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Juvenal Silvestre – presidente da Junta de Freguesia de Coina
“Necessitamos de ter boas acessibilidades para que a freguesia possa crescer”

Juvenal Silvestre – presidente da Junta de Freguesia de Coina<br>
“Necessitamos de ter boas acessibilidades para que a freguesia possa crescer” Juvenal Silvestre é presidente da Junta de Freguesia de Coina há cinco anos e meio. O que diz ter começado numa brincadeira, pois numa altura em as pessoas andavam mais descontentes com o andamento da freguesia, houve uma cidadã que lhe disse: “Tu é que devias ir para presidente da junta” e essa brincadeira acabou por ganhar contornos mais sérios. Eram cada vez mais frequentes essas mensagens e assim, quando terminou a carreira de árbitro aos 45 anos, “façanha” que o ocupou durante 20 anos, resolveu aceitar o convite do partido Socialista.

E tornou-se no presidente de junta. Hoje, considera que o que é mais premente para a freguesia de Coina é a aposta nas acessibilidades e que a construção da CRIPS se concretize, para que o desenvolvimento esperado para a região seja uma realidade: “Todos sabemos que a nível de concelho, Coina é a freguesia que tem mais perspectivas de crescimento, a médio prazo”. Mas para assegurar esse crescimento populacional também advoga que: “primeiro devemos criar condições para que as pessoas possam viver em Coina”.

Importância da CRIPS para a expansão da freguesia

Fala de Coina como uma zona sossegada, uma freguesia “semi-rural” onde as pessoas se conhecem umas às outras, mas em que predomina uma população mais envelhecida com carências económicas, o que diz tomar reflexo no poder de compra. Fixar a população mais jovem na vila é por isso uma questão que considera importante mas, para isso, diz ser necessário mais urbanizações e a resolução do problema de trânsito que assombra a localidade: “Necessitamos de ter boas acessibilidades para que a freguesia possa crescer”. E é assim que a construção da CRIPS, prevista para daqui a seis anos, adquire uma tão grande relevância, de modo a desviar o trânsito que atravessa a localidade e também servindo como um chamariz para novos casais que se queiram instalar. È o próprio presidente da junta que considera: “o que era realmente importante era a construção da CRIPS”. Após essa concretização, Juvenal Silvestre aponta para um maior desenvolvimento com o crescimento das urbanizações, sublinhando: “principalmente a urbanização da Quinta de São Vicente, que é para aí que a freguesia está devidamente preparada para receber muita gente”, o que diz estar previsto no Plano Director Municipal (PDM) do Barreiro, onde consta espaço de habitação para cerca de doze mil pessoas.

Rotunda dentro de Coina – “iria descongestionar o trânsito que existe dentro da freguesia”

Relativamente a obras de maior vulto, fala das que, mesmo não estando directamente ligadas ao executivo da junta, também são importantes de serem referenciadas, como a obra levada a cabo pela SIMARSUL para a construção de uma estação elevatória para fazer o tratamento das águas residuais e a Rotunda da Fonte da Talha, uma obra que diz ter começado há cerca de uma semana e que considera fundamental para Coina, ou não fosse o trânsito o principal problema da localidade. Adiantou ainda que, neste sentido, que lhe foram transmitidas, pela Câmara Municipal do Barreiro, aquilo que considera serem “boas perspectivas” para a construção de uma rotunda dentro de Coina, mas acerca disso diz ainda não poder adiantar muito, porque ainda não há garantias da sua execução, mas não deixa de comentar: “Para nós seria uma obra também muito importante porque iria descongestionar o trânsito que existe dentro da freguesia”.

Junta solicita à câmara a descentralização da Quinta do Peliche

Juvenal Silvestre mostra preocupações com a urbanização da Quinta do Peliche, considerando que a esse respeito deviam estar mais adiantados, não só a nível de limpeza mas também de preservação das zonas verdes. Uma urbanização que está ainda em construção mas onde já habitam algumas pessoas e por ser uma zona próxima de um pinhal já fez com que, segundo conta, tivessem de pedir autorização ao seu proprietário para se proceder à intervenção de pequenas limpezas, de modo a acautelar as casas do perigo dos incêndios. Depois de as infra-estruturas estarem prontas desde finais de 2005, torna-se urgente a realização das obras para finalizar a urbanização e, é por isso, que solicita à câmara que passe para a junta a descentralização da urbanização, fundamentando: “para que possamos arranjar o resto, através de um acordo com a câmara para que nos forneça os funcionários ou que descentralize verbas”.

