colunistas
"A forma como aprendemos é tão única como as nossas impressões digitais”
Por Maria Inês Pedro
Barreiro
Barreiro
"> O ensino para promover momentos de aprendizagem realmente eficazes deve basear-se numa abordagem curricular que potencia as forças de cada estudante de forma dinâmica, pretende-se com isto ultrapassar a barreira de ambientes de ensino e currículo inflexíveis onde predomina um modelo para todos.
Estamos a abranger a diversidade de alunos ao oferecer objetivos, métodos, materiais e avaliação flexíveis de forma a dar-lhes os meios adequados às respetivas necessidades. Os currículos que são desenhados de forma flexível e oferecem alternativas personalizáveis permitem que todos os alunos progridam a partir do ponto em que se encontram e não de uma situação imaginada, ou seja, não implica uma solução única para todos, mas sim perceber a importância da individualização do ensino.
Será que os estudantes têm todos o mesmo nível:
- de competências académicas?
- de experiências educativas?
- de experiências de vida?
- de estilos de aprendizagem?´
- de ritmos de aprendizagem?
- de preferências e motivações?
Considero que em primeiro lugar se devem proporcionar múltiplos meios de compromisso (estudantes que se comprometem, estimulando o interesse e motivação na aprendizagem), representação (estudantes que têm recursos e conhecimentos, apresentando informação e conteúdos de diferentes formas acessíveis), ação e expressão (estudantes que têm estratégia e objetivos, diferenciando as formas como eles expressam o que sabem).
Redes Afetivas – o “porquê” da aprendizagem
Estimular o interesse dos estudantes e motivá-los para a aprendizagem de forma a otimizar a escolha individual e promover a autonomia. Otimizar a relevância, o valor e a autenticidade minimizando as ameaças e as distrações.
Proporcionar múltiplas formas de compromisso e motivação dos estudantes variando a exigência e recursos para otimizar os desafios. É importante também elevar as metas e os objetivos bem como promover a colaboração e a comunidade da aprendizagem. Aumentar o feedback orientado para o domínio e para a mestria.
Ajudar os estudantes a manter, a persistir nos objetivos e a regular os seus comportamentos. Promover expectativas e crenças que aumentem a motivação, desenvolver competências e estratégias pessoais de lidar com as diversas situações de aprendizagem desenvolvendo a autoavaliação e a reflexão.
Redes de Reconhecimento - o “quê” da aprendizagem
Proporcionar opções para a perceção o professor deve ter opções de personalização para a apresentação da informação bem como oferecer alternativas para a informação áudio e visual.
Proporcionar opções para a linguagem, expressões matemáticas e símbolos sendo capaz de clarificar vocabulários e símbolos, a sintaxe e a estrutura. Ajudar na descodificação de texto, notação matemática e símbolos, promover a compreensão entre linguagens ilustrando através de múltiplos meios.
Proporcionar oportunidades para a compreensão sendo necessário ativar ou fornecer conhecimento de base, identificar padrões, características chave, ideias gerais e relações. Guiar o processamento da informação, visualização e manipulação bem como maximizar o transfer e a generalização.
Redes Estratégicas - o “como” da aprendizagem
Proporcionar opções para a ação física (Córtex Pré-frontal) diversificando os métodos de resposta e de exploração, otimizando o acesso a ferramentas e tecnologias de apoio.
Proporcionar opções para expressão e comunicação (Córtex Motor Secundário) através da utilização de múltiplos meios para comunicar e ferramentas para a construção e composição construindo caminhos com níveis graduais de ajuda para a prática e desempenho.
Proporcionar opções para funções executivas (Córtex Motor Primário) de forma a orientar no estabelecimento de metas adequadas, promover a planificação e desenvolvimento de estratégias dando ênfase à capacidade de monitorizar o seu progresso.
Em suma, os estudantes devem ser participativos nas escolhas acerca de como querem aprender, das escolhas de como querem manter o interesse e as escolhas de como querem demonstrar o que aprenderam.
Os professores, terapeutas e pais devem ter flexibilidade na forma de apresentação dos conteúdos, flexibilidade nas opções de interesse e motivação dos estudantes, bem como flexibilidade nos métodos de ação e expressão.
Maria Inês Pedro
Doutoranda em Educação Inclusiva
Mestre em Reabilitação Psicomotora
Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
20.02.2023 - 23:32
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