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Montijo - No Dia Nacional da Água
Conferência sobre Sustentabilidade e Segurança Hídrica assinala 20º aniversário da SIMARSUL
. A segurança hídrica também faz parte da agenda da nossa atividade

Montijo - No Dia Nacional da Água <br />
Conferência sobre Sustentabilidade e Segurança Hídrica assinala 20º aniversário da SIMARSUL <br />
. A segurança hídrica também faz parte da agenda da nossa atividade Ontem, dia 1 de outubro, Dia Nacional da Água, no decorrer da 6ª conferência do ciclo “20 anos a tratar o Futuro da Região” Francisco Narciso, Presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, sublinhou que “a segurança hídrica também faz parte da agenda da nossa atividade”, acrescentando que “a produção e o fornecimento de água para reutilização é já hoje uma atividade principal das entidades gestoras de sistemas multimunicipais”.

A conferência com o tema “Sustentabilidade e Segurança Hídrica” decorreu no Auditório da Escola Profissional do Montijo. A sessão foi organizada pela SIMARSUL em conjunto com a Câmara Municipal de Montijo e proporcionou um balanço do tema e uma reflexão sobre o futuro.
No encerramento da sessão, Francisco Narciso, sublinhou que “mais uma vez ousámos e fomos, eventualmente, para “fora de pé”, aproveitámos o assinalar o Dia Nacional da Água para discutirmos a Sustentabilidade e a Segurança Hídrica no nosso território.”
Neste contexto recordou que a produção e o fornecimento de água para reutilização é uma atividade principal das entidades gestoras de sistemas multimunicipais, porque “o destino a dar anualmente a 30 hm3, para um território que capta anualmente 50 hm3 para consumo urbano, é do interesse de todos.”

Precipitação em Portugal e Espanha diminui cerca de 15%

O presidente do Conselho de Administração da SIMARSUL, referiu que “um estudo nacional promovido pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente concluía que, nas últimas décadas a precipitação em Portugal e Espanha diminui cerca de 15%, prevendo-se que diminua entre 10% a 25% até ao final do século, sendo que na RH Sado e Mira se admitem diminuições do escoamento na ordem dos 50% no cenário RCP 8.5, inicialmente tido como o mais gravoso, e, hoje, para onde estamos a convergir muito mais rapidamente que o admitido.”
“O território em que atuamos, e este concelho em particular, dispõe de uma reserva estratégica nacional, o aquífero Tejo-Sado, margem esquerda de onde depende o abastecimento público de um número muito expressivo de habitantes e o desenvolvimento de importantes atividades económicas.”, sublinhou Francisco Narciso.
Na sua intervenção alertou para o problema com as águas subterrâneas, que não as vemos, e, considerou importante alertar a opinião pública para este tema, porque a água é um recurso essencial ao desenvolvimento, nesse sentido, Francisco Narciso, alertou para a existência, no nosso país, de limitações na monitorização dos usos de água, e, para os riscos de contaminação das águas subterrâneas.

Há muita coisa resolvida mas há muito por resolver

Na abertura da Conferência, José Manuel Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal do Montijo, salientou o contributo dos trabalhadores dos serviços de águas e saneamento, que com dedicação servem a causa pública, nesta área, que está na ordem do dia, onde há muita coisa resolvida mas há muito por resolver. Sublinhou que ao nível da intervenção no território, tem existido uma importante parceria com a SIMARSUL.

Nesta empresa não faltou visão de futuro

José Manuel Sardinha, Vice-Presidente das Águas de Portugal, recordou que desde o nascimento da SIMARSUL, que foi dada muito importância à sustentabilidade do território, e, uma prioridade que esteve sempre presente na relação entre a empresa e os municípios. Recordou as palavras de João Lobo, quando exercia o cargo de Presidente da Câmara Municipal da Moita, a propósito da discussão de tarifas sobre caudais mínimos, que o importante era ter a ideia que, “a empresa também é nossa”.
“Os presidentes de Câmara apostaram na sustentabilidade do território”, disse, por essa razão existiu a visão da SIMARSUL e das câmaras para aproveitar a colocação de tubagens e investir na rede de reutilização de água, existindo na região a maior de Portugal, com 160 km – “nesta empresa não faltou visão de futuro”, e, “em colaboração com os presidentes de câmara, soubemos apostar na sustentabilidade do território.

