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Secretário de Estado do Ambiente
Participa em Grândola na iniciativa Bioeventos 2010

Com uma área de 221 ha, a Herdade da Ribeira Abaixo, situada na freguesia de Santa Margarida da Serra, é a Estação de Campo do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e dispõe de uma ecoteca Temática, destinada a promover a Educação Ambiental.
O trilho desenvolveu-se numa extensão de cerca de um quilómetro ao longo de um curso de água, afluente da ribeira dos Castelhanos, e da própria ribeira dos Castelhanos, observando-se de um dos lados vegetação típica de galerias ripícolas e do outro lado uma área significativa de Montado com a sua vegetação característica.
Através deste trilho os participantes fizeram uma viagem entre a vegetação ribeirinha do curso de água, dominada por espécies como amieiros, freixos, salgueiros, pilriteiros, roseira brava e onde se destaca ainda o carvalho português, e os montados de sobro com as suas sargaçais e uma profusão de cor e cheiros de outras espécies tipicamente mediterrânicas. O participante foi convidado a utilizar o Guia de Campo do Dia B para identificar algumas das espécies que encontrou ao longo do trilho.
O trilho foi acompanhado por investigadores do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com quatro pontos de paragem para demonstração de alguns trabalhos científicos que se desenvolvem na estação de Campo e que demonstram a importância da Biodiversidade para vários serviços do ecossistema.
Explicando que o Ano Internacional da Biodiversidade tem como principal finalidade dar a conhecer e sensibilizar a população para a biodiversidade, mas também mostrar o seu valor económico, Humberto Rosa agradeceu o trabalho que está a ser realizado pelo Centro de Biologia Ambiental.
“Estando em curso o Ano Internacional da Biodiversidade, sendo este o Dia Internacional da Biodiversidade, precisávamos de mostrar a nós próprios, Portugueses, que o sabíamos assinalar tão bem como assinalámos, no ano passado, através da comunidade geológica, o Ano Internacional do Planeta Terra e isso está a ser conseguido pelo Centro de Biologia Ambiental, que foi um dos parceiros de primeira linha, que está hoje associado a um Comité Português para o Ano Internacional da Biodiversidade”, disse agradecendo a organização por colocar “a Biodiversidade no mapa”.
O Secretário de Estado do Ambiente lembrou, ainda, os esforços que têm sido feitos para gerir habitats e para recuperar espécies.
“O montado é um eco símbolo mediterrânico por excelência. Mas, como sabem, temos também feito um esforço de recuperação de algumas espécies carismáticas, como o lince ibérico, também ele um eco símbolo mediterrânico”, disse. Humberto Rosa referiu, também, o caso da águia imperial, que nos anos 70 deixou de nidificar em Portugal. “Nos anos 2000 e tal começou a haver um casal, mas em Fevereiro de 2009 o macho foi abatido por caça ilegal e deixámos novamente de ter nidificação. Hoje, em 2010, temos nove casais, cinco confirmadamente nidificando, três que estão de volta, em Barrancos, no Baixo Alentejo, em Idanha, Castelo Branco, e a águia, como o lince ibérico, para além de ser uma espécie mediterrânica. Quer isto dizer que os habitats têm de estar melhores. O esforço que temos feito de gerir habitats, o protocolo com Espanha de colaboração, de proteger linhas eléctricas contra a electrocussão, vai dando frutos. Considero por isso que escolheram magnificamente o Dia B ser em torno do montado”.
O Presidente da Câmara Municipal de Grândola, Carlos Beato, referiu ser uma honra receber projectos desta natureza.
“Queremos ser parceiros da Faculdade de Ciências e deste Centro Ambiental para ajudarmos na medida das nossas possibilidades, porque este centro, esta serra e projectos deste tipo, são bons para o nosso concelho e para o Litoral Alentejano e um exemplo prático de que queremos um território harmonioso, em que o desenvolvimento económico seja complementar da conservação da biodiversidade. E este projecto pode ser um contributo muito importante para que este município possa estar a caminho da linha da sustentabilidade”, disse.
O programa Bioeventos 2010, uma iniciativa conjunta do Museu Nacional de História Natural e do Centro de Biologia Ambiental, principais entidades da Universidade de Lisboa, dedicadas à investigação da Biodiversidade e a sua divulgação, é um conjunto de iniciativas de comemoração do Ano Internacional da Biodiversidade, que pretendem divulgar o papel e importância da biodiversidade para a sustentabilidade do planeta e o papel das sociedades humanas na sua preservação, juntando Portugal à lista de países promotores destas iniciativas.
24.5.2010 - 23:03
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