reportagem
Na Moita
Apresentação do Sub-projecto TRAMO
Barreiro anuncia criação de um fórum municipal de mobilidade
. Problema em comum – “Muitos carros em pouco espaço”
Ontem, na conferência de imprensa, no âmbito do II Encontro Transnacional Tramo realizado na Moita entre 28 e 30 de Junho, o vice-presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Joaquim Matias, informou que o Barreiro propõe desenvolver uma metodologia que permita a elaboração de um plano de mobilidade, assim como a criação de um fórum municipal, considerando que ”quando as pessoas se informam e participam são cidadãos mais exigentes”.
Na definição desse plano de mobilidade, acrescentou que se irá ter em conta as “alterações significativas que se esperam com a terceira travessia e no terreno da Quimiparque”.
Planos de mobilidade para cidades com menos de 200 mil habitantes
Elaborar planos de mobilidade para cidades com menos de 200 mil habitantes é o mote do sub-projecto Tramo. Moita, Loures e Barreiro são as três câmaras da área de Lisboa que estão envolvidas no projecto, a par com os parceiros espanhóis, do Ayuntamento de Torrent, do de Alicante e da Universidade de Génova, que não pode estar presente neste segundo encontro.
É preciso “parar e voltar atrás”
Em representação do promotor do projecto, o Ayuntamento de Manises, Maribele Domingues referiu que, numa altura em que o número de carros por família se torna incompatível com a vida nas cidades, é preciso “parar e voltar atrás”. Considerando importante “integrar a planificação das cidades em relação à mobilidade não só dos veículos mas também das pessoas”. Na região de Manises a grande questão que se pretende pôr em prática é a utilização de um meio de transporte colectivo para fazer a ligação entre as zonas residenciais e o polígono industrial.
Fórum Municipal -“Que haja uma ampla discussão dos objectivos a atingir”
Sublinhando a importância do encontro: “antes de se chegar a um caos, há que tomar medidas”, o vice-presidente Joaquim Matias, também vereador do Planeamento, referiu que o plano de mobilidade deverá favorecer o transporte público e as zonas pedonais. Sendo que, no caso do Barreiro, o plano deverá “adaptar-se às necessidades que vão surgindo”. E para se chegar a objectivos concretos, advoga que a participação é um factor indispensável, quer da parte das entidades envolvidas no projecto, quer dos cidadãos, e para isso falou do fórum municipal de mobilidade, lançando a vontade: “que haja uma ampla discussão dos objectivos a atingir”. Referindo a cidadania e o empenho dos cidadãos como condições indispensáveis na questão da melhoria da mobilidade.
“Melhorar as condições ambientais e a qualidade de vida”
O vereador Joaquim Matias adiantou que o plano de mobilidade pressupõe “melhorar as condições ambientais e a qualidade de vida”, o que será conseguido, segundo acrescenta, pela promoção do transporte público não poluentes e com medidas que promovam as deslocações pedonais, o que na sua opinião são questões que dão vida a uma cidade: “Promovendo o encontro entre as pessoas”, um caminho que assume ser a grande aposta a desenvolver nas cidades. Anuncia ainda que, a respeito à zona do Barreiro velho, que compreende a zona central da cidade, existe já um plano praticamente elaborado, que “precisa só da participação das pessoas”. A respeito do município vizinho, referiu que a Moita irá debruçar-se a respeito das ciclovias e zonas pedonais.
“Este trabalho em comum é um passo muito significativo para encontrar soluções”.
Evocando como problema comum das cidades envolvidas no Sub-projecto TRAMO, a existência de “muitos carros em pouco espaço”, o vice-presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, considerou que as questões da mobilidade não podem ser vistas de forma separada, ao que acrescenta: “o que não é uma fatalidade mas uma maneira de juntar esforços para obter resultados”. Posição que reforça ao falar da proximidade entre os dois concelhos, Barreiro e Moita, nas suas palavras “quase um contínuo urbano”, considerando: “este trabalho em comum é um passo muito significativo para encontrar soluções”.
“Dois dias muito interessantes de aprendizagem”
Em jeito de balanço ao encontro entre os parceiros do projecto, o autarca Rui Garcia diz ter-se tratado de “dois dias muito interessantes de aprendizagem”, acrescentando, nesse sentido, que os parceiros espanhóis estão já numa fase mais avançada: “Aprendemos mais do que pudemos transmitir, o que irá ter aplicações favoráveis para os municípios”.
“Uma troca de experiência que nunca é de mais”
O projecto TRAMO, cujas metodologias deverão estar concluídas em Março de 2008, resultou de uma candidatura conjunta no âmbito da Operação Quadro regional (OQR) “MARE – Mobilidade e Acessibilidade nas regiões da Europa do Sul”, financiada pelo INTERREG IIIC Sul, apresentada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).
As prioridades apontadas vão no sentido de melhorar as políticas e instrumentos de desenvolvimento regional ao nível da mobilidade, com vista à criação de uma estratégia integrada de mobilidade metropolitana. Assegurar a qualidade de vida das populações e contribuir para o desenvolvimento de cada região participante são os propósitos previstos. “Uma troca de experiência que nunca é de mais”, considera Joaquim Matias.
Andreia Lopes Gonçalves
30.6.2007 - 20:07
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