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No Auditório Manuel Cabanas – Biblioteca Municipal do Barreiro
“Contratados” de Teresa Guerreiro devia ser reeditado pela CPLP
A obra foi apresentada por João Santamaria, Historiador, Chefe Adjunto do Arquivo Histórico da Marinha.
O evento contou com a presença do Presidente da Câmara Distrital de Lobato, do Embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal, Esterlin Géner, e, da Maria João Regalo, Vereadora da Câmara Municipal do Barreiro.
João Santamaria, Historiador, na sua apresentação proporcionou uma viagem pela história da colonização de São Tomé e Príncipe, em diferentes épocas, desde o período dos descobrimentos no século XV, até ao século XIX, e, ao período de implementação da produção do chá e café, percurso que considerou fundamental se conhecido para ir ao encontro do conteúdo da obra de Teresa Guerreiro, uma obra que defendeu e lançou o reptpo que devia merecer uma reedição especial promovida pela CPLP.
Foi uma tarde com momentos musicais e culturais, um encontro com a história de povos, um tempo para relembrar os que sofreram, perceber os tempos de escravatura e a realidade que emerge na obra de Teresa Guerreiro. Os Contratados, ou um novo modelo de escravatura, num tempo marcado pela crueldade dos homens, que tudo faziam para, apenas, usurpar as riquezas naturais de Santo Tomé e Príncipe.
CONTRATADOS – SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
LIVRO DE TERESA GUERREIRO
SINOPSE
Esta história, leva-nos a São Tomé e Príncipe, estávamos na era colonial, no ano de 1965, tempo de ditadura e repressão, fala também de uma Mulher que foi acompanhar o seu esposo, este um Sargento da Marinha de Guerra Portuguesa, que tinha sido destacado para trabalhar no Gabinete do então Governador Geral Carlos de Sousa Gorgulho, Filipe Aragão teria sido destacado para São Tomé, com guia de marcha assinada pelo Capitão Tenente Almeida Pereira um militar que estava a prestar serviço nesta ilha.
Ao mesmo tempo, esta viagem seria a tão aguardada lua de mel, pois eles tinham acabo de casar.
Uma história, meia verdadeira, meia ficção, que para além de ser um romance, é um tributo ao Povo de São Tomé e Príncipe, nesta história encontramos também algumas partes cómicas.
Isabel Aragão, é uma Mulher heroína, que acredita que vale a pena lutar pela libertação e Independência daquele Povo, mas esta com a ajuda do seu esposo Filipe Aragão e com a ajuda de um grupo de nacionalistas consegue-o.
Falar de CONTRATADOS, é falar de Isabel, é falar do amor, da libertação e da esperança, também ao falar dela, falamos de amizade, de Honestidade, de lealdade, de ética e de rigor.
Isabel Aragão, uma mulher elegante, tinha sido professora de literatura na Universidade Nova de Lisboa, agora atualmente, ocupando o cargo de Diretora na Biblioteca Nacional de Portugal, situada na Cidade Universitária de Lisboa, com 30 anos de idade, casada com Filipe Luís de Aragão, Sargento Mor da Marinha de Guerra Portuguesa, este com 40 anos de idade. Filipe desempenhava anteriormente o cargo de Chefe no Gabinete do CEMA, às ordens do Almirante Paulo Luisello Teixeira Viana, substituído mais tarde pelo Almirante Luíz Bogarin Ribeiro Correia.
O casal Aragão, quando chega a São Tomé, fica a viver na roça rio d’ouro, a convite do seu Administrador Geral Francisco Bolonha, na época esta seria a maior roça de todo o arquipélago, pertencendo à sociedade agrícola Valle Flôr, atualmente conhecida por roça Agostinho neto.
Isabel, era uma mulher inteligente e de uma astúcia elevadíssima, que não se deixava amedrontar com facilidade, mas esta teria cometido um grande erro, tornara-se amiga, defensora e muita querida para o povo de São Tomé e Príncipe.
Nesta história, encontramos também, o tema do massacre de Batepá e todas as barbaridades cometidas pelos responsáveis administradores das Colónias Portuguesas, estes que tinham ao seu serviço, os chamados CONTRATADOS, que seria um estatuto disfarçado para a escravatura, fala também da simplicidade de um povo, meigo, bondoso, gentil e doce.
Para Isabel, estes seriam uns verdadeiros Guerreiros de São Tomé e Príncipe e assim seriam as ilhas que os acolheram.
Autora - Teresa Guerreiro
Prefácio
Na segunda metade do Séc. XV em 1471, os navegadores portugueses Pêro Escobar e João de Santarém descobrem as Ilhas desabitadas de São Tomé e Príncipe. D. João II faz doação por carta régia de 24 de setembro de 1485 a João de Paiva e inicia-se o povoamento do Arquipélago. A autora convida o leitor ao longo de treze capítulos, a mergulhar na narrativa que nos conta a história dos jovens e recém-casados Isabel e Filipe de Aragão que vão conhecer um Mundo Novo na Ilha de São Tomé e Príncipe. Uma trama que decorre em pleno Estado Novo, Portugal País Colonialista, tem uma estrutura política, militar, social e económica bem estruturada, que visa retirar melhor proveito económico dos territórios administrados. Com mão de ferro a administração da Colónia é administrada e gerida com um propósito, a exploração intensiva de cacau e café para exportação. Somos convidados a percorrer os caminhos tortuosos do trabalho árduo das roças. Isabel de Aragão é a projeção em arco íris da autora, a mulher atenta que se comove em silêncio. As palavras ao longo da narrativa vão passando pela agulha delicada do pensamento singelo de uma escrita, unindo pontos de Esperança de um Povo que Luta, que sonha deixar o trabalho árduo de exploração a que está sujeito pela força a trabalhar nas roças de cacau e café. Entre o Céu e a Terra, os “Contratados” Mulheres e Homens vindos de Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde povoam a Ilha, trazem consigo o sonho de voltarem e com eles deixam na terra que pisam a cultura numa mescla de cor e alegria. Na singularidade própria da escrita, eleva-se o sentimento de uma oração profunda. O amor segue a compasso os desejos da história, que nos leva à reflexão de que a Liberdade é Vulnerável e merece ser devidamente protegida. A narrativa é um espelho honesto que em nada distorce aquilo que Teresa Sabino descreve, capítulos de sentimentos carregados de bondade e amor.
Autor: João Santamaria
23.06.2024 - 22:30
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