Um território massacrado pelas grandes indústrias

Na Mesa-redonda, com o tema «Perspetivas do Passado ao Futuro», o moderador Carlos Mineiro Aires, ex-Presidente da Comissão Executiva da SIMARSUL, entre 2007 e 2015, na abertura, sublinhou que não se faz um projeto como a SIMARSUL, contra as câmaras municipais, ele, foi construído com as câmaras municipais, “esta realidade foi uma conquista gratificante”, disse.
Recordou que a SIMARSUL arrancou com uma equipa de jovens, com conhecimento e que, desde a primeira hora, vestiram a camisola, aos desafios que se colocavam num território massacrado pelas grandes indústrias. Um desafio.
A SIMARSUL teve visão de desenvolver projetos de reutilização das águas residuais e de proteção das águas subterrâneas do maior aquífero do país – Tejo e Sado.
Na sua intervenção, expressou preocupações sobre o que está ser feito na Península de Tróia, onde, sublinhou – “a galinha de ovos de ouro pode morrer”.

9% da água é de qualidade, é uma vitória para o país

José Pimenta Machado, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, salientou que temos bons indicadores no país, dando vários exemplos, como 99% da água é de qualidade – “esta é uma vitória para o país”, ou, 95% tem cobertura de infraestruturas de águas e saneamento. Existem mais de 180 mil Km de condutas, e, é feito um grande esforço na área da conservação. Referiu a qualidade das águas, existindo 300 praias com bandeira azul, devido ao trabalho realizado no tratamento de águas residuais.
Alertou para alguns temas como as tarifas, um tema para o qual o país tem que olhar com alguma equidade, ou as preocupações com a eficiência da gestão dos sistemas, para além, das novas fontes de água, nomeadamente a reutilização, e, divulgou que vai avançar o projeto de dessalinização de água no Algarve.

Tem que haver investimento na monitorização

Maria Teresa Melo, Professora do Instituto Superior Técnico, alertou para a necessidade de existir uma visão para as águas subterrâneas, porque apenas ocupam um nicho, e, considerou ser urgente a monitorização adequada deste recurso para que possa ser feita uma gestão adequada.
Salientou que Portugal tem desinvestido completamente nos estudos, nos Planos de Gestão não há estudos verdadeiros sobre as massas de água, não há análise de tendências, nem há dados sobre os impactos no eco-sistema – “há deficiências de monitorização das massas de água”, por isso, disse – “tem que haver investimento”.

SIMARSUL é o município e o município é a SIMARSUL

Paulo Cerqueira, dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Câmara Municipal de Montijo, sublinhou que é necessário avançar com o Plano de Drenagem do concelho do Montijo, já está pronto.
Sublinhou que tem existido uma grande colaboração entre a SIMARSUL e o município, as novas redes foram orientadas para pontos estratégicos, e, que houve um sucesso na rede em alta, porque as águas residuais deixaram de ir para o estuário, mas, na rede em baixa, há muito a fazer, mas os orçamentos não o permitem.
Recordou que o município e a SIMARSUL trabalham para defender o ambiente – “a SIMARSUL é o município e o município é a SIMARSUL”, disse.

Temos o risco de escassez de água no futuro

Rodrigo Proença de Oliveira, Professor do Instituto Superior Técnico, recordou que o Dia Nacional da Água foi instituído, em Portugal, no ano de 1977, e, o Dia Mundial da Água, foi muito mais tarde. Sublinhou que a importância da criação deste dia, hoje celebrado, foi colocar a água no debate público, um debate que, defendeu, é preciso civilizar – “temos que sair do mundo dos especialistas para o país”.
Salientou que temos o risco de escassez de água no futuro, por essa razão temos que saber e pensar a gestão da água, defendeu a realização de estudos de avaliação das necessidades de água, e estudos sobre a contaminação das águas subterrâneas.

Criação de um modelo intermunicipal de captação de água

Nuno Vitorino, Secretário-geral da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal, recordou que quando do 25 de abril, nem metade da população da região tinha abastecimento de água, e, ainda menos de metade tinha saneamento básico, hoje, é a segunda região do país que atingiu os objetivos de acesso à água de cobertura de 85%.
Na sua intervenção salientou que a AIA, defende a criação de um modelo intermunicipal de captação de água que sirva em 50% o abastecimento dos concelho que integram a associação, sendo os restantes 50%, pela gestão das captações existentes, como forma de desenvolver uma melhor gestão dos recursos hídricos.

A próxima conferência está agendada para o mês de novembro, no concelho da Moita.

02.10.2024 - 00:47

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