bastidores
Encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia durante 4 dias
Bloco de Esquerda - Distrital Setúbal manifesta profunda preocupação
O Bloco de Esquerda manifesta a sua profunda preocupação com a recente notícia sobre a indisponibilidade dos serviços de urgência de obstetrícia no distrito de Setúbal durante quatro dias. Esta situação é inaceitável e representa uma grave ameaça ao direito fundamental à saúde, especialmente para as 400 mil mulheres e suas famílias que dependem destes serviços essenciais.
Nascem, em média, 14 bebés por dia na Península de Setúbal, pelo que este encerramento significa que 56 mulheres e suas famílias terão um risco acrescido e desnecessário no momento do seu parto.
As urgências de ginecologia e obstetrícia não fazem apenas partos. De facto, em dezembro de 2023, as três urgências da margem sul tiveram uma procura superior a 2300 mil episódios, o que equivale a 77 mulheres observadas por dia. É inadmissível encerrar todos os serviços e criar uma sensação de ansiedade permanente nas grávidas e mulheres do distrito. Este facto ganha contornos ainda mais surreais quando se sabe que o governo nem sequer preparou o Verão. Tudo o que tem para apresentar foi um planeamento informal. É uma enorme irresponsabilidade confiar a saúde de 400 mil mulheres a uma conversa de café. O Bloco de Esquerda Setúbal não esquecerá esta enorme ataque e desconsideração pela saúde das mulheres e grávidas da região.
A saúde deve ser uma prioridade absoluta para qualquer governo comprometido com o bem-estar dos seus cidadãos. A falta de acesso a cuidados obstétricos de emergência pode ter consequências graves e irreversíveis, colocando em risco a vida de mães e recém-nascidos. É imperativo que sejam tomadas medidas imediatas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente da sua localização geográfica.
Investir na Saúde
É essencial que o governo invista adequadamente na saúde, assegurando que os hospitais, assim como os cuidados de saúde primários, estejam devidamente equipados e com recursos humanos suficientes para dar resposta às necessidades em saúde da população.
O Bloco de Esquerda Setúbal encontra-se deveras preocupado com mais uma prova da degradação da rede assistencial do distrito, já de si, cronicamente e manifestamente pouca para as enormes necessidades em saúde sentidas na região.
Lamentamos que as nossas propostas não tenham sido ouvidas pelo governo. Sempre defendemos uma maior autonomia para as instituições, valorização dos profissionais e dedicação exclusiva. Desta forma, teríamos grande parte do problema resolvido. A aposta na desvalorização das carreiras afastou os médicos recém-formados para fora da formação especializada, o que conjugado com a impossibilidade em reter os profissionais, cria uma situação de total ausência de recursos humanos para manter os serviços a funcionar com segurança.
O Bloco também não esquece que os problemas nos serviços de urgência são multidimensionais. É preciso abordar a vertente comunitária. A cobertura por médico e enfermeiro de família está muito aquém do ideal. Carências que têm aumentado, ao invés de diminuírem. Com a capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários a diminuir ano após anos, é natural que aumente a pressão sobre os serviços de urgência hospitalar, agravando as condições de trabalho em quem lá trabalha. O que, em última análise, contribui para afastar profissionais. Desta forma, cresce o ciclo vicioso de ausência de meios e condições, sem que o governo apresente uma ideia para a sua resolução.
O Bloco de Esquerda está ao lado das mulheres e das famílias do distrito de Setúbal. A saúde materna é uma das bases do nosso sistema de saúde e exigimos uma resposta política adequada. Juntos, podemos construir um futuro onde a saúde seja verdadeiramente um direito para todas e todos.
Fonte - Bloco de Esquerda / Distrital Setúbal
10.08.2024 - 08:24
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