bastidores
BARREIRO - Hugo Cruz, do PSD na sessão do 51º aniversário do 25 de Abril
Degradação da qualidade do debate político enfraquece a Democracia.

Recebemos na nossa redação o texto integral da intervenção de Hugo Cruz, deputado do PSD - Partido Social Democrata, na sessão solene da Assembleia Municipal do Barreiro, comemorativa do 51º aniversário do 25 de Abril, que divulgamos integralmente:
- Sr. Presidente da Assembleia Municipal do Barreiro e demais membros da Mesa;
- Sr. Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e Senhores Vereadores;
- Senhores Deputados Municipais
- Senhores elementos da comunicação social
- Barreirenses!
Não posso deixar de iniciar esta sessão solene evocativa do 25 de Abril de 1974, sem assinalar e lamentar o falecimento, no dia de ontem, do 1.º Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, eleito no após 25 de Abril de 1974, Hélder Madeira, que entre muitas outras coisas, foi também Presidente desta Assembleia. Em meu nome, e do Grupo Municipal do PSD, transmito os nossos sentidos pêsames a toda a sua família, amigos e camaradas do PCP, recordando ainda e lamentando, com as devidas, saudáveis e democráticas
divergências políticas, que os dois antecessores do atual Presidente desta Assembleia já não estão entre nós, sendo que Frederico Pereira (falecido em 2023), dá hoje nome à Rua onde se encontra este Edifício.
Estamos aqui hoje reunidos para assinalar e celebrar a Liberdade, caminho que esta bonita data da nossa história recente permitiu iniciar, e que é de todo um povo, sem exclusividade de ninguém.
O 25 de Abril de 1974, provavelmente, a Revolução menos sangrenta da História da Humanidade, e impulsionada pela coragem dos chamados “Capitães de Abril”, enfeitada de “cravos” (que se tornaram um símbolo da mesma), representou a disrupção com um regime
opressor, injusto, retrógrado, persecutório, ditador, castrador de um povo e de um país, fechado sobre si mesmo.
Mas se por um lado não podemos esquecer todos aqueles que lutaram das mais diversas formas para derrubar esse regime, não podemos também olvidar todos aqueles que continuaram, depois dessa data, a lutar pela Democracia efetiva, e para que uma ditadura não fosse substituída por outra ditadura, de outra natureza.
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
A Liberdade não existe sem Democracia!
Uma Democracia é certamente imperfeita. Burocrática, lenta, pouco eficiente por vezes, mas cultiva a Liberdade, a Justiça, o Direito à Oposição e à Opinião, a Proteção de minorias. Não há ganho de eficiência que valha… a perda destes Valores cultivados!
Mas nem a Democracia nem a Liberdade devem ser encaradas como garantidas. Nunca!
O Mundo está, cada vez mais, um lugar estranho e incerto. Com reflexos na Europa e no nosso País. Guerras ocorrem onde antes se dava como garantido já não poder existir conflito. Aliados que se davam como garantidos e que parecem já não o ser. Democracias que se davam como garantidas que parecem estar em processo de transformação para regimes autoritários. Reequilíbrios geoestratégicos que antes seriam bizarros.
Ação e combate político extremado, intolerante, focado em ataques pessoais, desinformação e assassinatos de carácter. Sem regras, sem urbanidade, sem dignidade, sem verdade, sem lealdade. Sem ideais.
Em Portugal, também temos vindo a verificar uma degradação acentuada da qualidade do debate político, em todas as suas dimensões, e isso enfraquece a nossa Democracia.
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
Também no nosso Município, o nosso amado Barreiro, se tem vindo a verificar nos últimos anos um acentuar da degradação do debate político e, bem assim, da democracia local. A maioria absoluta conferida pelo voto dos barreirenses ao Partido Socialista, parece ter sido confundida com absolutismo.Uma maioria, por mais ampla que possa parecer em determinadas circunstâncias, nunca deve ser confundida com a ideia de uma espécie de “partido único local”.
Aliás, a ideia de um “partido único” não é sequer compatível com Democracia e Liberdade, valores base que Abril nos permitiu iniciar. Valores esses, que não podem ser confundidos com meros Edifícios e paredes.
Deve existir debate e confronto político aceso, vivo, mas sempre com o respeito, urbanidade e dignidade que todos os eleitos de todos os partidos merecem, dos mais profissionais (por isso, com maior responsabilidade) aos menos profissionais; dos mais experientes (por isso, também com maior responsabilidade) aos menos experientes.
Caso contrário, a política local será cada vez mais um lugar estranho e tóxico, do qual os cidadãos se irão cada vez mais afastar, enfraquecendo a construção da nossa cidade, do nosso município, da nossa metafórica “Casa da Cidadania”.
Aliás, tenho a certeza que o próprio homenageado com o baptismo deste edifício onde nos encontramos (Cabós Gonçalves),que foi um espírito livre socialista, não se reveria certamente no atual ambiente político local.
E é para a melhoria efetiva da democracia local, da construção da nossa cidade e do nosso município que nos propomos e a todos apelamos, para conjuntamente fazermos esse caminho, com as devidas, saudáveis e democráticas divergências políticas, mas sem nunca esquecer o respeito mútuo e a urbanidade no trato!
Assim,
Minhas Senhoras, Meus Senhores, termino, dizendo que Para Falar de Liberdade e Democracia, Todos os Minutos São Preciosos, Todos Os Minutos São Poucos, mas Muito Mais Que Falar Sobre Estes Valores, É Preciso Praticá-los, Dar o Exemplo e Cultivá-los, Todos Os Dias, Em Todos Os Momentos, Em Todos Os Locais, Em Todas As Ocasiões!
VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA A LIBERDADE! VIVA A DEMOCRACIA!
VIVA O BARREIRO! VIVA PORTUGAL!
Hugo Cruz
Deputado Municipal
Grupo Municipal PSD – Barreiro
25 de abril de 2025
Nota - Editaremos outras intervenções, de outros partidos, naturalmente, se as recebermos na nossa redacção. O que, até ao momento, não se registou.
26.04.2025 - 15:30
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