entrevista
Paulo Freixinho com «Barreiro no coração»
Dá o «amplexo» aos escritores, à literatura ao saber através das «Palavras Cruzadas»
Paulo Freixinho, exerceu a sua primeira actividade profissional como Desenhador Gráfico, em Lisboa, hoje, dedica-se a produzir passatempos, com o mundo da internet, trabalha em casa, na Baixa da Banheira, concelho da Moita, onde actualmente reside – “este é o meu dilema, não sou de Lisboa, não sou da Baixa da Banheira, sou do Barreiro é aí que está o meu coração”.
Um homem que, descobrimos, através do seu «xurdir», afirma – “isto para mim é, hoje, mais que paixão, é amor, paixão acaba depressa”.
Paulo Freixinho, 45 anos, natural de Lisboa, veio viver para o Barreiro ao 3 anos de idade, por isso afirma – “Sou do Barreiro do coração”.
Casado, com dois filhos – a Inês de 19 anos e a Mariana de 13 anos.
Exerceu a sua primeira actividade profissional como Desenhador Gráfico, em Lisboa, hoje, dedica-se a produzir passatempos, com o mundo da internet, trabalha em casa, na Baixa da Banheira, concelho da Moita, onde actualmente reside – “este é o meu dilema, não sou de Lisboa, não sou da Baixa da Banheira, sou do Barreiro é aí que está o meu coração”.
Centenário das «Palavras Cruzadas»
Paulo Freixinho é um nome conhecido no mundo das «palavras cruzadas» e passatempos, foi por sua iniciativa que no âmbito do «Dia B» foi realizado, no Barreiro, um mural para assinalar o centenário da publicação pela primeira vez de palavras num órgão de comunicação social, efeméride que foi assinalada no dia 21 de Dezembro de 2013.
25 anos a criar passatempos
Como começou este seu gosto pelas «Palavras Cruzadas»? – perguntámos.
“Começou no Atellier, onde fazíamos uma revista sobre Cinema e, aí, surgiu a oportunidade de criar uma página de passatempos. Foi a minha primeira página de passatempos. Depois lancei a revista -”Jogos Cruzados” - de passatempos, nos anos 90. Eu estava na Marinha, a cumprir o serviço militar, e continuei esta actividade” – refere.
Recorda que “há 25 anos” que se dedica a “criar passatempos para os jornais portugueses”.
Quando abrimos, hoje, os jornais como «Público», «Jornal de Noticias»», a «Caras» ou a revista da Seleções Reader´s Digest, e ocupamos o nosso tempo a decifrar as «Palavras Cruzadas» ou outros passatempos, não sabemos que, afinal, o criativo que nos proporciona aqueles momentos é o barreirense Paulo Freixinho. Mas, também, no Luxemburgo - «Contacto Luxemburgo», ou na Alemanha no «Portugal Post Alemanha», está presente a sua criatividade, nas «Palavras Cruzadas», na «Sopa de Letras» ou no «Cruzadex».
É mais que paixão…é amor
Como é fazer esta actividade diarimante?
“Bom, o primeiro segredo é a paciência, depois o gosto de descobrir palavras. Isto para mim é, hoje, mais que paixão, é amor, paixão acaba depressa”.
Paulo Freixinho, fala de forma muito pausada, parece que mede as palavras. Refere que exerce a sua actividade profissional diária na Agência «FERIAQUE», que cria passatempos para jornais portugueses.
Blogue com um milhão de visitas
Refere, com um brilho de felicidade o seu blogue dedicado a «Palavras Cruzadas», que o ano passado atingiu cerca de 1 milhão de visualizações, após seis anos de actividade.
“È muito utilizado pelas escolas e a maioria das visitas são do Brasil, onde há uma cultura muito diferente da nossa relativamente às Palavras Cruzadas. Eles encheram o Metro com Palavras Cruzadas para as pessoas fazerem, em Portugal isso não é possível. Mas, como um dia José Luís Peixoto escreveu: ´O possível é o futuro do impossível.´" – sublinha.
Paulo Freixinho, salienta que as «palavras cruzadas» são um instrumento utilizado pelas escolas para aprendizagem de diversos conteúdos escolares, no aprofundamento de vocabulário – “é um meio de estudo”.
«Palavras Cruzadas com Literatura»
O livro «Palavras Cruzadas com Literatura», editado em 2011, pela QUETSAL – Porto Editora, é uma obra de Paulo Freixinho, que apresenta setenta e dois problemas em torno de obras de doze autores portugueses: Almeida Garrett, Agustina Bessa-Luís, Luís Vaz de Camões, Florbela Espanca, Vergílio Ferreira, Dinis Machado, José Luís Peixoto, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, J. Rentes de Carvalho, José Saramago e| Miguel Torga.
“Vou às escolas conversar com os alunos e noto como é positivo a utilização das palavras cruzadas como instrumento para ensinar” – refere.
“Tenho também o projecto «Sabe mais que os teus pais», em parceria com a ilustradora Maria da Cruz e da escritora Silvia Alves. No jogo são utilizadas palavras dificeis, que em palavras cruzadas, são descobertas através de outras mais simples.” – salienta Paulo Freixinho.
No meio do nosso diálogo, dá exemplos de palavras difíceis – XURDIR (fazer pela Vida), AMPLEXO (abraço) ou ÓSCULO (beijo).
Profissionalmente não há muitos em Portugal
Paulo Freixinho, refere a sua satisfação de ser, em Portugal, e no mundo da internet “uma referência” no que diz respeito a este mundo criativo das palavras cruzadas – “profissionalmente não há muitos em Portugal”.
“Devo ser o último, certamente vamos ser substituídos por computadores” – comentou, acrescentando – “Sinto-me bem com este trabalho: poderei não ficar rico mas tenho outro tipo de riquezas: o reconhecimento e a partilha. Vou continuar a fazer palavras cruzadas”.
Refere o gozo que sente na criação dos seus passatempos e palavras cruzadas – “são sempre originais”.
“No facebook, ‘palavras cruzadas” fui eu que criei. Não foi nenhum brasileiro.” – salienta, esboçando um sorriso.
Um nome que integra a banda «Bon Sauvage»
No final de conversa, Paulo Freixinho, deu-nos a conhecer outra vertente da sua vida.
No ano de 1989 – “já lá vão 25 anos” - iniciou a sua dedicação à música integrando uma «Banda de Garagem» como baixista, a qual está na origem do recente nascimento da banda «Bon Sauvage».
“Vale a pena fazermos música em português. Mas Portugal é muito pequenino para tanta gente a fazer música” – salienta.
Divulga que a banda «Bon Sauvage» vai estar presente, este ano, nas Festas do Barreiro.
“Sabe, temos fans em Macau, há uma rádio onde o nosso disco está sempre a passar. Em Portugal é diferente. Estamos a trabalhar na promoção do nosso trabalho” – afirma.
Como nota final, ficou o desafio do «Rostos» de uma entrevista à banda «Bon Sauvage», para divulgar o que, nos dias de hoje, de bom, se faz na margem sul, particularmente no Barreiro, terra pioneira no mundo do rock, de bandas e orquestras em Portugal.
13.5.2014 - 0:12
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