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BARREIRO – Arte Viva marca com beleza centenário do Mestre
«SER AUGUSTO CABRITA», fica a cantar nos neurónios.

A peça vai estar amanhã, dia 20 de Maio, pelas 16 horas, em cena no Auditório Municipal Augusto Cabrita. Não perca.
No âmbito das comemorações do centenário do nascimento do Mestre Augusto Cabrita, a Câmara Municipal do Barreiro lançou o repto, ao Arte Viva – Companhia de Teatro do Barreiro, para criar um espectáculo, no âmbito do projecto “Cenas para Miúdos – teatro para a infância, programa teatral desenhado para os mais pequenos, suas famílias e comunidade educativa”. Assim, nasceu : «SER AUGUSTO CABRITA».
O espectáculo solicitado pela autarquia tem como público os alunos do 1º ciclo.
Descobrir e pensar Augusto Cabrita.
A convite de Jorge Cardoso, tive o privilégio de assistir a um dos diversos espectáculos que, ao longo desta semana, foram realizados no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Parque da Cidade, que foram destinados aos alunos das escolas do concelho.
E disse, um privilégio, porque vivi aquele espectáculo com grande emoção, e, por sentir como os alunos interagiam com os acontecimentos que se registavam no palco, levantando os braços para pedir a palavra, rindo a bom rir, gritando e colocando-se de forma activa solidários, uns com um personagem, outros com outros, participando naquele jogo lúdico descobrir e pensar Augusto Cabrita.
Um espectáculo para alunos, para os pais e avós
Sem dúvida estão de parabéns os autores e encenadores desta brilhante espectáculo Paula Magalhães e Jorge Cardoso, que com rigor e objectividade proporcionam uma viagem pela vida, obra, saberes e personalidade do Mestre Augusto Cabrita.
Imagino como foi difícil pensar um espectáculo para dar a conhecer a alunos do 1º Ciclo, o homem e a obra de Augusto Cabrita, mas, a realidade é que o trabalho que foi levado a cena resultou, tem alta qualidade, e, na verdade, é um espectáculo para os alunos, mas também para os seus pais, avós. Um espectáculo que deve ser proporcionado ver a todos os barreirenses.
O texto sente-se que procura o rigor e a objectividade histórica. São um conjunto de diálogos que dão teatralidade, que permitem com fluidez estabelecer uma ponte entre o texto e a acção que decorre em palco, sem quebrar ritmos, motivando a atenção do espectador para a dinâmica dos intérpretes, quer nas suas conflitualidade, quer nas suas partilhas, assim como, o espectador fica preso nos silêncios, que são necessários, quando se trata de fruir a beleza estética das fotografias que percorrem a vida e obra do Mestre Augusto Cabrita.
Uma peça de teatro que prende o espectador a viver a sequência das imagens do Mestre, ligando as artes num só momento – fotografia, cinema, teatro, dança, música - e, através de um ecrán aberto à memória, proporciona uma viagem pelo Tejo, pelo Barreiro, pela India, pela Europa, por África, pelas histórias de rainhas, por terramotos, pela Guerra Colonial, pela vida de um homem que se cruzou com muitas vidas, diga-se, com a obra e vida de um homem que não é do Barreiro, não é de Portugal - é um homem do mundo.
Sim, porque, o Mestre Augusto Cabrita, é um fotógrafo do mundo. E seria bom que as comemorações deste centenário fossem uma semente para colocar o Barreiro na Rota Mundial da Fotografia.
Neste espectáculo do Arte Viva, está lá Augusto Cabrita. Está lá a sua obra. Está lá o seu amor à luz. Está lá a sua sensibilidade, o seu pensamento que renasce vivo, no texto, e na obra que o encenador faz renascer num ecrán panorâmico, tal, Belarmino, real “em contra-luz”.
Na peça «SER AUGUSTO CABRITA», é preciso sentir a beleza da simplicidade da cenografia, a energia dos movimentos dos intérpretes no espaço cénico. Enérgicos e puros. O espectáculo, é, sem dúvida, pensado ao pormenor, quer na interacção entre os intérpretes, quer nos momentos de partilha com o público. Até os silêncios são pensados.
Não falta, nesta peça. igualmente a beleza de momentos esteticamente, bem vividos, de teatro musical, que saltam do palco para a plateia e colocam os espectadores a interagir, vivos e activos. Os intérpretes com a sua energia dão vida à plateia. A música nasce como uma continuidade, viva, da encenação e da criatividade fluida do texto. É sem dúvida, um trabalho de equipa.
As interpretações de Carolina Lobato, Catarina Santana, Julien Ruzzi e Luís Pacheco, merecem um grande aplauso, e, sublinhar que aqueles dois duetos, abraçam-se no palco, agarram a vida dos personagens, enchem o palco de sonoridade e expressividade, vivem a peça com tal intensidade e força, que só há uma palavra para classificar aquelas presenças em palco: Excelência!
Está, na verdade, bem concretizado este projecto e, acredito, vai ser um contributo importante para colocar a vida e a obra do Mestre Augusto Cabrita, no coração dos meninos que serão os homens de amanhã. Afinal, SER AUGUSTO CABRITA, fica a cantar nos neurónios.
Emocionou-me, pessoalmente, a peça ter findado com aquela fotografia do Mestre Augusto Cabrita, do “menino no gesso”, no Lavradio. Uma fotografia que integra um conjunto de fotografias que resultaram num texto que escrevi com paixão.
O Mestre, um dia, deu-me as fotografias e disse-me: “Quero que seja tu a escrever um texto sobre estas fotografias”, quando o leu. E, nunca esquecerei o beijo que me deu. Por isso, emocionei-me.
Nunca esquecerei a dignidade da sua exigência de respeito pelo outro. Outras estórias, por trás deste texto. Recordações.
Augusto cabrita, um grande, grande homem, que escreveu com a sua vida e obras as palavras humanismo e solidariedade, ele, o Mestre, em todos os seus actos colocava a palavra Amizade e criatividade. Amava a luz!
Esta peça do Arte Viva, dá essa dimensão do Mestre Augusto Cabrita, do seu amor às artes, à natureza, á luz e à dignidade humana.
Obrigado Arte Viva. Obrigado Jorge Cardoso, pelo convite.
A peça vai estar amanhã, dia 20 de Maio, pelas 16 horas, em cena no Auditório Municipal Augusto Cabrita. Não perca.
António Sousa Pereira
FICHA TÉCNICA
SER AUGUSTO CABRITA
Autoria e Encenação Paula Magalhães e Jorge Cardoso
Interpretação Carolina Lobato, Catarina Santana, Julien Ruzzi e Luís Pacheco
Música Miguel Félix
Movimento e Coreografias Andreia Martins
Apoio Cenográfico João Pimenta
Luminotecnia João Oliveira Jr.
Operação Técnica Maria Inês Santos
Design Gráfico Rui Martins
Produção Executiva Catarina Santana
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19.05.2023 - 19:53
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