“Semana de Coina” – “As pessoas sentiram que foi feito alguma coisa por elas”

Neste segundo ano do mandato, Juvenal Silvestre fala na importância da realização das chamadas “pequenas obras”, que em termos de significado para a população não se podem considerar pequenas mas sim de grande significado. Nesse âmbito, a passagem da comitiva camarária pela freguesia, no âmbito do “Roteiro das Freguesias” foi um momento também a destacar, pois permitiu a resolução de questões que eram, algumas delas, reivindicações antigas. Fala na lomba colocada em frente à Escola Básica 1ºCiclo de Coina de modo a travar o trânsito que ali passa, nas calçadas que foram reparadas, nas marcações para o estacionamento feitas na urbanização do Alto da Malhada, assim como a colocação dos aquedutos nas bermas da estrada. Um conjunto de obras que foi motivo suficiente para que o presidente da Junta de Coina considerasse que a “freguesia estava em festa”, ao que comenta: ” Nós sentimos que a população ficou satisfeita e quando disse que a freguesia estava em festa era nesse sentido, as pessoas sentiram que foi feito alguma coisa por elas”. O facto de a “Semana de Coina” ter proporcionado momentos de convívio e de visita pela freguesia também é, no seu entender, fundamental: “Estamos sempre a aprender com as pessoas e, eu interpreto assim, nós somos responsáveis pela freguesia mas estamos sempre a aprender quando andamos a falar com a população.”

AUGI de Covas de Coina – “já se anda a enrolar há muitos anos e depois as pessoas vão-se desmotivando porque não vêem a obra”

A “Semana de Coina” proporcionou ainda a realização de três reuniões com os moradores da freguesia, de modo a que se debatessem os problemas mais prementes da população. Numa dessas reuniões falou-se da AUGI de Covas de Coina onde a Associação de Proprietários se queixava de que a situação nunca mais era resolvida. Da reunião resultou a marcação de um novo encontro, desta feita entre os técnicos da câmara e do projecto, contando com a presença do vereador Joaquim Matias e da Associação de Proprietários. Acerca desta questão, Juvenal Silvestre diz ter havido mais avanços pois no novo projecto foram apresentadas alterações que eram necessárias. “Um passo decisivo para que finalmente as coisas possam andar”, considera, de uma situação que, na sua opinião, “já se anda a enrolar há muitos anos e depois as pessoas vão-se desmotivando porque não vêem a obra”.

Repavimentação do Caminho Municipal 1028 será equacionada no orçamento de 2008

A repavimentação do Caminho Municipal 1028 é outra questão que aguarda resolução mas sobre a qual, Juvenal Silvestre diz já ter falado com o presidente da Câmara do Barreiro e que lhes foi comunicado que essa obra será equacionado no orçamento de 2008.

Mercado mensal – maior controlo e organização já para Janeiro de 2008

Da parte da junta diz que a grande prioridade se prende com a realização de obras nos traçados dos mercados, nomeadamente no mercado mensal, o que diz tratar-se de “uma grande fonte de receita para a freguesia”, ao que adianta: “porque dali saem muitas receitas para podermos fazer obras na freguesia”. Apesar disso, reconhece que existe alguma desorganização no seu funcionamento e que é nesse sentido que a junta pretende actuar, através de marcações no terreno para os vendedores e de um maior controlo na entrada dos vendedores no recinto, ao que esclarece: “de modo a que só entre para o mercado quem tiver os cartões em dia”. Diz que a curto prazo pretendem vedar toda a zona do terreno para que em Janeiro de 2008 “já exista algum desse controlo, pelo menos em parte do terreno”. Alega ainda que estas mudanças não são para prejudicar ninguém mas sim para beneficiar o funcionamento do mercado.

Necessidade de passeios pedonais

No que diz respeito a obras pendentes, refere que a junta está a aguardar alguns projectos pedidos à câmara para poder avançar com as obras. As prioridades são a construção de passeios pedonais, de modo a precaver a segurança dos cidadãos. Fala na necessidade de um passeio entre o cruzamento da estrada 510 e a zona que chama de Antiga Fábrica do Plástico. Uma necessidade que já há muito é falada, ao que o presidente da junta esclarece: “porque há muitas pessoas que se deslocam a pé de Covas de Coina e vêem ao mercado e é perigoso não haver um passeio”. Outro passeio também necessário é no lado contrário dos Correios “para darmos acesso às pessoas que ali se deslocam”.

“A nossa freguesia orgulha-se de ser uma das mais limpas do concelho do Barreiro”

Em relação ao Protocolo de Delegação de Competências, assinado entre a Câmara Municipal do Barreiro e as juntas de freguesia do concelho, faz uma análise positiva, considerando que “as coisas estão a correr bem”. Relativamente ao acréscimo das competências da junta ao nível da gestão urbana, Juvenal Silvestre diz que se traduziu em bons resultados e, mesmo sob o perigo de ser considerado suspeito, não deixa de considerar: “a nossa freguesia orgulha-se de ser uma das mais limpas do concelho do Barreiro, senão a mais limpa”. Reconhece que as receitas que advêm do mercado mensal também lhe facilitam essa gestão, podendo ter mais funcionários a trabalhar na freguesia. Refere também que a questão da limpeza da vila constituiu uma prioridade e que, nesse sentido, têm sido feitas limpezas em Covas de Coina e na Quinta da Areia, o que diz não estar previsto no protocolo mas que não o deixaram de o fazer, considerando que “essa população também merece”.
Também diz já ter falado com a câmara, em parceria com a Junta de Palhais e a de Santo António, para que em 2008 a situação dos monos seja resolvida através da existência de um carro para estas três freguesias: “Como estamos aqui mais longe, e os carros andam mais ali na zona urbana, às vezes ficamos um bocadinho esquecidos”, comenta.

