ambiente
Sesimbra recebe quarta conferência que assinala 20º aniversário da SIMARSUL
"Preservar ecossistemas aquáticos e valorizar o património da Península”
Sesimbra com o olhar deitado sobre o Atlântico e a vida quotidiana a abraçar a Serra da Arrábida, recebeu no Auditório Conde de Ferreira, os participantes e intervenientes convidados, que contribuíram com as suas perspetivas para a temática, para de forma aberta mergulhar nos ecossistemas aquáticos, importante património da Península de Setúbal.
A conferência foi dedicada à temática “Preservar Ecossistemas Aquáticos e Valorizar o Património da Península” e contou com a presença e intervenção da Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa, do Vice-Presidente da Águas de Portugal, José Sardinha, e do Presidente da SIMARSUL, Francisco Narciso. Rute Isabel Cesário foi a moderadora da mesa-redonda. O relator convidado, foi o Diretor do Jornal Setúbal Mais, Florindo Cardoso.
Na abertura, Felícia Costa, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, começou por sublinhar os imensos investimentos que o município tem feito nos sistemas de tratamento das águas residuais e a estreita parceria com a SIMARSUL, tendo por objetivo proporcionar melhor qualidade de vida às populações.
Salientou que é com orgulho que a autarquia olha para o passado e sente as mudanças que foram concretizadas neste trajeto, estando atualmente todo o território ligado à rede, embora, num território com uma malha urbana muito dispersa, com zonas isoladas, ainda não se concretizou a ligação a 100%, mas, este é um trabalho em continuidade, que exige um investimento avultado, que, na prática, cada vez tem mais substância e procura responder aos objetivos e exigências da União Europeia, no âmbito da sustentabilidade ambiental – “é um investimento avultado, mas é um investimento que se justifica”.
José Sardinha, Vice Presidente da AdP - Águas de Portugal, salientou que as parcerias entre os municípios e entre as Águas de Portugal tem sido gratificante para valorizar a vida da comunidade.
Recordou, o envolvimento do antigo presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, na reflexão sobre a localização da ETAR de Sesimbra, que se previa ir ser instalada num espaço turístico, junto ao Oceano, e, por essa razão, apontar-se a necessidade de um enquadramento e nesse sentido, para além do equipamento ambiental, estudou-se o espaço ao nível paisagístico e arquitetónico – “uma experiência que foi replicada pelo país”, disse.
Outra experiência, adquirida na parceria com o concelho de Sesimbra, foi a solução para resolver as zonas distantes, onde as habitações utilizavam fossas, e que o município assumiu a responsabilidade, também replicada pelo país.
Salientou que a SIMARSUL é uma empresa com sustentabilidade económica e financeira que gere, que está preparada para agir na economia circular, dando o exemplo que a Península de Setúbal tem a maior rede de reutilização do país, com 160 km – “um bom exemplo a seguir”.
Após a sessão de abertura, os trabalhos continuaram com a Mesa Redonda – “Perspetivas do Passado ao Futuro”, centrando-se na temática de preservar ecossistemas aquáticos e valorizar o património da Península. Rute Isabel Cesário, do Instituto Superior Técnico, Investigadora Centro de Química Estrutural e Professora Convidada, moderou o debate.
José Polido, vereador da Câmara Municipal de Sesimbra, recordou que até ao 25 de abril, a maior parte das aldeias do concelho não tinha rede elétrica, nem água e muito menos saneamento – “nestes anos foi feito um trabalho excelente”. Sublinhou que hoje o concelho tem 600 km de rede de saneamento.
O autarca recordou que as más condições que existiam nas praias do concelho de Sesimbra, que nestes anos mudaram completamente – “são praias de excelência”, disse, graças à pareceria do município com a SIMARSUL.
André Matoso, Administrador da Agência Portuguesa do Ambiente, sublinhou que é uma verdade, que estamos a celebrar os impactos positivos resultantes de uma parceria entre a SIMARSUL e os municípios, o contributo para a melhoria da qualidade de vida, pela ação dos serviços públicos, os resultados são visíveis.
O Grupo Águas de Portugal – “é uma referência mundial”, disse, acrescentado que a Península de Setúbal, nas suas massas de águas, quer nas águas costeiras, quer nas águas subterrâneas, esta é uma zona onde Portugal, tem um bom desempenho ambiental, um exemplo que apresentamos em Bruxelas – “aqui as coisas funcionam”, graças ao desempenho dos municípios e SIMARSUL.
