entrevista

Carlos Albino, Presidente da Câmara Municipal da Moita
«Moita é um concelho central na Península de Setúbal»
. Apostar na captação de investimento e criação de emprego

Carlos Albino, Presidente da Câmara Municipal da Moita<br>
«Moita é um concelho central na Península de Setúbal»<br>
. Apostar na captação de investimento e criação de emprego . PS ficou “a 324 votos da maioria absoluta”

Carlos Albino, Presidente da Câmara Municipal da Moita, em declarações ao jornal Rostos, salienta que a construção do novo Terminal Fluvial, na Fonte da Prata, conjuntamente com a Terceira Travessia do Tejo, vão dar uma nova centralidade ao concelho da Moita, na Península de Setúbal e na Área Metropolitana de Lisboa.

Na abertura da conversa com Carlos Albino, presidente da Câmara Municipal da Moita, o autarca sublinhou que a primeira reflexão que retira dos resultados é que “as pessoas voltaram a confiar no Partido Socialista, expresso na votação que obtivemos”.
O autarca salientou que o PS ficou “a 324 votos da maioria absoluta”.

Governar com inteligência e apresentar propostas boas

Perante o cenário da maioria relativa, referiu que “vamos governar com inteligência e apresentar propostas boas, para que estejam aptas a ser aprovadas, quer no órgão Câmara Municipal, quer serem, mais tarde, sufragadas positivamente na Assembleia Municipal. Foi o que fiz ao longo dos últimos quatro anos. Sem existir qualquer acordo, com qualquer força política. É isso que quero continuar a manter. Em democracia as propostas decidem-se no âmbito das reuniões, com votos a favor, votos contar e abstenção. O nosso mandato será o resultado disso mesmo. No último mandato as pessoas gostaram de ver aquilo que nós fizemos e continuamos a querer fazer acontecer – as mudanças em todo o concelho”.
Carlos Albino, recordou que foram executados os projectos, no âmbito do PRR, e, que existem “bons projectos em carteira para o PT 2030, e, as coisas não podem parar”.

Vamos manter o mesmo respeito que tivemos em 2021

Perante a minoria que diálogo vai estabelecer com as outras forças políticas? – perguntámos.
“Vamos manter, o mesmo respeito que tivemos em 2021. O respeito integral por aquilo que está na Lei. As forças políticas têm, como sempre tiveram o direito ao estatuto de Oposição. Ou seja, antes de apresentarmos os orçamentos, auscultamos as forças políticas que têm representação na Assembleia Municipal. Nunca fiz nenhum veto de gaveta relativamente às propostas. As propostas que os partidos e o seus representantes quiseram apresentar, sempre foram apresentadas, as moções que quiseram apresentar sempre foram apresentadas, incluídas na ordem do dia, para que fossem debatidas e, depois, ou aprovadas ou não aprovadas. Mas, isso, é o resultado normal da democracia. No passado, não era bem assim, lembro-me de apresentar muitas propostas que nunca eram agendadas para serem discutidas em reunião de Câmara, algo que eu nunca fiz. Quero continuar a manter essa abertura, porque as ideias debatem-se em sede de reunião e damos os melhores exemplos cumprindo as regras democráticas”.
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Terceira Travessia do Tejo para nós é importantíssima

No mandato que, agora, vai iniciar há assuntos que são centrais para a vida do concelho da Moita e da região, por exemplo a Terceira Travessia do Tejo, como encara esta matéria?
“A Terceira Travessia do Tejo para nós é importantíssima, nós, defendemo-las ainda estávamos na oposição. Sempre a defendemos.
Na Quinta das Fontainhas há um terreno que a CDU tinha definido para fazer um Plano de Pormenor, porque não tinha classificação com base no PDM, continua a não ter, e, se tivesse sido feito e passado para terreno urbano, onde está agora previsto, e, onde sempre esteve previsto desde 2008, o nó da Terceira Travessia, os terrenos iriam valorizar e muito, assim quando chegasse a altura do governo expropriar aqueles terrenos para colocar lá o nó, pagaria muito mais, não à Câmara Municipal, mas sim aos donos do terreno. Nunca me senti confortável com essa forma de gerir o município, porque acreditava e defendo mesmo a Terceira Travessia, devem criar as condições para que o governo possa fazer o seu trabalho da melhor forma. Não criar dificuldades, directas, ou indirectas.
O Plano de Pormenor falhou nos prazos e nós mandamo-lo abaixo, de acordo com a Lei, e, agora, vemos com satisfação que o Nó da Terceira Travessia do Tejo, pelo que assegurámos nos contactos com as Infraestruturas de Portugal, fica inteiramente no território do concelho da Moita. Esperemos que passe a ser o Nó da Moita. A ponte é Barreiro – Chelas, mas o Nós de acesso à ponte é na Moita. Isso vai valorizar todo o nosso território e todo o nosso concelho. É para isso que estamos a trabalhar. Vemos a Terceira Travessia do tejo, com muitos bons olhos e esta obra, para nós é muito desejada que vai facilitar o desenvolvimento do concelho”.

