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Susana Alves de Jesus no Rotary Club do Barreiro
"Conhecimento não deve ser restrito a especialistas" defende a investigadora em Direitos Humanos

Susana Alves de Jesus no Rotary Club do Barreiro<br />
Susana Alves de Jesus, investigadora em Direitos Humanos, numa palestra promovida pelo Rotary Club do Barreiro, abordou a temática “ Direitos Humanos: actualidade, história e desafios globais”.

No passado dia 10, o Rotary Club do Barreiro organizou uma reunião-palestra, subordinada ao tema “ Direitos Humanos: actualidade, história e desafios globais” tendo como preletora Susana Alves de Jesus, Professora Convidada na Universidade Aberta de Lisboa e investigadora do Centro de Estudos Globais, da mesma universidade, sendo, ainda, Vice-presidente da direção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes, e gestora do projeto “Dignipédia Global: Aprofundar, sistematizar e defender Direitos Humanos”. Susana Alves de Jesus foi agraciada duas vezes pelo jornal Rostos ( “Rosto do Ano”, em 2021 e 2023) e, no final de 2024, recebeu o prémio D.Manuel I, dos CTT e Academia da História. Em suma, preletora e temática de referência em torno do Dia Mundial da Paz, este ano celebrado no dia 1 de janeiro e escolhido o mês de Fevereiro, pelo Rotary Internacional, como o Mês da Consolidação da Paz, um tema tão caro ao Rotary Internacional e, na nossa comunidade, ao Rotary Club do Barreiro, com lugar de destaque entre os objetivos dos rotários, como o combate à violência, a prevenção de conflitos, a promoção da paz, hoje mais do que nunca, nos tempos conturbados em que vivemos. E entre as crises humanitárias que presenciamos, como as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, os milhares de desalojados, a violação dos direitos dos seres humanos, urge debater e encontrar soluções, em todos os setores das comunidades.

Num breve mas elucidativo power point, a preleção fluía aliada às imagens que iam passando, onde perfilavam palavras-chave como liberdade, igualdade, respeito, segurança, felicidade, após a pergunta dirigida aos presentes “como definir Direitos Humanos?”. Seguiu-se, numa exposição clara e diacrónica por parte da interventora, a evolução da estratificação das sociedades desde tempos remotos, incidindo nos pólos senhor / escravo, sendo citadas grandes figuras da Antiguidade Clássica (ex. Antifonte de Atenas, séc. V a.C., “Os que descendem de pais nobres, veneramo-los e respeitamo-los, e, aos que não são de boa família, não os veneramos nem os respeitamos. Nesse particular, comportamo-nos uns com os outros como os Bárbaros, pois somos por natureza iguais em tudo, tanto os Bárbaros como os Helenos”, Hélade, pp 292-293), dos textos bíblicos (São Paulo aos Gálatas: “Não há Judeu nem Grego, não há escravo nem livre, não há homem e mulher, pois todos sois um só em Cristo Jesus”, Gal. 3,28 ), da Idade Média (Santo Agostinho de Hipona, para quem toda a lei ou poder eram justos, já que toda a autoridade vinha de Deus), do Século XVII (Padre António Vieira, na defesa dos ameríndios ), detendo-se no século XVIII (a Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776; a Revolução Francesa; a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, o combate à escravatura e a luta pela Igualdade). Foram referidas as Constituições, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e, chegando-se aos nossos tempos, falou-se nos países que não respeitam os direitos dos seres humanos, sobretudo os das mulheres, países onde existe a denominada escravatura moderna, países de onde fogem diariamente aqueles que buscam condições sustentáveis de vida.

A preletora apresentou, também, um dos seus projetos, a “Dignipédia Global” (os Direitos Humanos em contexto de Globalização), defendendo que o conhecimento não deve ser restrito a especialistas mas sim alargado a um público mais vasto, razão de este projeto ser resultante de um trabalho do Centro de Investigação da Universidade Aberta com a colaboração dos alunos e professores de escolas do país.
Esta foi mais uma iniciativa do Rotary Club do Barreiro, prática habitual, trazer especialistas em diferentes áreas do saber à comunidade local para que, através da partilha do conhecimento e experiências, juntos construamos um mundo melhor, local e globalmente.

11.02.2025 - 21:47

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