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Projecto VULTOS Juvenil apresentado à comunidade
Importante para as escolas do Barreiro e para os barreirenses

Projecto VULTOS Juvenil apresentado à comunidade<br />
Importante para as escolas do Barreiro e para os barreirenses No Auditório Manuel Cabanas, na Biblioteca Municipal do Barreiro, ontem, ao fim da tardem decorreu a sessão de apresnetação do Projecto VULTOS Juvenil, que tem por finalidade ligar os jovens à comunidade e à história do concelho do Barreiro.
Na sessão de abertura foi proferida uma conferência, por José Pacheco Pereira, tendo como lema : "Como escrever uma biografia”.

A sessão foi participada, com a presença de alunos, professores e diversas personalidades da vida local, proporcionado a troca de ideias e interrogações sobre a história e a importância das biografias na história, com particularidade da história local.
Helena Sardinha Pereira, professora de História, em representação dos professores das escolas do concelho do Barreiro, envolvidas na implementação do projecto VULTOS Juvenil, sublinhou que este projecto é fruto de uma parceria dos Agrupamentos de Escolas, dos Arquivos existentes no concelho, nomeadamente Ephemera, CUF e Porto de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, o Espaço Memória, assim como fazer a ponte com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde há muitas documentação sobre o concelho do Barreiro.
“O projecto é importante para as escolas do Barreiro e é importante para os barreirenses”, afirmou Helena Sardinha Pereira.

Publicação de um ou mais livros com biografias

Foi, seguidamente apresentado um vídeo de apresentação do projecto, no qual é salientado que o projecto terá como interesse central as conhecer o passado através das histórias das pessoas.
O obejctivo final do projecto será a publicação de um ou mais livros com biografias de vultos do concelho do Barreiro, que serão redigidos pelos alunos das escolas envolvidas no projecto, contando histórias de vida e seu contexto epocal.
A Mesa que dirigiu os trabalhos foi composta por Luis Victorio, da associação cultural Vultos; Helena Sardinha Pereira, em representação das escolas; Arlete Cruz, vereadora da Câmara Municipal do Barreiro, responsável pela área do Património e José Pacheco Pereira, prelector convidado.

Faz todo o sentido falar em biografias no Barreiro


José Pacheco Pereira, disponibilizou-se para dinamizar nas escolas, com os alunos e professores, workshops para aprofundar sobre o tema da conferência "Como escrever uma biografia".
Na sua intervenção sublinhou que faz todo o sentido falar em biografias no Barreiro, uma terra com uma história de resistência e associada a conflitos sociais e prisões.
“As biografias são elementos importantes para reconstituir a história local”, disse, acrescentando que “todas as pessoas são importantes para a história da terra”.
Na sua opinião, devem fazer-se biografias das pessoas que foram presas, mas também daqueles que estavam no outro lado do regime.
Recordou que há pessoas que não ficam na história, mas conhecer as suas biografias é importante para conhecer a história local.
As biografias devem ser feitas aos de cima, mas também aos de baixo, tudo é relevante para escrever a história, recordou José Pacheco Pereira.

Biografia autorizada e não autorizada

O historiador e biógrafo de Álvaro Cunhal, começou por salientar que há dois caminhos para elaborar biografias – a biografia ou é autorizada ou não é autorizada.
Salientou que uma biografia autorizada tem a vantagem de acessos a fontes, mas não proporciona a mesma liberdade de escrever, dado que família tem poder de decisão sobre o conteúdo.
Uma biografia não autorizada permite mais liberdade de escrita, mas coloca problemas de acesso às fontes.
Alertou para a importância de se elaborar uma cronologia sempre que se inicia um processo de escrita de biografias, tal é essencial, para se percorrer o tempo do nascer ao morrer e o enquadramento familiar.

O passado é um país estrangeiro

Outro aspecto relevante que salientou como de importância no processo de elaboração de uma biografia, para além da cronologia com datas, é a construção de uma base de dados, com artigos, fotografias, correspondências, documentos, tudo que permita estruturar o percurso da vida de uma pessoa.
Salientou que é importante integrar artigos autobiográficos, assim como ter cuidado com as classificações ideológicas, porque há diferenças entre ser anarquista, sindicalista ou comunista.
Recordou que “o passado é um país estrangeiro, lá fazem-se coisas diferentes”.

Sabe mais de mim do que eu

Na sua intervenção José Pacheco Pereira centrou-se numa abordagem às dificuldades e os caminhos que percorreu na elaboração dos 4 volumes da biografia não autorizada de Álvaro Cunhal.
“Esse sacana sabe mais de mim do que eu”, disse o biógrafo, que terá sido um comentário de Álvaro Cunhal, a uma pessoa da sua relação próxima, quando questionado sobre a sua biografia.

A liberdade vem do saber

A encerra numa mensagem dirigida aos alunos, presentes na conferência, disse que estão numa idade que vão decidir o que vai ser das suas vidas, e, nesse contexto. recordou-lhes quem ler mais, quem tiver mais conhecimentos, melhor conduz a sua vida e manda na sua vida, caso contrário, haverá alguém que mandará na sua vida.
“A liberdade vem do saber”, disse

S.P.

26.10.2023 - 00:28

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