entrevista

Setúbal - 4.ª edição do Bambolinices
Cultivar o significado da vida e memorar aqueles que lutam pela harmonia e valores na comunidade

Setúbal - 4.ª edição do Bambolinices<br />
Cultivar o significado da vida e memorar aqueles que lutam pela harmonia e valores na comunidade<br />
. Bambolinices fenómeno de popularidade do distrito de Setúbal.

A 4.ª edição do Bambolinices - Bienal Internacional de Teatro e Artes Performativas para Toda a Família, promovida pelo GATEM – Espelho Mágico com o apoio do município de Setúbal, decorreu entre 2 e 11 de fevereiro, um festival que contou com a realização de vinte espetáculos de teatro e oficinas e foi marcado pela homenagem ao ator e dramaturgo Asdrúbal Teles.

Ricardo Cardoso, em entrevista ao jornal «Rostos» faz um balanço desta 4ª edição e sublinha a importância do evento para a cidade de Setúbal e Para os seus bairros.

Desfrutar experiências e memórias que só as artes permitem.

Que balanço faz desta 4ª edição do Bambolinices?
“O evento chegou ao fim cheio de surpresas e encantamentos que impressionaram os sentidos, fazendo rir, meditar, contemplar, brincar e desfrutar experiências e memórias que só as artes permitem. Desta vez as atividades aconteceram em dois polos da cidade de Setúbal, o Fórum Municipal Luisa Todi e o Centro Artístico Fernando Guerreiro, na Bela Vista. E o fator dominante chamou-se público, público para todos os gostos e ofertas artísticas. Esse mesmo público esgotou tudo o que foi agendado e cumprido no certame, um evento de Teatro e Artes Performativas para toda a família, do mais novo ao mais velho.”

Fenómeno de popularidade do distrito de Setúbal

Que significado cultural tem o vosso projeto para a cidade de Setúbal e para a Região?
“É uma questão enfaticamente de cidadania, a adesão das famílias e, sublinhe-se das estruturas escolares fizeram do processo artístico em causa um fenómeno de popularidade do distrito de Setúbal. E depois a maneira definida do próprio programa consciencializa quem procura esta iniciativa e a forma como a procura (passe a redundância). Assim como as sociedades, no geral, devem ter um contato fácil com o conhecimento e saberes, as artes também devem possuir no seu miolo essa dialética, não fosse o homem o mais lindo continente. Não foi por acaso que o Bambolinices foi fértil em formações cénicas e afins e tertúlias ligadas aos encantos da palavra; a poesia, foi um exemplo vivo da experiência em causa, uma experiência que toma a cultura como boia de salvação existencial. “

Homenageou com toda a legitimidade Asdrubal Teles um agente do teatro muito esquecido na cidade do sado

Qual a marca de diferenciação que procuram colocar para que o Bambolinices se afirme como uma referência?
“É fundamental cultivar o significado da vida e memorar aqueles que lutam pela harmonia e valores na comunidade. Se os homenageados das anteriores realizações foram Fernando Guerreiro, figura impar no teatro setubalense e cofundador da GATEM – Espelho Mágico, Carlos César, símbolo máximo da arte de Talma, bem como fundador do TAS e Rui Mesquita, dramaturgo, vencedor dum grande prémio – Café Orion, da secretaria de estado da cultura, encenador e elemento destacado no patamar da cultura popular, a realização que agora terminou homenageou, com toda a legitimidade, Asdrubal Teles, um agente (muito esquecido) do teatro feito na cidade do sado. Foi ator, dramaturgo, carpinteiro, cenógrafo, design, publicista e humanista. Este é um caminho da organização… “

E agora? Em frente com a 5ª Edição?
“Sim. Esta parceria com a Câmara Municipal de Setúbal funcionou muito bem na elaboração do paradigma e na logística da construção. Já estamos com saudades do futuro.”

A cultura venceu os preconceitos instalados nesta nova idade média carregada de modas e supérfluos

Que notas finais gostavam de referenciar?
“Um bairro significa muito mais para a vida em comunidade do que o tradicional somatório de prédios alinhados em ruas e mais ruas. Foi essa ideia que puxou o Bairro da Bela Vista, em particular para o Centro Artístico Fernando Guerreiro, uma boa parte das atividades do Bambolinices, num esforço de valorização e vizinhança. E valeu a pena. A cultura venceu os preconceitos instalados nesta nova idade média carregada de modas e supérfluos. Mais palavras para quê?”

S.P.

16.02.2024 - 16:22

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