reportagem
BARREIRO - Maria Inácia Rezola, Comissão Comemorações 50 anos 25 de Abril
Continuemos a celebrar as conquistas importantes do 25 de Abril
José Pacheco Pereira, Comissário da Exposição, recordou que os 1968-1974, época abordada na temática da exposição, foram os anos da Primavera Marcelista, tempos de mudança económica, social e tempo de diversidade política.
Na abertura da sessão, José Pacheco Pereira, salientou que o catálogo resultou da exposição, mas o catálogo é mais que a exposição, é um estudo da sociedade no período marcelista, e proporciona uma viagem por uma tempo histórico, sobre o qual existe uma lacuna.
Sara Ferreira, vereadora responsável pela área cultural da Câmara Municipal do Barreiro, salientou que têm significado para o Barreiro a Liberdade e a Democracia.
Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, recordou que foi num gosto receber no Barreiro, nas Oficinas da CP. a exposição que está na origem deste catálogo, um local onde as pessoas sentiram “o chão da fábrica”.
Marcelo Caetano fechou a porta à esperança
José Pacheco Pereira, sublinhou que Portugal, no período salazarista e marcelista, viveu a mais longa ditadura da Europa, acrescentando que a mais longa foi na União Soviética.
Lembrou que a ditadura foi marcada pela Policia Politica, pela Guerra Colonia, e, também pelas relações de Salazar com a Igreja.
Recordou que o período após Salazar, Marcelo Caetano foi recebido com uma sensação de mudança, existindo divergências, nas forças da oposição sobre a forma como este período era observado – para uns não tinha mudado nada, para outros devia espaço para agir. Nas eleições de 1969, a oposição concorreu com duas correntes – CEUD, com influência dos socialistas, e, CDE, com influência dos comunistas. Recordou a figura de Sotto Mayor Cardia.
José Pacheco Pereira salientou que o marcelismo, verificou-se um surto de publicações, mas Marcelo Caetano, fechou a porta à esperança – este foi um tempo de uma tampa que se abre e o tempo de uma tampa que se fecha, disse.
Aplausos de reconhecimento para Daniel Cabrita
Joaquim Matos, Curador da Exposição, recordou aspectos diversos da exposição, nomeadamente a luta das mulheres, os partidos políticos, a luta sindical, saudando o papel de Daniel Cabrita, presidente do Sindicato dos Bancários, eleito em 1969 e deposto e preso pela policia politica em 1971. O sindicalista barreirense, presente na sala, foi fortemente aplaudido.
A luta estudantil, a luta sindical e a Capela do Rato
Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, recordou que as comemorações iniciaram-se em 2022, sendo no primeiro ano dedicado à abordagem da luta estudantil e também a luta dos católicos na Capela do Rato. No segundo ano, 2023, o tema foi a luta sindical.
Essa a origem da exposição que esteve patente no Hub Criativo do Beato, em Lisboa, e nas Oficinas da CP, no Barreiro. A versão itinerante da exposição tem percorrido e está disponível para ser apresentada em qualquer ponto do país, em escolas, ou noutros locais, disse.
Sublinhou que o catálogo reproduz os principais elementos da Exposição e aprofundar o tema, nomeadamente com a inclusão do breviário que esclarece conceitos e referências importantes para quem não viveu esta realidade. Agradeceu a diversas entidades que apoiaram este projecto, entre as quais à Câmara Municipal do Barreiro.
200 mil pessoas que saíram à rua para celebrar os 50 anos do 25 de Abril
Maria Inácia Rezola, divulgou que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril vão prolongar-se até 2026. No próximo ano, 2025, as celebrações serão em torno do tema das primeiras eleições livres.
Recordou que no recenseamento feito em 1974, o número de eleitores passou de um milhão, para seis milhões, e, nas primeiras eleições 92% foram votar.
No ano 2025, será celebrado o ciclo eleitoral das diversas eleições legislativas, presidenciais, regiões autónomas e autárquicas, estas, que foram realizadas em 12 de dezembro de 1976, as quais foram as primeiras eleições autárquicas livres na história nacional.
Referiu que no ano 2026 será, igualmente, assinalada a data da aprovação da Constituição da República Portuguesa, que ocorreu em 2 de Abril de 1976.
A finalizar, recordou as 200 mil pessoas que saíram à rua para celebrar os 50 anos do 25 de Abril. Os portugueses fizeram a apropriação do 25 de abril, como algo seu, como parte do seu património.
Espero que continuemos a celebrar as conquistas importantes do 25 de Abril, disse.
António Sousa Pereira
TE – 180
Equiparado a Jornalista
23.10.2024 - 12:58
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