artes

Mostra Nacional de Jovens Criadores 2023
Miguel Ramos Santos do Barreiro na dupla vencedora da categoria Dança

A Mostra Nacional Jovens Criadores, que decorreu entre 27 e 29 de outubro, em Vila do Conde, é o mais alargado programa de estímulo à criação artística em Portugal.
A dupla vencedora da categoria Dança da edição de 2023 da Mostra Nacional de Jovens Criadores, um dos seus elementos, Miguel Ramos Santos, nasceu no Barreiro.

Em mais de 25 anos de existência, esta iniciativa do Instituto Português da Juventude (IPDJ) já deu a conhecer diversos artistas que marcam o panorama cultural português, entre eles os escritores Valter Hugo Mãe e Gonçalo M. Tavares, os estilistas José António Tenente e Maria Gambina e o bailarino e coreógrafo Victor Hugo Pontes.
Mais de 120 jovens, num total de 15 categorias, foram selecionados para apresentar os seus trabalhos ao longo dos três dias da MNJC, que foi organizada pelo Gerador, plataforma portuguesa independente de jornalismo, cultura e educação. Os vencedores de cada área artística foram anunciados numa gala que teve lugar no último dia do evento: Miguel Ramos Santos, de 30 anos, e Beatriz Marques Aparício Mira da Silva, de 25 anos, venceram a categoria Dança, com a obra Atopos.

Mostra Nacional de Jovens Criadores
Categoria Dança
Vencedores: Miguel Ramos Santos e Beatriz Marques Aparício Mira da Silva

Miguel Ramos Santos
Iniciou o seu percurso em dança no Grupo de Danças de Salão João de Deus, em seguida na CDA começou a formação em ballet e dança contemporânea.
Em 2011 conclui o curso de professor da IDTA e em 2014 conclui a licenciatura em dança na ESD, frequentando entre 2016-2017 os cursos da NDT, Batsheva e Eastman Productions.
Entre 2013-2017 ingressou no elenco da CaDA, entre 2017-2021 colaborou com a CPR e entre 2018-2021 dançou com a CPBC. Desenvolvendo paralelamente o seu trabalho como freelancer.

Beatriz Marques Aparício Mira da Silva
Iniciou-se na criação com «Só sei que nada sei» para o Festival M.A.R. 2017. Em 2021 estreou ´CORRENTE´, co-criada e co-interpretada com Tiago Barreiros e em 2022, uma nova versão deste dueto integra o repertório da CPBC. Nesse ano apresenta-se no RIDCC e recebe o Partner Award do Dutch National Ballet. Em 2023 estreiam ainda ‘café’ no Blois Dance Festival. Como bailarina integrou o elenco da CPBC de 2020 a 2023 e colaborou com a Companhia Instável e a COMPOTA. Em 2021 integra o MCCPP na ESD.
Obra
Atopos

Fizeram-me na imagem que criaram para mim, para ela elaborei uma ficção. Impus no outro o peso do óculo, forjei um corpo que não lhe pertence, mas uma voz ecoou nessa fronteira pedindo que o deixasse inundar-se de si próprio. Qualquer atributo foi falso, doloroso, desastrado, incómodo. Tocámos a pele para que sussurrasse respostas. Qual é a voz do teu corpo? Sobre o encantamento pelo outro, a angústia de perder algo que nunca possuímos e o que faz de nós alguma coisa.

10.11.2023 - 19:02

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