cultura
Associação de Municípios da Região de Setúbal
Leitura Pública valoriza participação da Comunidade na construção da Democracia
O XI Encontro da Leitura Pública foi realizado como objetivo de celebrar o 50º Aniversário da Revolução de 25 de Abril, marco maior da história portuguesa, afirmação de Liberdade e Democracia; de valorizar as Bibliotecas Públicas Municipais, enquanto impulsionadoras da Democracia; de exaltar o Livro e a Leitura no acesso à informação, como essência das Bibliotecas Públicas Municipais e de reconhecer as Bibliotecas Públicas Municipais enquanto espaços de encontro e participação das comunidades, fundamentais ao desenvolvimento da cidadania.
O Presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, André Martins, na sessão de abertura, em que participaram Maria Clara Silva, Presidente da Câmara Municipal do Montijo, Sofia Martins Secretária-Geral da AMRS e Sandra Moura Dias, Diretora de Serviços da DGLAB – Direção Geral do Livro, do Arquivo e das Bibliotecas , afirmou que “este Encontro integrou um Programa Regional vastíssimo, com milhares de iniciativas promovidas pelos Municípios e Freguesias da Região, com o forte envolvimento do Movimento Associativo e das Instituições e uma ampla participação popular que, nos dão esperança e confiança de que os valores de Abril são elementos essenciais na construção da Democracia”.
Tendo sublinhado a importância da participação das comunidades e das políticas públicas de proximidade, nomeadamente as que encontram nas bibliotecas o espaço de promoção de leituras e de conhecimento e destacando que “O Poder Local Democrático e a própria AMRS são conquistas de Abril”, e que desde a primeira hora este novo poder procurou soluções para a melhoria da qualidade de vida das suas comunidades e “por isso afirmamos que a nossa Rede de Bibliotecas foi a primeira rede do país, uma rede de partilha de cooperação e colaboração que infelizmente, não tem o reconhecimento institucional da Administração Central que, criou a regra e esquadro um figurino de redes de bibliotecas assentes em CIM s e Áreas Metropolitanas e não soube reconhecer o que se criou sem ser por decreto, da realidade concreta, da vontade de profissionais e do Poder Local Democrático”.
O XI Encontro da Leitura Pública “Bibliotecas públicas Municipais – Participação da Comunidade, Construção da Democracia!” é também esse espaço de afirmação de uma experiência alicerçada na proximidade com as populações e na sua participação e, na vontade de ter um papel efetivo no acesso à informação e ao conhecimento”, refere André Martins.
Ao longo do dia, foram vários os temas a debate, sendo consensual entre os participantes que é essencial o investimento público nas Bibliotecas Púbicas Municipais e a valorização e capacitação dos seus profissionais, nomeadamente dos Bibliotecários, como sublinhou Teresa Calçada na Conferência Inaugural “Educação, Cultura e Direitos Humanos” ao sublinhar que “as bibliotecas continuam a ser o lugar por excelência da democracia - não podemos, não devemos, e não queremos, deixar que percam o seu papel e a centralidade a que nos habituaram na história social e dos direitos humanos. Enquanto casas de leitura(s), cultura, conhecimento e saber, contamos sempre com elas para nos acolher e confortar.
É, pois, suposto que, no quadro das políticas públicas, mereçam dos poderes políticos um apoio inquestionável e efetivo, já que servem os mais preciosos valores humanos.”
Na “Conferência Manifesta-te!” Olga Cidades e Rui Neves trouxeram o resultado de um estudo da Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Setúbal (RIBRS) sobre a aplicação das missões do Manifesto da UNESCO para as Bibliotecas Públicas (MUBP) nas bibliotecas constituintes da RIBRS e consideraram o Manifesto como o roteiro que tem suportado e orientado o caminho realizado pelas bibliotecas públicas municipais ao longo dos últimos quarenta anos em direção à criação de um país democrático e desenvolvido tal como preconizado no alvor do “25 de Abril de 1974”.
Sendo esta ideia acompanhada por Manuela Barreto Nunes na sua Comunicação “Uma pequenina luz bruxuleante": o Manifesto da UNESCO sobre as Bibliotecas Públicas em Portugal (1949-2022)”, que problematizou “como terá chegado o Manifesto ao conhecimento dos bibliotecários portugueses, que publicidade teve, qual terá sido o seu impacto no pensamento sobre as bibliotecas? E a versão seguinte, publicada em 1972? Como foi que este Manifesto se tornou o guia orientador da criação e desenvolvimento da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas? Nalguma época a redação do manifesto teve colaboração portuguesa?”.
A Mesa Redonda “Participa!” trouxe na voz de Paula Margato e Susana Filipe a Maleta Pedagógica da Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Setúbal, Atividade Complementar no âmbito do XI Encontro de Leitura Pública – “Democracia em Construção – Biblioteca de Recursos”.
Seguindo-se Daniela Martins que partilhou as estratégias de proximidade da Biblioteca Municipal de Pombal e as suas alterações em função das dinâmicas do contexto, com a comunicação “Caminhos de participação e proximidade - experiência(s) da Biblioteca Municipal de Pombal “.
Paulo Leitão revelou na sua comunicação o “lado lunar” da inteligência artificial – “A inteligência artificial: breve panorâmica”, construindo uma intervenção sobre as bibliotecas públicas e a inteligência artificial: dimensões de impacto. A organização da informação, a prestação de serviços e o acesso à informação. Casos de estudo e problemáticas.
O XI Encontro da Leitura Pública foi um amplo espaço de debate sobre o papel das Bibliotecas e da sua relação com a Comunidade na construção da Democracia e tal como refere o Manifesto da Unesco para as Bibliotecas Públicas “A liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais. Só serão atingidos quando os cidadãos estiverem na posse da informação que lhes permita exercer os seus direitos democráticos e desempenharem um papel ativo na sociedade. A participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma educação satisfatória, como de um acesso livre e ilimitado ao conhecimento, ao pensamento, à cultura e à informação."
A AMRS e a Rede Intermunicipal de Bibliotecas Públicas da Região de Setúbal, enriquecidas pelo debate deste encontro, prosseguem o seu trabalho para a cada dia, em cada Biblioteca da Rede se tornar realidade esta “participação da Comunidade na Construção da Democracia”.
Fonte - AMRS
25.11.2024 - 10:00
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