colunistas
Em política o que parece é … ou talvez não
Por Nuno Cavaco
Moita
Com muita frequência, determinados políticos constroem aparências que querem confundir com a realidade, que para eles, passa a substituir a realidade. O parecer assume importância inestimável, juntamente com o aparecer … nas fotos, nos vídeos... nas presenças em atraso, com “todos” a esperar os ilustres. O sorriso, a pose, a imagem são cada vez mais utilizados, como “arte”, não para passar uma ideia, uma proposta, um programa, mas como um fim em si, ou como forma de iludir, para alcançar objetivos que não são os da comunidade.
Aqui faz falta … Uma expressão usada pelo PS Moita para sinalizar problemas sentidos pela população. Expressão acompanhada de uma narrativa que construía uma realidade de um concelho abandonado, sem vida onde não se fazia nada há décadas, as décadas de gestão da CDU.
O aqui faz falta deu lugar, tal como previsto ao é preciso mudar que foi acompanhado pela narrativa de que a terra tinha potencial e que era possível com a gestão certa resolver os vários problemas do aqui faz falta.
Deu resultado e como que por magia nasceu mais uma expressão: Aqui vai nascer. Fazia falta, mudou-se para fazer acontecer e aqui vai nascer. Três de quatro etapas de uma construção de uma realidade que não existe, que facilmente seria contestada por uma qualquer Alice, num qualquer país das maravilhas. Anúncios de nascimento que não saem dos cartazes …
A verdade é que, com a chegada da democracia, e fruto da vontade do povo em eleições livres, a CDU recebeu os destinos de um concelho da Moita onde faltava quase tudo, desde os serviços básicos de saneamento aos equipamentos públicos ou espaços verdes.
Hoje, quase tudo o que o concelho da Moita tem de bom ou foi obra da CDU ou tem a marca da CDU.
A verdade é que a gestão do PS deixou de registar o que “fazia falta”, não faz o que prometeu – não nasce quase nada aqui, e o que nasce é apenas o terminar de forma atabalhoada aquilo que foi deixado em obra pela CDU - e ainda conseguiu fazer degradar os serviços municipais como a higiene e limpeza urbana, a recolha de resíduos, a manutenção de estradas e passeios, a gestão das redes abastecimento de águas ou a gestão de espaços verdes.
Entramos na última fase, a do “fazer acontecer”, que consiste em apagar tudo o que a CDU fez de bom, de projetos culturais e desportivos a projectos sociais, alguns dos quais com mérito reconhecido internacionalmente. Os outros não fizeram e nós fazemos acontecer é esta a “cartilha” a passar num dos concelhos que apresenta indicadores preocupantes da gestão socialista e onde não se conhece um projeto de desenvolvimento, apenas projetos pessoais e de ajuste de contas. Ao mesmo tempo que “fazem acontecer” tentam isolar os críticos, oferecendo-lhes mimos de todas as formas, sendo o tribunal o último recurso.
O “bom político” passou a ser o malabarista da palavra, o ilusionista da proposta e o “dançarino” da crítica – a culpa é sempre dos outros. Aquele que é capaz de dizer que o que disse é mentira, depois de prometer mundos e fundos na campanha eleitoral, para depois, com a maior desfaçatez, afirmar que não prometeu, que não esteve lá … porque afinal a culpa é sempre dos outros.
Mas sabemos bem que a realidade ultrapassa sempre a ficção. As roturas de água por resolver, o lixo no chão, os buracos, as ervas por cortar e os jardins por cuidar não entram nas fotos e nos vídeos, mas são o cartão-de-visita de um concelho que mudou para pior porque os seus gestores atuais são muito piores dos que os que tanto criticaram e criticam, mesmo que espalhem cartazes com quase 3 anos a anunciar o nascimento de obras que nem sequer ainda estão finalizadas no papel!
O parece é, ou talvez não, e neste caso, não!!!
Nuno Cavaco
Militante do Partido Comunista Português
02.10.2024 - 15:26
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