reportagem
Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista
Promove conversa sobre dinâmicas intergeracionais para longas vidas no activo
Euridice Pereira, Deputada e Presidente da Federação Socialista, referiu que esta era a última iniciativa do seu mandato, dado que vão realizar-se eleições internas, na sua intervenção alertou para a importância e actualidade do tema, para Portugal e para a Europa.
Vamos viver até aos 90 e 100 anos.
Paulo Pedroso, sociólogo, deu o pontapé de saída, salientando que o modelo que marcou gerações de existência de uma primeira idade de aprendizagem, uma segunda idade de trabalho e uma terceira idade de dependência, é uma realidade que está sendo superada devido ao aumento da esperança de vida com saúde, esta, é a mudança do século.
Na sua opinião estas idades começam a empurrar-se umas às outras, e tudo indica que vamos viver até aos 90 e 100 anos, por essa razão, disse, é necessário olhar a vida de outra maneira e construir estas idades dando-lhes vida social, e, ser capaz de construir mais vida na mesma vida.
Envelhecimento um problema da sociedade
António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas, recordou que a vida é marcada por ciclos e, na sua opinião, Portugal está a viver um novo ciclo, sendo o envelhecimento e a segurança social um problema da sociedade, alertando para a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre as taxas de fertilidade e de envelhecimento.
Criação de “estágios seniores”
João Botelho, defendeu a necessidade de os mais jovens não olharem para os idosos com “uma pedra no sapato”, encontrar respostas para a valorização do contributo social dos idosos, propondo a criação de “estágios seniores” na vida profissional e social.
Não olhar a inteligência artificial como uma “bola de cristal”
João Mouro, que trabalha com a aplicação da inteligência artificial em contextos educacionais, alertou para a necessidade de os jovens não olharem para a inteligência artificial como uma “bola de cristal” e devem ter um espirito critico para esta ferramenta.
Sublinhou, ainda que existe uma resistência, pela ideia que é uma ameaça ao emprego e que a inteligência artificial vai dominar o mundo.
Jorge Malheiros, abordou a temática da relação entre os idosos e o Serviço Nacional de Saúde, referiu que o envelhecimento é uma história natural e um processo global; recordou que ser um velho é pertencer a um grupo social com problemas diferentes, acrescentou que a transição da vida activa avançou na idade, o que exige que haja flexibilização na forma como encaramos o trabalho e coloque o problema da solidão como um problema, por fim, abordou a temática do idadismo, que implica a necessidade de existir uma mudança na forma como os jovens olham para os idosos.
Sublinhou, igualmente, o facto de na actualidade os jovens viverem mais tempo na casa dos pais.
Integração dos jovens no mercado de trabalho.
Paulo Marques, Coordenador do Observatório do Emprego Jovem, alertou para a necessidade de serem promovidas politicas públicas mais ambiciosas que promovam e apoiem o emprego para os jovens, porque existe um problema relativamente à integração dos jovens no mercado de trabalho. Na sua opinião a estratégia que existe com base na baixa de impostos, não vai estimular a economia.
Dificuldade que os jovens têm no acesso à habitação
A encerrar Sérgio Cintra, alertou para a dificuldade que os jovens têm no acesso à habitação, situação que não permite que organizem as suas vidas. Neste contexto defendeu a necessidade de regularizar o acesso à habitação para os jovens, como uma das politicas essenciais para integração dos jovens e dinamizar relações intergeracionais.
Seguiu-se um período de debate, conversa, troca diversa de opiniões, num auditório que contou com cerca de uma centena de participantes.
25.06.2024 - 19:17
imprimir
PUB.
Pesquisar outras notícias no Google
A cópia, reprodução e redistribuição deste website para qualquer servidor que não seja o escolhido pelo seu propietário é expressamente proibida.
Fotografia e Textos: Jornal Rostos.
Copyright © 2002-2025 Todos os direitos reservados.