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Sesimbra inaugura Centro Cultural Costeiro
Espaço dedicado ao estudo e salvaguarda da identidade marítima
A cerimónia de inauguração contou com a presença de eleitos dos vários órgãos autárquicos, representantes de um vasto conjunto de entidades e muitos sesimbrenses, que testemunharam um acontecimento marcante para a comunidade.
«Hoje não estamos a inaugurar este edifício. Estamos a fazer acontecer e a entregar à comunidade aquilo que é um trabalho de todos, um edifício, um espaço e projeto que poderá ser partilhado por todas as gerações», sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, após o descerramento das placas de inauguração, na fachada principal de um imóvel cheio de história que se encontrava degradado, e que volta a ser devolvido ao usufruto de todos, o que valoriza ainda mais esta aposta da autarquia e de todos os que participaram neste projeto.
«O apoio de todas as entidades, e muito particularmente do mecanismo financeiro EEAGrants, foi fundamental para chegarmos aqui e apresentarmos este projeto que tem uma vertente de investigação ligada à Universidade do Ártico, e que também é extensível à academia virada para a investigação, o património marítimo e ao mar», reforçou, acrescentando que o Centro Cultural Costeiro «é uma extensão do Museu Marítimo de Sesimbra com vários espaços e uma reserva visitável que pode ser usufruída por todos, num conceito mais aberto à população, mais partilhado e mais vivo».
Contudo, o projeto de salvaguarda do património e identidade marítima não está concluído. «A plenitude deste projeto de salvaguarda da identidade marítima incluiu a vertente da construção naval, que será concretizada posteriormente com a abertura do Estaleiro Acácio Vidal Farinha, no Porto de Abrigo», concluiu.
Na cerimónia interveio também José Miguel Marques, diretor do Departamento de Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, do Programa EEAGrants, que destacou a valia do projeto no conhecimento da história e identidade sesimbrense.
«O apoio dos EEAGrants é muito importante, não apenas pelo valor em si, mas por aquilo que consegue fazer, porque cada vez que se reconstrói património cultural lança-se uma luz sobre a escuridão, relembra-se, reaviva-se, preserva-se e transmite-se para o futuro a esperança e conhecimento do passado, garantindo que a história não se perde», disse, lembrando depois, a primeira vez que visitou o edifício.
«Quando o visitei pela primeira vez, este era um espaço vazio, cru. Mas hoje é um edifício magnífico, um centro de cultura sobre a nossa costa, o nosso mar», destacando de seguida a colaboração entre o norte e o sul da Europa que, reforçou, «fez esta obra tão bela».
Após a cerimónia, os presentes tiveram oportunidade de visitar o edifício e conhecer todo o trabalho realizado. Durante a tarde, o Centro esteve aberto para visitas acompanhadas por técnicos do museu. O programa incluiu as Jornadas de Estórias de Mar, iniciativa que percorre as ruas da vila de Sesimbra ao longo do fim de semana.
Dos azulejos às cantarias, das portas às janelas, passado pela própria estrutura, a transformação do edifício onde, em diferentes períodos da sua existência centenária chegou a funcionar um animatógrafo, serviços de tesouraria e finanças, a Mercearia Ideal, coletividades e até habitação, foi um processo complexo e minucioso para acolher esta nova função e distribuir as valências pelos quatro pisos do imóvel.
O piso 0 é reservado ao laboratório de conservação e restauro e à antiga mercearia Ideal, que será inaugurada em breve, com o mobiliário original, e que irá dar lugar a uma loja para promoção e venda de produtos tradicionais.
No piso 1 funciona a reserva visitável e, no piso 2, gabinetes de investigação, documentação, sala do serviço educativo e um auditório/sala de exposições. O último piso é reservado aos serviços da Divisão de Património Cultural.
Para além das suas funções ligadas ao Museu de Sesimbra, o espaço constitui, igualmente um motivo acrescido para visitar a zona central da “piscosa”, e um contributo para devolver uma nova vida e dinâmica ao Largo José António Pereira, um local pleno de história ligada ao próprio edifício, ao Clube Sesimbrense e ao antigo Café Central, que fizeram desta praça o principal ponto de encontro das várias gerações de sesimbrenses e visitantes, durante largas décadas.
Fonte - CMS
25.05.2024 - 17:30
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