Uma nova centralidade ao concelho da Moita

Outra obra que tem sido referenciada é a construção de um Terminal Fluvial no concelho da Moita. Acha que esse projecto vai dar, na região, uma nova centralidade ao concelho da Moita?
“Essa é outra obra desejada por nós, que foi prometida pelo Ministro Medina, uma obra no âmbito do projecto do Arco Ribeirinho Sul. O Terminal é para nós uma grande prioridade, este Terminal, conjuntamente com a Terceira Travessia vão dar uma nova centralidade ao concelho da Moita, na Península de Setúbal e na Área Metropolitana de Lisboa, porque podem facilitar que muitas pessoas que na região têm dificuldade de encontrar casa, aqui, no concelho da Moita, encontrem casas a preços acessíveis. No concelho da Moita, os preços das casas, já não estão tão baixos como no passado estiveram, mas, dentro da Área Metropolitana, ainda conseguem adquirir habitações, que não são tão caras como nos municípios circundantes. Isso, é uma mais valia para o concelho. Temos investidores, que querem fazer construção na Fonte da Prata, onde vai ficar localizado o Terminal Fluvial.
Esta é uma realidade através da qual o governo, de forma indirecta, sem gastar um euro, desbloqueava, naquele local, a construção de habitação acessível, para ajudar a resolver o problema do país e particularmente aqui da Península de Setúbal.”

Moita carece de um novo nó de ligação à A33

O Novo Aeroporto de Lisboa é outro assunto que vai marcar esse futuro, como se está a preparar o concelho da Moita, para se enquadrar na cidade aeroportuária?
“O aeroporto vai ter influência em todos os concelhos. Nós, para já, estamos a preparar-nos para ter boas vias de acessibilidade, nomeadamente, a construção de um novo Nó à A33. A Moita carece de um novo nó de ligação à A33 que a ligue directamente à área comercial e a Alhos Vedros, para que deixe de se formar as filas, quer no Nó da Moita, quer no cruzamento dos Galitos, no Barreiro.
Havendo um Nó, isso, iria facilitar porque permitia uma distribuição do trânsito e melhorava as circulações.>
E, lembrar que o concelho da Moita, é um concelho central na Península de Setúbal. Estamos a 30 minutos de qualquer uma das pontes, ficaremos em cima da Terceira Travessia. Estamos a 20 minutos de Setúbal, e, ligados a Palmela.
O concelho da Moita é central na Península de Setúbal, é dessa forma que nos vemos, é dessa forma que nos transmitimos aos investidores. É com essa visão de desenvolvimento que estamos a conseguir captar novas empresas e com bons resultados”

Apostar na captação de investimento e criação de emprego

Quais são as ideias força para o novo mandato?
“Queremos apostar na área da educação e na captação de investimento. Na área da educação, no âmbito do PT 2030, a construção do Pavilhão da Escola da Baixa da Banheira, que por razões de prazos, não foi incluído no PRR, mas vai agora avançar. Vamos também avançar com o Pavilhão na Fragata, aqui, na Moita.
Apostar na captação de investimento, para criação de emprego.
Melhorar as vias públicas, as estradas, os passeios, melhorar o trânsito, continuar a renovação das redes de abastecimento de água, criando melhores condições de vida, para que as pessoas aqui se possam fixar.
É nisto que vamos apostar neste mandato.”

Trabalhar para os outros é com espírito de missão

Findou um mandato. Vai iniciar outro. Como se sente, como homem, como político?
“Acima de tudo, como cidadão do concelho da Moita, sinto-me uma pessoa muito realizada, porque trabalhar para os outros é com espírito de missão. Todos os dias quando me levanto da cama, é com esse espírito de querer, de dar aos outros, para tentar resolver os problemas dos outros, como se dos meus se tratassem, embora, os meus, às vezes, ficam para terceiro plano. É com esse espírito de missão que eu abraço o próximo mandato, porque, se não fosse assim não faria sentido.”
Para finalizar quer acrescentar alguma nota final, nesta conversa com o jornal Rostos – “Olhe, é um gosto vê-lo e estar consigo”.

António Sousa Pereira

31.10.2025 - 19:51

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