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Barreiro Velho - O Parente Pobre Esquecido
Por Isabel Mateus Braga

O Barreiro Velho, coração histórico da cidade, é hoje espelho de uma promessa adiada. Muito se tem falado no Barreiro Velho, mas pouco ou nada tem sido feito para o valorizar. Promessas não faltam, mas ações concretas nunca chegam.

Numa cidade marcada pela sua história de lutas pela liberdade e pelo bem-estar coletivo, é incompreensível o abandono daquela que é a s sua zona histórica.
Com uma localização privilegiada, junto ao Tejo, e com um património urbano que merecia ser preservado e vivido, reina o abandono. As ruas acumulam lixo e os edifícios degradam-se a olhos vistos. A ausência de reabilitação urbana e de um plano consistente
para a zona, transforma o Barreiro Velho num território onde poucos se atrevem passar, não por falta de interesse, mas por desilusão, puro desencanto e medo.

A falta de segurança percebida e a ausência de investimento público ou privado, transformou a zona num espaço evitado por muitos.
O Barreiro Velho tem tudo para ser um espaço vivo, seguro e atrativo, e acolher, famílias, passeios e lazer, mas para isso é preciso mais do que promessas. É preciso ação.
O Barreiro Velho não precisa de mais discursos. Precisa de segurança e dignidade para os que lá vivem e para aqueles que poderiam lá voltar a viver.
Enquanto se fala constantemente no Polis, e noutras áreas renovadas da cidade, o Barreiro Velho permanece esquecido. O Barreiro Velho merecia ser espaço de orgulho, de convívio e de cultura, mas continua a ser tratado como o parente pobre da cidade.
Está na hora de transformar as palavras em ação e devolver dignidade a um lugar que tem tudo para ser um dos melhores símbolos do Barreiro.
Se o Barreiro quer olhar para o futuro, com ambição, não pode continuar a ignorar as suas raizes. E o Barreiro Velho é uma delas.

Isabel Mateus Braga

22.10.2025 - 00:13

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