isso não deve ser da compreensão de muitos dos que a dirigem hoje.
Porque nunca me identifiquei com práticas sectárias e porque quem cala consente, tomo a atitude de denunciar publicamente estas formas de gerir a Cooperativa Cultural Popular Barreirense.
No plano formal decidirei das acções a tomar face às irregularidades que levaram a direcção a anular uma parte da decisão da Assembleia Geral.
José Encarnação, cooperador nº 256
Barreiro, 12 de junho de 2025
13.06.2025 - 21:26
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