reportagem
BARREIRO - No Auditório do Teatro Projéctor
«A nossa peça» - uma noite de teatro ligado à vida

"A nossa peça" é um trabalho colectivo, concebido pelos alunos, uns nascidos em Portugal e outros oriundos de vários países: Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
O espectáculo que foi o exercício final de um programa de formação teatral, espelha a experiência daqueles alunos nesta viagem pelo mundo do teatro.
Como referiu Abílio Apolinário, o projecto proporcionou aos particiapantes conhecer o teatro nos seus bastidores, da luz ao som, do texto à interpretação, e, todas essa experiência resultou na criação, pelos próprios de uma peça teatral que sobiu a cena protagonizada no contexto de um Festival Internacional – “Oscário do Barreirense”.
Os actores e actrizes, foram desfilando relatando histórias das suas vidas, enquadradas em contos tradicionais, lendas dos seus países, animadas com músicas e danças tradicionais. Todos subiram ao palco para participar no “concurso”, apresentadas por uma apresentadora, que, no final, ela própria candidatou-se ao prémio final – “votem em mim”. O júri foi o público convidado a participar expressando, cada um a sua escolha sobre qual a melhor interpretação. Contados os votos, numa máquina de cartão, ligada às novas tecnologias, o resultado foi instantâneo. Aberto o envelope com o resultado, em letras garrafais, estava determinado o vencedor – TODOS!
Um laboratório de magia
«A nossa Peça» proporciona aos participantes mergulharem no “laboratório” e na “magia” do mundo do teatro, e, de forma perfeita conseguem transmitir para quem está na plateia um olhar sobre o mundo, sobre a vida, sobre as tradições, sobre as memórias e lendas que passam de gerações em gerações. Interpretam as personagens muito bem, nalguns casos, criam a ilusão estética que não se sabe se estamos a viver ficção ou perante estórias reais.
Ali aprenderam a colocação no espaço cénico, o sentido da luz, a vivência da personagem que começa no sentir e viver as palavras por dentro do corpo e nas expressões. Os bastidores. O público.
Sim, senti que aprenderam e viveram o teatro como uma experiência na qual valorizaram-se como pessoas, e, acima de tudo vos uniu enquanto grupo, nas diferenças e no que encontram de comum forjando a amizade.
Sente-se isso, quando no final é projectado o vídeo das situações vividas ao longo do projecto, a forma como criaram laços de cooperação, de entre ajuda, nos sorrisos, nas galhofas, nas tropelias, que vão guardar para a vida.
Para além da experiência teatral e da aprendizagem da cidadania, da descoberta do rio, da natureza, do encontro com a cidade e os seus lugares, este projecto é, sem dúvida, uma prova evidente como, neste Barreiro, do século XXI, cada vez com mais forjado de gente oriunda, não de diversos pontos do país, como aconteceu no século XX, mas, agora, de muitas gentes oriundas de diversos pontos do mundo, aqui, nesta cidade se integram e descobrem um tempo novo, num mundo novo.
“A nossa peça» é um exemplo como deve existir uma aposta na valorização da multiculturalidade, e, como a escola e a sua relação com agentes culturais, é uma ferramenta central para a integração, para a partilha de saberes e experiências e vivência da cidadania.
O humanismo não é uma realidade meramente teórica, o humanismo vive-se no quotidiano, foi isso que senti, ao longo da vossa peça. O vosso espectáculo é uma lição de humanismo, uma partilha de culturas e de saberes ancestrais, com lendas e contos tradicionais dos vossos países, histórias que nos ensinam, a nunca desistir e nunca deixar de sonhar.
Obrigado pela vossa energia. Foi, sem dúvida, uma bela forma de celebrar o Dia da Cidade.
Estão de parabéns o Projéctor, a Escola Augusto Cabrita e, naturalmente, quem proporcionou a vossa experiência. Era importante que estas iniciativas não ficassem apenas pelos programas apoiados pelo PRR, e, sim, fossem parte integrante de uma estratégia local de ligação da escola à comunidade.
Acredito que, desta forma, proporcionava a alunos vindos de diversos partes do mundo, a possibilidade de viver uma experiência enriquecedora.
As escolas são uma realidade viva do concelho, com programas desta natureza, de forma prática – juntando a aprendizagem à vida e de forma natural e cultivando amizade, os alunos descobriam a cidade que somos, os seus lugares e, hoje, como ao longo dos anos, sentir que o Barreiro, foi, é, uma cidade de muitas gentes vindas de muitos lados.
Parabéns. Foi uma noite de teatro ligado à vida. .
António Sousa Pereira
Intérpretes
. Iris Francisco – personagem Beatriz, de Portugal.
. Delma Moreira, Élia Delgado, Janice Tavares e Jayen Lopes – personagens Carolina, Maria, Paula e António, de Cabo Verde.
. Heloísa Noronha, personagem Catarina, do Brasil.
. Adelina Mané, Euriza Vaz e Tatiana Cá – personagens Rita, Luana e Tatina, da Guiné- Bissau.
. Joelma Barata – personagem Mariana, de Angola.
. Paulo Silva – personagem João, do Brasil.
. Ivânia Tavares – personagem Dilma, de Portugal
. Wanga Filipe Chindula – personagem Raul, de Moçambique.
. Ana Clara Moura – personagem Ana, de Brasil.
Formadores do Teatro Projéctorr
Encenação – Abílio Apolinário
Dança – Inês Nunes
Dramaturgia – Maria João Quaresma
Escola Secundária Augusto Cabrita
Professor José Matos, Coordenador do projecto
Apoios
Câmara Municipal do Barreiro
União de Freguesias do Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena
República Portuguesa – PRR - Financiamento da União Europeia
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02.07.2025 - 18:06
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