cultura
Associação Barreiro Património Memória Futuro
Barreiro - Património cultural material, imaterial e paisagístico caso único no País

Associação Barreiro Património Memória Futuro, num agradecimento pela distinção “Rosto do Ano 2022 - Área da Cultura”.
Agradecimento pela distinção “Rosto do Ano 2022 - Área da Cultura”
«(...) o património cultural de uma comunidade é composto de todas as manifestações materiais e imateriais que contam a história de um povo e a sua relação com o meio ambiente. É o legado que herdámos e que transmitimos às gerações futuras. (…)», in Declaração de Caracas (1992).
Desde 2010, ano da constituição da Associação Barreiro Património Memória Futuro, que iniciámos um caminho longo e difícil que é o da defesa, salvaguarda e divulgação do nosso património cultural, material e imaterial. Caminho de “corredores de fundo”, num País que não tem valorizado suficientemente a importância cultural e identitária dos testemunhos do passado como instrumentos fundamentais do desenvolvimento centrado no ser humano.
O património cultural do Barreiro é o nosso capital social. Constitui, por isso, ferramenta de desenvolvimento, de participação cidadã, de valorização de uma paisagem cultural urbana, industrial e multicultural. O Barreiro possui um património único no País e, por essa razão, já deveria ter sido classificado integralmente como Património Nacional.
Assim, é necessária uma leitura que assinale as marcas da acção humana ao longo dos séculos, tornando visíveis os processos de produção, o trabalho especializado, os avanços técnicos e tecnológicos, os tempos de lazer, recreio e luta, os apoios sociais e associativos, e apostar na investigação do passado ao serviço do futuro e no restauro de bens com valor patrimonial, num espírito que integre uma gestão democrática, com a participação da sociedade civil e das suas representações (movimentos, associações, fundações, poderes públicos, privados, parcerias público-privadas, universidades, politécnicos, etc), e sempre no respeito pelas leis existentes e pelas diversas cartas e declarações internacionais subscritas pelos governantes portugueses.
O Barreiro, nos seus 36 km2 é, do ponto de vista do património cultural material e imaterial, incluindo o paisagístico, caso único no País. Necessita de um olhar abrangente, não preocupado com imediatismos eleitoralistas ou marcadamente mercantilistas, mas sim com um projecto que integre todo o vasto património no seu respeito e grandeza. Desta história industrial ficou-nos uma herança: é o valioso conjunto de património cultural edificado, ímpar no País. Assim o comprovam os seguintes imóveis classificados, ou em Vias de Classificação:
Os Imóveis da CUF como Conjunto de Interesse Público; o Complexo Ferroviário do Barreiro em Vias de Classificação de nível Nacional; a Real Fábrica de Vidros Cristalinos de Coina como Imóvel de Interesse Público; o Sítio de Alburrica, Mexilhoeiro e seu Património Moageiro, Ambiental e Paisagístico - Classificado como SIM - Sítio de Interesse Municipal e ambiental, pois que estamos perante aquilo a que a UNESCO designa de Paisagem Cultural Humana.
Ao longo destes anos temos procurado que os barreirenses e os governantes, a nível local, regional e nacional, compreendam a importância de proteger e divulgar o nosso património cultural e, simultaneamente, que ajudem a que este se transforme num factor de mais desenvolvimento social e cultural.
Esta é a defesa que temos vindo a fazer do nosso património, temos caminhado com os nossos associados, com os barreirenses que integram a Plataforma Cidadã Braamcamp é de Todos, com o Forum Património, na pessoa do Engenheiro Vítor Cóias, com o ICOMOS, na pessoa da sua presidente, a Arquitecta Doutora Soraya Genin, com a Associação Portuguesa de Arqueologia, com o Centro de Investigação ESTEJO, nas pessoas da Arquitecta Fátima Silva e do Arquitecto Rodrigo Dias, a Professora Doutora Deolinda Folgado, com a responsável pela elaboração dos procedimentos de classificação da CUF e dos Caminhos-de-ferro no Barreiro, com o Dr Luís Raposo, vice-presidente da Associação de Arqueólogos Portugueses, como o Professor Doutor Carlos Antunes, do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da FCUL, com o Professor Doutor Jorge Custódio, profundo conhecedor do Barreiro, onde trabalhou e investigou em diversas áreas ligadas à arqueologia industrial, com a Dra Madalena Alves Pereira, a todos o nosso profundo agradecimento.
Este galardão do Jornal Rostos, através da apreciação de júri qualificado, é para nós um incentivo a continuarmos o trabalho de cooperação entre especialistas, não especialistas, interessados no património, organismos públicos e não públicos, esperando que cada vez mais pessoas se juntem neste processo de salvaguarda do nosso património cultural e pelo desenvolvimento sustentado da nossa comunidade.
O nosso obrigado pela escolha e pela coragem e clarividência de o fazer.
11 janeiro 2023
Associação Barreiro Património Memória Futuro
11.01.2023 - 17:20
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