“Prestar um serviço à população” – protocolo com o CEFP

Ainda a respeito de protocolos, revela que a freguesia de Coina foi a primeira que aderiu ao protocolo com o Centro de Emprego e Formação Profissional do Barreiro (CEFP) de modo a facilitar a apresentação quinzenal das pessoas que estão a receber subsídios, que em vez de se deslocarem ao Barreiro o podem fazer na Junta de Freguesia de Coina. A entrada nesse protocolo diz ter sido com a intenção de: “prestar um serviço à população”.

Inovações – empréstimos de cadeiras de rodas e prémio para o enxoval dos bebés

Apesar de ter de dividir o tempo com o seu horário laboral enquanto chefe do Serviço de Limpeza na Câmara Municipal do Barreiro e com as solicitações a que está sujeito enquanto membro do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Juvenal Silvestre diz ser por gosto que exerce o cargo de presidente da junta. Nasceu em Coruche, mas já há 40 anos que está no concelho e, por isso, diz que já são muitos os laços que o prendem à freguesia. Conta que com dezassete anos já era dirigente na antiga colectividade Casca Viana em Coina e reconhece que essa ligação ao movimento associativo e ao desporto também pode ter tido um peso considerável no caminho a presidente de junta. A respeito ao envolvimento social com a população, diz ter trazido algumas inovações, como os empréstimos de cadeiras de rodas ou o prémio para o enxoval oferecido no nascimento dos bebés na freguesia.

Alargar a ajuda de géneros alimentícios, da CATICA, a mais família da freguesia

Juvenal Silvestre não esconde o orgulho que tem do associativismo em Coina, o que proporciona o convívio quer entre as crianças, quer entre os mais velhos. É nesse sentido que fala da associação CATICA que diz ter um papel muito importante na localidade, inclusivamente pela distribuição de géneros alimentícios pela população mais carenciada. Sobre esta questão, adianta que pretende ver alargada essa ajuda “a mais famílias com problemas dessa natureza”, e para isso diz já estar agendada uma reunião para a próxima semana com a associação.
Não pode também deixar de falar de um acontecimento recente, as Marchas Populares, o que acabou por revelar, o seu entender, o exemplo do “grande envolvimento e empenho por parte das pessoas” que se vive nas colectividades da região. O facto de a freguesia de Coina ter tido duas marchas é para si um motivo de grande alegria.
O pendor mais rural que tem a freguesia, na sua opinião, talvez explique o grande envolvimento que existe entre as pessoas: “as pessoas participam, desabafam umas com as outras e às vezes dão uns concelhos e era isso que nós tínhamos antigamente nas colectividades”.

Espírito de participação – “A festa também é minha e eu também quero contribuir com alguma coisa”

Das Festas Populares de Coina, em Honra de Nossa Senhora dos Remédios, diz ser uma ocasião de festim dirigida especialmente para a população. “Brincar uns com os outros e conviver” é o mote que serve para as festas, um trabalho que Juvenal Silvestre diz ter começado em Março, mas que vale todo o esforço.
Uma tradição que já há muitos anos está enraizada na comunidade e que, se em tempos era feita em princípios de Outubro, altura em que se terminava as searas e se faziam as colheitas, hoje foram antecipadas, no sentido de aproveitar o bom tempo de início do Verão. Na opinião do presidente de Junta de Coina, essas tradições são importantes de manter, pois acabam por ser uma forma de proporcionar distracção e convívio entre as pessoas. Com um orçamento que diz andar à volta dos nove mil euros, considerou importante ter um arraial, as ruas enfeitadas, uma quermesse e todos os requisitos que convêm a uma festa que se quer popular. Partindo do princípio de que “é fundamental dar-mos a cara”, Juvenal Silvestre conta que o executivo da junta marcou presença no peditório que fizeram para as festas, percorrendo as casas da freguesia, ao que sublinha: “O importante é irmos ao terreno e as pessoas falarem connosco”. Nessa ocasião diz ter verificado mais uma vez a vontade que as pessoas têm de participar. Desde ofertas de sacos de arroz, a garrafas de vinho, o que diz ter “visto” em comum era o pensamento de que: “A festa também é minha e eu também quero contribuir com alguma coisa”.


Andreia Lopes Gonçalves

7.7.2007 - 1:15

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