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GESTÃO EMOCIONAL DOS TÉCNICOS NAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
(Notas reflexivas)
Por Rui Grilo
Barreiro

GESTÃO EMOCIONAL DOS TÉCNICOS NAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS <br />
(Notas reflexivas) <br />
Por Rui Grilo<br />
Barreiro A gestão de técnicos no âmbito das relações interpessoais, nomeadamente em instituições que intervêm com pessoas em situação de vulnerabilidade, seja na área da deficiência, doença mental, crianças e jovens em risco, pessoas em situação de sem abrigo,... pode e deve ser um desafio, uma vez que essas áreas exigem uma atenção especial às necessidades e especificidades das pessoas.

Na maioria das vezes, são os técnicos que acompanham e colmatam as necessidades existentes, seja através de questões relativas a emprego, apoio psicológico, trabalho das competências psicossociais, entre outras...

Perante esta tão exigente tarefa, observam-se técnicos a entrarem em processos de desiquilibrio emocional e com baixa resiliência perante os problemas dos outros, havendo consequências e dificuldades na gestão de conflitos e nas decisões a tomar.

Mas acima de tudo, o estar permanentemente a vivenciar a dor do outro e sentir que temos um papel preponderante naquilo que é a promoção da mudança na vida da pessoa que está a ser acompanhada, revela-se como uma responsabilidade demasiado grande.

Assim sendo, são as organizações sociais que os técnicos representam, que terão de cuidar inevitavelmente dos seus trabalhadores, por forma a darem respostas concretas às exigências que o trabalho social nos remete.

Dessa forma, seguem algumas sugestões que deverão promover a saude mental e gestão emocional dos tecnicos, tais como:

1. Fornecer formação específica para os técnicos sobre as necessidades e desafios que as pessoas em situação de vulnerabilidade enfrentam, bem como estratégias e boas práticas para melhorar a comunicação e interação com as pessoas.

2. Criar um ambiente de trabalho inclusivo, onde todos os trabalhadores sejam valorizados e respeitados pelas suas competências e conhecimentos.

3. Estimular a empatia e a compreensão entre os técnicos, incentivando-os a colocar-se no lugar dos indivíduos com deficiênciae/ou incapacidade, como também no entender as suas perspectivas e necessidades.

4. Estabelecer canais de comunicação claros e eficazes entre os técnicos e as pessoas em desvantagem social, bem como com as suas famílias e cuidadores, para garantir que as suas necessidades sejam respondidas de forma eficiente e eficaz.

5. Promover uma cultura de trabalho colaborativa onde os técnicos possam trabalhar em equipa, partilhando experiências e conhecimentos uns com os outros, por forma a melhorar a qualidade dos serviços prestados aos indivíduos com algum tipo de fragilidade.

6. Estimular o desenvolvimento profissional e pessoal dos técnicos, fornecendo-lhes oportunidades de treino e capacitação, bem como de apoio emocional e psicológico, para lidar com as demandas e desafios da área da deficiência e/ou outras.

7. Reconhecer e valorizar o trabalho dos técnicos, incentivando a motivação e a satisfação no trabalho, promovendo um ambiente de trabalho positivo e saudável.

8. Criar um plano de carreira para os técnicos, incentivando a progressão profissional e a permanência na instituição. Isso pode envolver a definição de metas e objetivos claros, a avaliação regular do desempenho e a oferta de oportunidades de promoção e crescimento dentro da organização.

9. Estabelecer políticas e procedimentos claros para lidar com situações de conflito ou comportamento desadequado entre os técnicos ou entre os técnicos e as pessoas que são acompanhadas. Isso pode incluir a definição de um código de conduta, a oferta formativa de treino em resolução de conflitos, e a criação de um canal seguro e confidencial para relatar problemas ou preocupações.

10. Promover o uso de tecnologias e outras soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida das pessoas em situacaode desvantagemm facilitando o trabalho dos técnicos. Isso pode envolver a colaboração com empresas de tecnologia, a oferta formativa em novas tecnologias e a criação de uma cultura de inovação e experimentação.

11. Oferecer suporte emocional e psicológico aos técnicos para lidarem com as suas fragilidades emocionais e desafios no trabalho do dia a dia. Isso pode incluir programas de aconselhamento, apoio de colegas ou supervisores, e a promoção de atividades de lazer e relaxamento.

12. Criar um ambiente de trabalho seguro e saudável, que promova a saúde física e mental dos técnicos.

Em termos genéricos, a gestão de técnicos ao nível das relações interpessoais em instituições que intervêm com pessoas com vulnerabilidade social, envolvem não apenas a a promoção de formação específica, mas também a criação de um ambiente de trabalho inclusivo, colaborativo e respeitoso.

Além disso, é importante oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal, suporte emocional e psicológico e um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Só desta forma, teremos técnicos suficientemente capazes de dar resposta aos desafios exigentes que as organizações sociais nos colocam.

Um bem haja,
Rui Grilo - Psicologia & Notas Reflexivas

28.08.2023 - 12:15

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