reportagem
MONTIJO - Conferência “Sustentabilidade e Segurança Hídrica”
Fornecimento de água para reutilização é uma atividade principal
Francisco Narciso, Presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, no encerramento sublinhou que “a segurança hídrica também faz parte da agenda da nossa atividade. A produção e o fornecimento de água para reutilização é já hoje uma atividade principal das entidades gestoras de sistemas multimunicipais”.
O Presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, recordou que “20 anos é uma idade bonita que não pode deixar de ser assinalada”, perante os grandes desafios climáticos, este momento tem que ser, não apenas de falar do percurso e do balanço da SIMARSUL, mas, principalmente, “do que estamos a fazer por um futuro melhor, sustentável, para o território.”
Diálogo e as parcerias alargadas são cada vez mais indispensáveis
Salientou que para assinalar os 20 anos de intervenção conjunta em parceria com os municípios, este ciclo de conferências visa ouvir “os nossos stakeholders”, e, em particular as populações servidas, os municípios, as principais instituições com quem lidamos, sejam reguladores, sejam ONG, a academia, promotores de atividades económicas e comunicação social, que desde o início nos acompanham, e a quem muito devemos.
“Tal como no passado, o diálogo e as parcerias alargadas são cada vez mais indispensáveis para o futuro, assim como comunidades mais informadas e ativas em defesa da preservação do ambiente e da saúde pública, mas também em saber responder às situações de crise que vamos continuar a enfrentar”, afirmou Francisco Narciso.
Inegável os progressos obtidos na melhoria da saúde pública
O presidente da SIMARSUL, sublinhou que, 20 anos, permitem confirmar “o sucesso inegável dos progressos obtidos na melhoria da saúde pública, do bem-estar das populações e do desenvolvimento, competitividade e sustentabilidade do nosso território, hoje tão evidentes quando observamos atentamente as massas de água, é um desafio constante e resultou da combinação de várias abordagens.”
E, alertou que o “desafio constante” é não “baixar a guarda”, porque isso, “pode deixar tudo a perder muito rapidamente”.
“O contributo contínuo de todos é indispensável, desde os mais singelos gestos quanto ao encaminhamento de resíduos e óleos, ao complexo processo de tratamento, como os desafios com que nos confrontamos, seja em termos de impacto de produtos farmacêuticos, cosméticos ou microplásticos, e mesmo segurança hídrica.”, disse.
Simarsul deve honrar a sua memória
Na sua intervenção recordou e agradeceu ao vasto conjunto de pessoas que nestes 20 anos da SIMARSUL, sob diferentes perspetivas, tiveram e têm um contributo muito relevante para onde nos encontramos.
Salientou que qualquer organização deve honrar a sua memória, o seu passado, por essa razão – “iremos procurar registar o seu legado, designadamente, pessoas como o Eng. Arnaldo Pego ou o Dr. Joaquim Marques Ferreira, apenas para nomear alguns dos que fisicamente já não estão connosco”
Monitorização e modelação do estuário do Tejo
Quanto ao futuro, Francisco Narciso, salientou que “não foi esquecido”, dando o exemplo da iniciativa inovadora de monitorização do impacto nos ecossistemas, para que o nosso compromisso seja mais acompanhado no sentido do perpetuar, ou a continuidade da parceria com a Águas do Tejo Atlântico para a monitorização e modelação do estuário do Tejo (cujos antecedentes remontam ao final do século passado), para também apoiar decisões futuras, como a revisão da Diretiva das Águas Residuais Urbanas, e também melhor garantirmos que perdura este projeto reconhecido em termos mundiais, e um dos principais cartões de apresentação da intervenção do Grupo Águas de Portugal que assinala 30 anos.
Um território promotor de parcerias
O presidente da SIMARSUL, referiu que estas sessões são uma oportunidade para refletir sobre o futuro e evidenciar um conjunto de valores associados ao nosso percurso, designadamente: a importância das parcerias alargadas, num momento em que é particularmente evidente o reforço do individualismo; o diálogo com todos os stakeholders; a importância de ouvirmos as populações, quando os seus anseios e preocupações por vezes não são adequadamente percecionados, assim como a existência de um instrumento especializado, com um quadro técnico muito comprometido com o ambiente, sediado no território, promotor de parcerias, com passado, presente e para o futuro, quando a capacidade de resposta de muitas entidades é questionada com frequência, por essa razão disse – “a nossa mensagem é 20 anos a tratar o futuro, ontem, hoje e amanhã, de forma participada.”
Fornecimento de água para reutilização é uma atividade principal
A 6.ª Conferência, disse, “mais uma vez ousámos e fomos, eventualmente, para “fora de pé”, sendo assinalado o Dia Nacional da Água e discutida a Sustentabilidade e a Segurança Hídrica no nosso território.
“Sim a segurança hídrica também faz parte da agenda da nossa atividade. A produção e o fornecimento de água para reutilização é já hoje uma atividade principal das entidades gestoras de sistemas multimunicipais, e o destino a dar anualmente a 30 hm3, para um território que capta anualmente 50 hm3 para consumo urbano, é do interesse de todos.
Um estudo nacional promovido pela APA concluía que, nas últimas décadas a precipitação em Portugal e Espanha diminui cerca de 15%, prevendo-se que diminua entre 10% a 25% até ao final do século, sendo que na RH Sado e Mira se admitem diminuições do escoamento na ordem dos 50% no cenário RCP 8.5, inicialmente tido como o mais gravoso, e, hoje, para onde estamos a convergir muito mais rapidamente que o admitido.”, salientou Francisco Narciso.
Reserva estratégica nacional o aquífero Tejo-Sado
“O território em que atuamos, e este concelho em particular, dispõe de uma reserva estratégica nacional, o aquífero Tejo-Sado, margem esquerda de onde depende o abastecimento público de um número muito expressivo de habitantes e o desenvolvimento de importantes atividades económicas.
O Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de março, em 2022 teve como tema as águas subterrâneas.
“O problema com as águas subterrâneas é que não as vemos. E como fazemos com que as pessoas se preocupem com algo que elas não veem? É por isso que em 2022, o Dia Mundial da Água é (foi) sobre tornar o invisível visível e aumentar a conscientização sobre esse recurso precioso." (Stefan Siepman), daí o lema Groundwater, making the invisible visible.
A este desafio acrescem as limitações de monitorização dos usos no nosso país e a oportunidade do território captar um conjunto de projetos com importante potencial de alavancarem o nosso desenvolvimento.
Também os riscos de contaminação e a necessidade de pensarmos em origens alternativas e interligações de sistemas não é exclusivo dos territórios mais a sul do nosso.”, sublinhou o Presidente da SIMARSUL.
Alterar o panorama do desempenho ambiental no nosso país
“No momento em que o Grupo Águas de Portugal assinala os seus 30 anos e a SIMARSUL 20 anos, fica mais uma vez evidente, que fazemos parte de uma história que muito contribuiu para alterar o panorama do desempenho ambiental no nosso país, como estamos muito comprometidos com o futuro, acelerando a economia circular da água e ação pelo clima, ambições que concretizam o nosso propósito de fazer a diferença na vida das pessoas, incentivando a inovação em prol de um futuro mais sustentável. Por isso o nosso lema Ontem e Hoje a Tratar o Futuro.”, afirmou Francisco Narciso.
11.10.2024 - 17:05
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