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Setúbal - Passar uma mensagem de fraternidade e de corresponsabilidade pelo outro
Dia da África com marca de diálogo intercultural

“Há cerca de cinquenta anos, com a Guerra Fria, África estava dividida em dois blocos. Hoje em dia, é um continente que experimenta um enorme crescimento, mas com um agravamento das desigualdades”, salientou Vítor Ramlho.
O conceito de paz, num “mundo minado pelo ódio e a violência” foi refletido pelo padre Constantino Alves, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Setúbal, no encontro, em que marcaram presença mais de meia centena de pessoas.
A reflexão e a partilha com vista a uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitadora da dignidade humana foram destaques da iniciativa, na placa central da Avenida Luísa Todi, promovida pelo Centro Cultural Africano, pela Associação de Imigrantes Romenos Mica Romanie, pela 4Às – Associação de Angolanos e Amigos de Angola e pela Associação Cultural Busuioc dos Cidadãos Moldavos da Península de Setúbal.
A necessidade de cooperação e de diálogo entre religiões como “algo essencial” foi partilhada por elementos de diversas associações de imigrantes, bem como por membros das igrejas católica, ortodoxa, evangélica e islâmica e responsáveis com cargos públicos presentes.
“É nosso compromisso centrar não naquilo que nos separa, mas naquilo que nos une”, realçou o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, na abertura da reunião. “O grande objetivo destas iniciativas é passar uma mensagem de fraternidade e de corresponsabilidade pelo outro.”
O alto-comissário acentuou que são valores como a compaixão que permitem aos seres humanos “viver, crescer e aproximar-se do que os torna comuns e em matéria-prima da humanidade”.
Pedro Calado manifestou “profunda satisfação” por esta iniciativa, pois “reforça a coesão social e o diálogo intercultural”, num momento em que do estrangeiro “chegam notícias preocupantes”.
Na celebração inter-religiosa e intercultural, evento integrado no Dia da África, instituído, a 25 de maio de 1963, pela Organização da Unidade Africana, no sentido de aumentar a visibilidade africana e destacar a diversidade do património cultural e artístico, o secretário-geral da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho, traçou uma contextualização histórica do continente africano.
“Há cerca de cinquenta anos, com a Guerra Fria, África estava dividida em dois blocos. Hoje em dia, é um continente que experimenta um enorme crescimento, mas com um agravamento das desigualdades”, salientou.
O conceito de paz, num “mundo minado pelo ódio e a violência” foi refletido pelo padre Constantino Alves, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Setúbal, no encontro, em que marcaram presença mais de meia centena de pessoas, entre elas o embaixador de Portugal em Bucareste, Roménia, João Weinstein, o presidente da Liga de Amigos do Hospital de São Bernardo, Cândido Teixeira, a presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, Madalena Cruz, e representantes de associações culturais do concelho.
“A condição das minorias cristãs nos países islâmicos, o diálogo intercultural e inter-religioso e a colaboração entre cristãos, muçulmanos e outras religiões na promoção da paz, da justiça, dos valores espirituais e morais” foram pontos destacados por Constantino Alves, que abordou a questão dos genocídios de dimensões “não imagináveis”, opressões de massa e ideologias totalitárias que roubaram milhões de vidas.
“A paz não é um sonho, nem um mito”, afirmou. “É possível”, complementou.
A artista plástica Dilia Fraguito sublinhou que, com “a multiplicação dos focos de tensão, é violado o respeito pela vida humana”.
Em memória dos refugiados que morreram a tentar alcançar a paz, Dília Fraguito acentuou que “estas são pessoas comuns, mas que ficaram sepultadas nas águas profundas do Mediterrâneo”.
Já Carla Marie Jeanne, do Centro Cultural Africano, partilhou o exemplo de Nelson Mandela de como, “com perseverança, resistência e luta, é possível alcançar a justiça”, para defender que “a paz e a reconciliação entre países é possível”.
O encontro incluiu um apontamento musical a cargo de Guerra Henriques, com “Minha Mãe”, “Menino do Bairro Negro” e “Balada Aleixo”, da autoria de José Afonso, e a leitura de poemas ligados a África por 23 alunos da Academia Luísa Todi.
O encontro campal encerrou com a oferta de flores e frutos, transportados por mulheres com trajes tradicionais de cada cultura, almoço, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, e oração na zona ribeirinha, com lançamento de flores ao rio.
Fonte- CMS
25.05.2016 - 18:53
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