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No Barreiro
Lembrar Zeca
Este espectáculo pretende assinalar o nascimento do mais recente núcleo da Associação José Afonso, a AJA Barreiro.
Mas são muitos mais os laços que prendiam José Afonso ao Barreiro, muitos amigos, alguns imortalizados através das suas canções, como é o caso de Alfredo de Matos a quem dedicou a canção “Por trás daquela Janela”.
No dia 21 de Junho, pelas 21.30, vai realizar-se um espectáculo de homenagem a José Afonso, no auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro, que conta com a participação dos músicos, Francisco Fanhais, Francisco Naia, Tony da Costa e Rui Curto, Vitor Sarmento, Valu, o grupo “Vida Airada” e o Grupo Coral Alentejano “Os amigos do Barreiro”.
Este espectáculo pretende assinalar o nascimento do mais recente núcleo da Associação José Afonso, a AJA Barreiro.
Sabendo-se da ligação de Zeca Afonso ao Barreiro, a criação de um núcleo da AJA, nesta cidade, era uma ideia que fazia todo o sentido e vinha há um tempo fermentando, até que um grupo se juntou para dar corpo a esse projecto de honrar a memória de um homem que é o símbolo de uma geração generosa, na luta por uma sociedade liberta das garras da opressão, da ignorância e do medo.
Foi no Barreiro, ainda em plena ditadura, a 11 de Novembro de 1967, no ginásio da colectividade Luso Futebol Clube, integrado num sarau de música e poesia promovido pelo Cine Clube do Barreiro e pela Comissão Cultural do “Luso” que Zeca Afonso actuou em momentos inesquecíveis, num espaço a abarrotar de gente que culminou no entoar de “Os vampiros” pela assistência, ao rubro, numa das mais emocionadas interpretações daquela mítica canção.
Na sequência desta actuação, iria ser presa pela PIDE a direcção do Cine Clube, então presidida por Álvaro Monteiro.
Mas são muitos mais os laços que prendiam José Afonso ao Barreiro, muitos amigos, alguns imortalizados através das suas canções, como é o caso de Alfredo de Matos a quem dedicou a canção “Por trás daquela Janela” numa referência à prisão deste anti fascista nas cadeias da PIDE e também algumas cooperativas onde actuou, o “Corticeiros”, o “Operário” do Bairro das Palmeiras ou o “Leças”.
A última vez que o Barreiro ouviu Zeca, ao vivo, foi a 21 de Agosto de 1982, já então aprisionado nas garras da doença que lhe seria fatal.
Num país onde a miséria alastra e onde, a cada dia, se colocam mais em perigo as conquistas de Abril, é urgente lembrar José Afonso e o seu exemplo, na sua dimensão artística e humana e passar o testemunho às novas gerações para que o seu legado se não apague e se faça, finalmente, cumprir os “sonhos que o visitaram” na eterna utopia da construção de um mundo mais justo, livre e fraterno.
Maria Jorgete Teixeira
Núcleo da Aja Barreiro
12.6.2014 - 13:05
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