opinião

Dezenas de doentes no Montijo necessitam de cuidados continuados e paliativos
Por José Bastos

A Câmara tem obrigação de pressionar o Ministério da Saúde para que se inicie o cumprimento do protocolo na área dos cuidados continuados, uma vez que há espaço desocupado no Hospital, onde podem ser instalados estes serviços.

Existem dezenas de doentes no nosso concelho que necessitam de cuidados continuados e paliativos. As famílias vivem em grande sofrimento. Só quem já passou por uma situação desta é que sabe quanto necessários são estes serviços no Montijo.

Em Junho de 2006 o governo aprovou a rede de cuidados continuados no qual se inserem os paliativos.

Num ano não é possível instalar muitos serviços, porque faltam instalações e recursos humanos, pois o pessoal especializado nesta área: médicos, enfermeiros e psicólogos são em número reduzido, porque esta especialidade começou há 15 anos. Num ano foram criados dez serviços, mas a rede de cuidados no SNS tem que aumentar aceleradamente nos próximos anos para que abranja todo o país

Os cuidados de saúde paliativos são cuidados de saúde rigorosos, científicos e humanizados, que só podem ser prestados por profissionais devidamente treinados, inseridos numa equipa, e que têm como objectivo apoiar o doente e a família.

O principal objectivo destes cuidados é que os doentes incuráveis acabem a vida com a maior dignidade e com o menor sofrimento, tanto para eles como para as famílias.

Apesar dos grandes avanços da medicina, existem ainda hoje muitas doenças incuráveis, mas que os doentes duram meses e muitas vezes anos. O aumento médio de vida foi uma das grandes conquistas da humanidade no século XX, mas existem muitos idosos com uma vida prolongada que passam o último período da sua vida acamados.

Os custos destes cuidados, prestados em unidades privadas, são incomportáveis para a classe média.

Para as famílias de menores recursos financeiros, que têm um familiar a necessitar destes cuidados a situação é verdadeiramente dramática, porque os afecta a todos psicologicamente e não sabem a quem recorrer.

Uma política de saúde de apoio a estes doentes só pode solidária com a intervenção do S:N.S, para o qual todos pagamos e que serve para acudir às dificuldades de cada um em caso de doença

O protocolo assinado entre a presidente da Câmara de Montijo e o Ministério da Saúde em 24/02/07, prevê no artigo 1º ,que o Hospital de Montijo a integrar no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo , tenha uma resposta qualificada na área de cuidados continuados.

O Centro de Saúde de Montijo está a funcionar provisoriamente, por motivo de obras nas suas instalações, numa zona do Hospital, com algumas dezenas de camas que estava desactivada.

Quando as obras acabarem no Centro de Saúde, o que segundo penso não leva muito tempo, esta zona do hospital ficará novamente desactivada, pelo que seria normal e muito útil à população que ali fosse instalado um centro de cuidados continuados e paliativos.

Quando se discutiu o protocolo entre a Câmara e o Ministério da Saúde, por causa das urgências, criou-se um clima emocional, por causa do encerra não encerra as urgências que pouca importância se deu à criação no nosso hospital de uma valência de cuidados continuados e paliativos.

A Câmara tem obrigação de pressionar o Ministério da Saúde para que se inicie o cumprimento do protocolo na área dos cuidados continuados, uma vez que há espaço desocupado no Hospital, onde podem ser instalados estes serviços.

Existem dezenas de doentes no nosso concelho que necessitam de cuidados continuados e paliativos. As famílias vivem em grande sofrimento. Só quem já passou por uma situação desta é que sabe quanto necessários são estes serviços no Montijo.

Quando temos saúde raramente nos lembramos que pudemos cair numa situação destas. Se somos novos não pensamos sequer que chegamos a velhos, quanto mais acreditarmos que um dia poderemos ficar acamados.

As instalações existem, o protocolo foi assinado, vamos lutar para que o serviço seja instalado o mais rapidamente possível, pois existem muitos doentes e respectivas famílias com necessidade dele.

José Bastos

29.6.2007 - 2:09

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