cultura

Grupo Coral da UTI Barreiro – CORUTIB
Um projecto com “vozes para cantar”

Grupo Coral da UTI Barreiro – CORUTIB<br>
Um projecto com “vozes para cantar” Com apenas quatro anos de existência, completados no dia 4 de Abril, o CORUTIB conta com cerca de 80 actuações e um variado repertório, incluindo trechos de autores portugueses e estrangeiros e abrangendo diversos géneros musicais. A participação e a promoção de encontros corais nacionais e internacionais é um dos seus objectivos centrais de forma a divulgar a música coral, sempre numa perspectiva de contribuição para uma permanente educação pela arte.

A título quase experimental, o Grupo Coral da UTIB encetou as suas aulas no dia 4 de Abril de 2003. Com apenas 26 coralistas e sob a direcção técnica e artística da Professora Olga Panchenko, este coro misto surgiu de um projecto da Universidade da Terceira Idade do Barreiro (UTIB). Actualmente, o coro, composto por alunos e formadores da UTIB, ronda os 48 elementos, distribuídos por sopranos, mezzosopranos, 1º e 2º contraltos, tenores, barítonos e baixos. A sua actividade prende-se essencialmente com a aprendizagem da técnica vocal, teoria musical, postura de grupo e com a procura de sonoridade própria.

Realizou cerca de 80 concertos em vários pontos do país

Este projecto, que nasceu um pouco por brincadeira, reveste-se agora de uma maior responsabilidade fruto de muito empenho e trabalho de todos aqueles que, para além do convívio, partilha e do gosto pela musica coral, quiseram alargar as suas vivências musicais, através da prática do canto e da aquisição colectiva de conhecimentos musicais e de técnica vocal. Apesar de contar uma história recente, o CORUTIB já realizou cerca de 80 concertos em vários pontos do país. Participou em diversos encontros de coros, eventos oficiais da UTIB, festas comemorativas da cidade e do concelho, datas comemorativas de escolas entre muitas outras. Recentemente, o CORUTIB, a convite do CAUM (Coro Académico da Universidade do Minho), participou no VIII Encontro de Coros Universitários que se realizou no mês de Março em Vieira do Minho e Braga. Por ocasião do seu 4º aniversário, promoveu o II Encontro de Coros do Barreiro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita e realizou, dia 3 de Junho, um concerto na Igreja Matriz de Albufeira.
Ao longo destes 4 anos, o repertório do CORUTIB têm vindo a aumentar, quer em número, quer em diversidade de géneros musicais, incluindo neste momento, desde o clássico religioso ao profano, do popular português ao estrangeiro e ao espiritual negro.

Maestrina Olga Panchenko

Para saber mais sobre o CORUTIB, o “Rostos” foi espreitar um dos seus ensaios e falar com a Maestrina Olga Panchenko. Comecemos por apresentar a regente do coro:
Nascida na Ucrânia em 29 de Novembro de 1960, é licenciada em Educação Musical pelo Instituto de Estudos Superiores de Slavyansk, na Ucrânia, tendo feito a especialização na Bielo-Rússia. Em 1981 obtém o primeiro lugar num concurso de instrumentos, na área de acordeon e em 1984 o 3º lugar no Concurso/Festival de Regentes e Harmonizadores em Minsk. Trabalhou como regente na casa da Cultura na Bielo-Rússia e como professora de música na Ucrânia, onde fundou em 1990, um estúdio de formação artística na área de canto ligeiro, tendo a seu cargo a preparação de jovens cantores entre os 5 e os 18 anos de idade. Fez ainda arranjos musicais, com os quais se candidatou a concursos nacionais e internacionais na Polónia, Bulgária e Kiev. Em 2000 imigra para Portugal onde integra, dois anos depois, a equipa de trabalho do projecto EQUAL. Actualmente, para além de regente do CORUTIB é professora de Educação Musical dos 1º e 2º ciclos do Ensino Básico no Colégio Minerva e organista numa igreja em regime de voluntariado.

Eles trabalham muito, não desistem

Olga Panchenko assumiu, em 2002, a regência do Coro da UTIB mantendo até hoje o cargo de directora artística do grupo. A maestrina assegura a formação teórica musical e realiza ainda arranjos e composições instrumentais e corais. Quatro anos decorridos e com algumas crises pelo meio, encontraram finalmente o caminho a seguir, a tal sonoridade própria que procuravam ter, mas nem tudo foi fácil. “No início, com apenas 26 pessoas, não sabíamos que direcção íamos ter, o que íamos cantar, eu não conhecia bem a cultura portuguesa…”, contou a maestrina, prosseguindo: “começámos muito por brincadeira, uns queriam continuar a brincar mas aqueles que chegaram com mais qualidade vocal queriam mais.” Actualmente, os progressos são enormes e todos estão satisfeitos com o percurso que o coro tem vindo a traçar. Olga Panchenko referiu que “Este ano trabalhamos mais com a qualidade” e atesta que: “conseguimos muito”. Uma das maiores dificuldades deve-se à idade dos coralistas. A voz mais rouca ou uma respiração mais débil são características da idade que não se alteram mas que trabalhadas ainda têm muito para dar. E, segundo Olga Panchenko, “eles trabalham muito, não desistem”. Exigente, confessa que “é preciso ter pulso forte” e afiança que: “entre nós só tem que estar a música e não outra coisa qualquer”. Para Olga, três regras essenciais são sentir aquilo que se canta, respeitar e ouvir o colega, pois só assim se consegue chegar à harmonia e ao equilíbrio. “Eles dizem que eu nunca estou contente”, mencionou entre risos mas autentica que os coralistas “dedicam-se mais com a exigência”.

primeiro estranha-se e depois entranha-se

À conversa com membros do coro, é visível o seu entusiasmo neste projecto. “Isto começou um pouco por brincadeira, sabe? Nunca pensámos que fosse mesmo dar”, asseguram. O que é certo é que deu e passados 4 anos “tudo corre bem”, afirma outro dos coralistas. Apesar de serem poucos aqueles que tiveram alguma experiência musical anterior, é caso para dizer que aqui está um projecto “com pernas para andar” ou mais literalmente “com vozes para cantar!” Sobre a maestrina são unânimes: “é muito exigente mas se assim não fosse não estaríamos no patamar de qualidade que alcançámos”. Entre risos, confessam ainda, que de início nem sempre as ideias da regente convenceram, “mas depois de torcermos um pouco o nariz a coisa vai…”
A verdade é que Olga Panchenko tem uma visão diferente do que estão habituados e, dando sentido à máxima do poeta, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”. “Entranhado” está também o empenho e orgulho num projecto que tem como objectivo divulgar a música coral, sempre numa perspectiva de contribuição para uma permanente educação pela arte.
O próximo concerto do CORUTIB acontecerá no dia 1 de Julho no AMAC juntamente com a Orquestra Camerata Musical do Barreiro.

Andreia Tavares Belo

3.7.2007 - 13:37

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