reportagem
Historiador Paulo Eduardo Guimarães no Barreiro
Anos 40 não foram certidão de óbito ao Movimento Anarquista

Na abertura da sessão, Carlos Bicas, da associação Vultos da Nossa Terra, promotora deste evento, divulgou a biografia do conferencista e salientou que a associação Vultos, tem vindo a dar uma atenção especial ao estudo das primeiras décadas do século XX, porque essa é uma época de grande instabilidade ideológica, de mudança de ideias, é um tempo em que começam a formar-se forças novas, como é o caso da formação da CGT, do jornal Batalha, ou o nascimento da Federação Maximalista, e mais tarde o Partido Comunista, a partir daí, disse, com a formação do Estado Novo, começa uma história nova e uma grande sedimentação das ideias.
Carlos Bicas sublinhou a importância de não se esquecido este período da história, e, por essa razão a associação Vultos da Nossa Terra, está centrada nestes anos, para fortalecer o conhecimento sobre este a época.
Génese da criação das Juventudes Libertárias são as Juventudes Sindicalistas
Paulo Eduardo Guimarães, apresentou a estrutura do seu estudo que está na base do livro que foi apresentado. Referiu que a primeira abordagem que é feita no seu livro via proporcionar um conhecimento sobre os antecedentes que estão na génese da criação das Juventudes Libertárias. “são as juventudes sindicalistas, e, depois a criação da Federação Ibérica das Juventudes Libertárias”, disse.
A obra divulga os primeiros anos das juventudes Libertária em Portugal, nos anos 1935 a 1939, assim com a Confederação Geral do Trabalho e o Movimento do 18 de Janeiro de 1934.
Igualmente é analisado o impacto da derrota das forças republicanas, em Espanha, e a reorganização das Juventudes Libertárias, em Portugal, nos anos 1939-1948.
Anos 40 não foram certidão de óbito ao Movimento Anarquista
Paulo Eduardo Guimarães, salientou uma questão essencial do seu trabalho, a temática que se colocou após o ano 1942, os debates em torno do tema do “colaboracionismo” com comunistas e democratas - “um tema que já vinha dos anos 30”.
O seu livro encerra com uma abordagem da cisão dentro do Movimento Libertário e a procura de novos caminhos – “nomeadamente a ideia que as ideias libertárias não cristalizadas e não são fossilizadas”.
Sublinhou que a questão central desta sua obra é precisamente a reorganização do Movimento Anarquista nos anos 40, porque é nos anos 40, que, em Portugal e em todo o mundo o movimento anarquista colapsa.
Recordou, no entanto o papel e a acção desenvolvida pelo Movimento Anarquista no processo de Maio de 68, em França – “aquelas ideias do é proibido proibir, onde o movimento anarquista teve um importante papel, portanto, o que eu quero dizer é que os anos 40, não foram nenhuma certidão de óbito ao Movimento Anarquista, porque, como diz o outro, eles ainda anda aí”.
II Congresso das Juventudes Sindicalistas no Barreiro
Na sua intervenção, recordou a realização no Barreiro, do II Congresso das Juventudes Sindicalistas, que decorreu, na clandestinidade, no ano de 1926.
Neste Congresso, as ideias dominantes nas juventudes sindicalistas eram anarco- sindicalistas, no evento participaram jovens oriundos de vários pontos do país, o Partido Comunista foi “declarado um partido contra-revolucionário”.
O Congresso foi presidido por Bernardino Xavier; Secretários foram Francisco Paulo Júnior «Pavel» e José Malhinha.
30.11.2023 - 17:17
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