Recordou que de 2011 a 2023, os resultados das águas balneares nas praias do concelho de Sesimbra são sempre de excelência.
Pedro Santos, da Quercus, Coordenador do projeto “Praias com Qualidade de Ouro”, sublinhou que o projeto que coordena tem por objetivo demonstrar o que está bem feito, ao longo dos anos, ano após ano, no que diz respeito a tudo o que afirma qualidade, quer na qualidade da água balnear, quer no ambiente marinho, tudo isto, disse, tem como referência a qualidade da água.
“O evoluir da qualidade da água tem aumentado o número de praias com classificação excelente” - a qualidade de ouro”, afirmou.
Ricardo Ribeiro, do Ocean Alive, Gestor de Projetos e Inovação, referiu o trabalho que tem sido realizado no estudo do estuário do Sado, em concreto sobre as pradarias marinhas e a necessidade de preservar o eco-sistema e o habitat.
Sublinhou a necessidade de mitigar ou eliminar as causas, nomeadamente reduzir a poluição, promover o ordenamento da navegação, evitar a ação dos mariscadores destrutivos, e, defendeu a importância de envolver as comunidades piscatórias na defesa e promoção dos serviços ambientais das pradarias marinhas.
António José Correia, do Fórum Oceano, Coordenador da Rede das Estações Náuticas de Portugal, salientou que “a qualidade da água é determinante para o bem-estar, do lazer”, neste contexto salientou que “a água é um elemento de promoção dos territórios”.
As Estações Náuticas, disse, mantiveram sempre uma boa relação com as Águas de Portugal, na promoção e valorização da água com elemento determinante na valorização dos territórios.
Sublinhou a importância da sensibilização das comunidades para a importância da água, referindo que os eventos ligados à água são um bom instrumento para promover e valorizar a água.
Há uma questão de literacia da água a dinamizar que deve envolver todas as entidades que exercem responsabilidade na gestão da água.
As Estações Náuticas desenvolvem um papel de promoção da sustentabilidade ambiental, com dinamização de boas práticas, centradas na valorização da qualidade da água.
De olhos postos no passado e perspetivando o futuro propôs aos intervenientes da mesa-redonda um brinde ao valor da água e ao desempenho para a sua valorização e proteção. >
Jorge Humberto, da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Diretor do Departamento Operacional, sublinhou que o Turismo é uma atividade que tem sempre um encontro entre o público e o privado.
As paisagens são públicas, os rios são públicos, mas, o turismo precisa de empresas que valorizem o turismo, porque temos que estar preparados para receber as pessoas.
“O bom trabalho da SIMARSUL é importante para a promoção do turismo”, disse.
João Fonseca Santos, do Banco Europeu de Investimento, Chefe do Gabinete de Lisboa, salientou que a economia azul a transição verde, são preocupações do BEI, que, neste contexto está alinhado com as políticas da União Europeia, apoiando prioritariamente projetos que contribuam para o combate às alterações climáticas.
Cerca de 3 mil milhões de euros foram assinados em Portugal, em contratos dirigidos para projetos nestes setores, que são classificados no âmbito da bio-economia e bio-diversidade.
Após a apresentação das ideias-força por Florindo Cardoso, Diretor do Jornal Setúbal Mais, Relator Convidado, os trabalhos foram encerrados por Francisco Narciso, Presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL.
Na sua intervenção, Francisco Narciso destacou que “as garantias da qualidade das águas balneares, num território que é ele todo de uma riqueza ambiental ímpar nas mais diversas perspetivas, é uma das principais faces da intervenção conjunta desta importante parceria, e relativamente à qual, temos hoje um conjunto importante de evidências, bem como do impacto. É o regresso dos golfinhos, são as pradarias marinhas, a exploração de ostras no sado, é a reconciliação das pessoas com as nossas águas, é a economia azul em todo o seu esplendor, ou seja, é o bem-estar das populações e o desenvolvimento dos territórios.”
Por essa razão afirmou na SIMARSUL estamos – “muito comprometidos com o futuro, acelerando a economia circular da água e ação pelo clima, ambições que concretizam o nosso propósito de fazer a diferença na vida das pessoas, incentivando a inovação em prol de um futuro mais sustentável”.
A finalizar, agradeceu a todas e a todos aqueles que ao longo destes anos deram o seu contributo e a quem diariamente assegura os serviços da SIMARSUL, essenciais às populações.
02.07.2024 - 08:39
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